Inspirado em uma multinacional, Diego Martins, 27, implantou "atrativos" em sua empresa de informática, a Acesso Digital.
Os funcionários trabalham por metas. Cumprem horários flexíveis, podem trabalhar de casa, têm acesso a comida, videogame e até cerveja (após as 21h). Quando as metas são atingidas, podem ganhar uma viagem internacional –no ano passado, eles foram para a Disney.
A estratégia parece funcionar com Rodolpho Matsumoto, 26, que atua na empresa há dois anos. "Não me adaptei a trabalhos de horários regrados. Não quero sair daqui", diz Matsumoto. Ainda assim, Martins reconhece a importância de inovar. "Não podemos continuar repetindo sempre essas ações".
Outras companhias dão aos funcionários mimos como doces e refrigerantes gratuitos e espaços de convivência confortáveis e atraentes.
SEM PLANO
Só que algumas delas investem em ambientes mais agradáveis sem planejar a gestão de pessoas.
Especialistas consultados pela Folha afirmam que um local de trabalho bonito e a oferta de benefícios ajudam, mas não trazem felicidade duradoura ao profissional.
"Pessoas infelizes não produzem, mas não é papel da empresa trazer felicidade. E não deveriam prometer isso. Devem oferecer clareza, transparência, processos justos", sinaliza Clemente Nóbrega, consultor e autor do livro "Empresas de Sucesso – Pessoas Infelizes?".
Investir em benefícios e em um ambiente menos repressor, com horários mais flexíveis e boas condições de trabalho, contribui para o desempenho. Mas a satisfação que resulta dessas ações não é perene, segundo Tania Casado, coordenadora de projetos de FIA (Fundação Instituto de Administração).
É preciso ter reconhecimento profissional para se realizar mais na carreira.
Rita Monte, 30, é formada em jornalismo e direito, mas optou por ser empresária de uma consultoria de desenvolvimento de pessoas. "Fiz escolhas que me fazem feliz."
Essa notícia foi publicada na Folha de S. Paulo, em 05/09/10.
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