Quem diria que a minissaia rosa de uma universitária poderia movimentar tantas equipes de Recursos Humanos? Depois do caso Geisy Arruda, na Uniban, cresceu em 40% a procura de empresas por treinamentos sobre dress code (código de vestimenta), segundo a Efecto Consultoria de Imagem, que atende desde agências de turismo e de propaganda até indústria química. “A confusão da estudante despertou um assunto que estava adormecido ou inexistente nas empresas”, afirma a consultora Daniella Sorrija de Almeida.
A imagem pessoal, incluindo as roupas, dos executivos e funcionários diz muito a respeito de uma empresa. “Não é uma questão apenas de estar bem ou mal vestido. E nem mesmo de ter ou não ter um estilo pessoal”, explica. “O que as empresas querem é que a imagem de seus profissionais reflita a verdadeira imagem da empresa, seus valores e sua missão.”
Exposição demais atrapalha
A maior dificuldade encontrada no meio corporativo, de acordo com a consultora, é lidar com a exposição do corpo, por conta da cultura brasileira, que é mais sensual e colorida e menos clássica. “Minissaia, decote, roupa justa e salto alto são itens informais e, mesmo que a pessoa não queira passar sensualidade, acaba tendo este apelo”, afirma Daniella. “As empresas não querem essa vestimenta nos seus funcionários, mas tudo isso faz parte da nossa cultura, o que dificulta compatibilizar a imagem do profissional à marca”, complementa.
Por ser um tema delicado, o ideal é tratá-lo com muito cuidado, em tom de sugestão, ressalta a consultora. “Os treinamentos normalmente passam um conteúdo bem suave, abordando ideias para valorizar cada tipo físico, como trazer o seu melhor, dando opções de acessórios, vestimenta e até maquiagem, e, depois de tudo isso, falar sobre o código de vestimenta em si”, conta. “Melhor do que impor regras é mostrar ao funcionário de forma delicada como valorizar sua imagem pessoal e profissional.”
A inadequação ao dress code não é motivo para demissão, mas pode ser um obstáculo na ascensão da carreira. “Já houve o caso de uma empresa que quis promover uma pessoa supercompetente, mas não o fazia porque ela usava lingerie a mostra. A empresa fez um trabalho bem sensibilizado, porque só faltava informação para ela, e assim que ela se adequou, foi promovida”, relembra Daniella.
E.S., gerente de RH de uma empresa prestadora de serviços administrativos e financeiros, reforça que tampouco demitiria um funcionário por conta da vestimenta, mas ressalta a importância da adequação. “A imagem também é uma forma de comunicação. É importante que nós estejamos bem representados, passando as mensagens adequadas aos nossos clientes”, diz. “Aqui, usamos o traje social. Para os homens, especialmente coordenadores e gestores, é obrigatório o uso do terno (exceto no verão, em que eles podem dispensar o paletó e a gravata). Já as mulheres mantêm o social, conforme preferência. Podem escolher entre o terninho, uma camisa, um vestido etc.”
Com que roupa eu vou?
Dicas de dress code para evitar a saia justa no trabalho, segundo a
Efecto Consultoria de Imagem:
Fuja dos decotes, minissaias e barriga de fora, pois reforçam uma imagem sensual, o contrário de uma imagem de credibilidade.
A combinação de calça justa com salto alto deve ser evitada, pois marca a silhueta e deixa o look pouco profissional.
Camisetas ou blusas com frases pessoais, políticas ou religiosas também devem ser evitadas. Prefira as lisas e sem estampas, são mais formais.
Cuidado com as regatas ou tecidos transparentes que deixam a lingerie à mostra.
Vestidos de malha marcam a silhueta, não devem ser usados.
Cabelos compridos precisam estar muito bem cuidados. Se o seu cabelo tem muito volume e movimento, mantenha-o preso.
Uma dica importante para os homens: todos reparam nos seus sapatos, por isso, cuide de sua manutenção.
Essa notícia foi publicada no Canal RH, em 19/12/09.
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