Para concorrer com as grandes e segurar os melhores profissionais, a ordem para pequenas e médias empresas é diversificar a estratégia de retenção, avaliam consultores de recursos humanos.
Como a oferta de cargos é limitada, o incentivo à participação em novos projetos e à autonomia para tomar decisões deve ser constante.
"Isso mantém o profissional interessado na organização", diz Cristiano Amorim, da consultoria Fellipelli. Na ausência de plano de carreira, acrescenta, vale apostar em treinamentos internos, flexibilizar prazos e horários ou adotar o trabalho em casa.
"Proporcionar atividades que envolvam família, amigos ou grupo de trabalho é fundamental", afirma a professora Ana Cristina Limongi França, da USP.
A agência de publicidade Epigram, por exemplo, dá bônus mensais e faz reuniões estratégicas da empresa em happy hours. "Os profissionais ficam mais engajados e se expressam mais", conta o sócio Daniel Lifschitz, 34.
Marcela Esteves, da Robert Half, ressalta que, se a empresa proporciona ambiente agradável, o funcionário pensa duas vezes antes de mudar de emprego. "A retenção é natural", completa.
PERSONALIZAÇÃO
Sem verba para aumentar salários, a Soluções Consultoria investiu há três anos em programas personalizados, com premiações mensais.
"Foi a forma que encontramos de trazer benefícios diferentes e não perder talentos para as multinacionais", conta o proprietário da consultoria, Régis Amadeus, 34.
Os bônus mensais dos profissionais também foram substituídos por ingressos para parques de diversões ou entradas de cinema.
Inspirada pelo Google, a Cuattro Marketing vai ampliar seu escritório e oferecer um espaço de lazer para motivar e incentivar a interação. "A flexibilidade de horários também é uma das novidades", ressalta Luciana Gonçalves, 31, diretora de recursos humanos.
O objetivo é criar um ambiente descontraído e diminuir a rotatividade na empresa. O espaço contará com videogames, cafeteria, biblioteca e jogos interativos.
Essa notícia foi publicada na Folha de São Paulo, em 07/11/10.
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