O uso de People Analytics tem revolucionado a forma como as empresas gerenciam o capital humano. Esther Mashki, coordenadora de Desenvolvimento Organizacional, Remuneração e Carreira na Health Tech MV, compartilhou como os dados vêm desempenhando um papel central na estratégia de Recursos Humanos, desde o recrutamento até o bem-estar dos colaboradores.
Vamos explorar os insights e as lições extraídas dessa palestra, além de entender como aplicar People Analytics na sua empresa.
Introdução ao People Analytics
Segundo Esther, “People Analytics vai muito além de um software; trata-se de uma metodologia para cruzar e analisar dados e, com isso, tomar decisões mais assertivas.”
Esse conceito, que vai além da simples coleta de dados, busca uma abordagem estratégica que conecta informações de diferentes áreas para melhorar o engajamento, o clima organizacional e os resultados de negócios.
Mitos e verdades sobre People Analytics
Esther destacou que ainda há muitos mitos em torno do uso de dados em RH. Ela explicou que não basta ter ferramentas avançadas se os dados não são analisados corretamente. “People Analytics não é uma receita pronta. Cada empresa tem suas dores específicas, e os indicadores precisam ser adaptados ao que faz sentido para o negócio,” comentou.
Além disso, a cultura de dados precisa estar enraizada no dia a dia das organizações. Muitas vezes, a resistência ao uso de dados está relacionada à parcialidade e ao favoritismo, comuns em processos mais subjetivos. A metodologia de People Analytics traz evidências que eliminam esses vieses, proporcionando uma gestão mais justa.
Saiba mais:
- Aliança entre People Analytics e RH pode humanizar organizações (lg.com.br)
- People Analytics e saúde do colaborador: prevenção em foco (lg.com.br)
- Principais tendências do CONARH para o RH em 2025 (lg.com.br)
Tipos de análises em People Analytics
Esther apresentou os quatro tipos de análises que compõem o People Analytics:
- Análise Descritiva: Responde à pergunta “O que aconteceu?”
- Análise Diagnóstica: Busca entender “Por que isso aconteceu?”
- Análise Preditiva: Pergunta “O que pode acontecer?”
- Análise Prescritiva: Indica “Como podemos fazer acontecer?”
Na MV, a equipe está avançando principalmente nas análises descritiva e diagnóstica, que já têm impactado diretamente as decisões de RH. “Estamos caminhando para adotar análises preditivas, mas isso ainda requer maturidade e dados confiáveis,” afirmou Esther.
A jornada do colaborador e a reorganização de processos
Desde 2021, a MV embarcou em uma jornada de transformação digital, que começou com a substituição de seu principal sistema de RH pelo da LG lugar de gente. Isso permitiu maior agilidade e acuracidade no uso dos dados.
Segundo Esther, a digitalização dos processos não só melhorou a experiência dos colaboradores, mas também facilitou a criação de fluxos de aprovação mais rápidos.
“Construímos a jornada do colaborador em conjunto com a diretoria, pensando na experiência que queremos proporcionar, tanto no presente quanto no futuro,” explicou.
Através dessa análise detalhada, a MV foi capaz de alinhar suas ações de RH com a estratégia de negócios, resultando em maior satisfação.
Exemplos práticos de People Analytics na MV
Esther compartilhou alguns exemplos práticos de como People Analytics tem sido aplicado na MV. Um dos indicadores-chave é o de recrutamento interno, que mostrou áreas com baixo desempenho nesse quesito. A análise revelou que essas áreas careciam de uma estratégia de sucessão, e agora a empresa está trabalhando para reverter essa situação.
Outro exemplo interessante é o uso de People Analytics no treinamento e desenvolvimento. A equipe de RH consegue identificar com precisão as necessidades de treinamento e personalizar os programas oferecidos na universidade corporativa da empresa. “Isso nos permite comprar e produzir conteúdos muito mais alinhados com as demandas do nosso time,” acrescentou Esther.
Impacto na retenção e turnover
A MV também utiliza People Analytics para monitorar padrões de turnover e entender os motivos por trás das demissões. “As entrevistas de desligamento fornecem dados valiosos que nos ajudam a identificar tendências e a tomar decisões para melhorar a retenção,” afirmou.
Além disso, o recente programa de saúde e bem-estar, lançado pela MV, é outro exemplo de como os dados têm sido utilizados para acompanhar o impacto das ações implementadas. Esther destacou que a empresa já está monitorando indicadores de saúde física e mental dos colaboradores, o que permite ajustar o programa de acordo com as necessidades identificadas.
Tendências futuras em People Analytics
Entre as tendências apontadas por Esther, o People Analytics em tempo real é uma das mais promissoras. “Hoje, nossa ferramenta não nos permite acessar dados em tempo real, e isso é algo que estamos trabalhando para mudar,” explicou.
A inteligência artificial e o machine learning também estão ganhando espaço. A previsão é que essas tecnologias ajudem a automatizar processos, como a análise de entrevistas de desligamento, economizando tempo e recursos.
Barreiras e desafios
Esther não deixa de mencionar algumas barreiras que ainda dificultam a adoção completa do People Analytics, como a resistência cultural ao uso de dados e a falta de profissionais especializados em tecnologia dentro do RH.
No entanto, ela acredita que essas dificuldades estão sendo superadas à medida que as empresas percebem os benefícios de um RH mais estratégico e orientado por dados.
O uso de People Analytics está transformando a forma como as empresas gerenciam seus colaboradores, tornando as decisões mais estratégicas e baseadas em evidências.
Para Esther Mashki, “os dados não eliminam a necessidade de uma abordagem humana, mas complementam as ações do RH, trazendo mais clareza e assertividade às decisões”.
Se você está buscando aprimorar a gestão de pessoas na sua empresa, confira o nosso conteúdo completo sobre o CONARH 2024. Clique aqui e saiba mais!