
Ser empregado não significa abandonar a ideia de ter um negócio, ou ter que fazê-lo nas horas vagas. Na busca por inovação, empresas incentivam funcionários a "empreender" dentro da própria organização.
A ideia é que eles vendam seus projetos para a empresa, em vez de partirem em carreira solo. Em troca, têm a estrutura e o dinheiro de um negócio consolidado à sua disposição e, indiretamente, podem receber promoções.
No Grupo Algar, de Uberlândia (MG), que atua em segmentos tão diferentes quanto agronegócio e aviação, em 15 anos já foram investidos mais de R$ 77 milhões em 905 sugestões de funcionários, que trouxeram um retorno de R$ 365 milhões para a empresa, diz Mauri Ono, vice-presidente de estratégia do grupo.
Uma dessas propostas foi a reformulação da garrafa PET onde a Algar armazena óleo de soja. O projeto foi sugerido por Edney Lima Filho, 25, à época trainee, e tornou o negócio autossuficiente na produção da embalagem com uma redução de 25% dos resíduos sólidos do processo.
O sucesso do empreendimento de Lima Filho lhe rendeu não só a efetivação na empresa, como a promoção para o cargo de coordenador de projetos estratégicos. Apesar de ser apenas trainee quando propôs a mudança, ele pode coordenar todo o projeto, liderando uma equipe própria com um orçamento de R$ 40 milhões.
"Foi como montar uma empresa do zero", afirma.
Uma premiação anual da Algar escolhe as ideias de destaque, que recebem em média 10% dos rendimentos obtidos com ela pela corporação. Segundo o vice-presidente, o valor "pode parecer baixo", mas o maior retorno para o funcionário é a "satisfação pessoal".
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Essa notícia foi publicada no site da Folha de São Paulo, em 18/10/2015
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