Para encerrarmos o Especial Mês da Mulher, série que contou com dicas e conselhos de várias mulheres que conquistaram seu espaço, trouxemos duas entrevistas com psicólogas que percorreram caminhos nada lineares. Teresa Lopes, Diretora de Estratégia & Ambiente Humano na Sotreq, e Beatriz Nóbrega, Diretora de Recursos Humanos da InMetrics, contam suas histórias de vida e experiências com a gestão de pessoas.
A primeira lição em comum que elas deixam é não parar de aprender. “Sempre tive como objetivo aprimorar meu conhecimento através de cursos e da leitura. A partir daí, as oportunidades aconteceram naturalmente, por meio de muita dedicação e desenvolvimento técnico”, lembra Teresa Lopes.
Beatriz Nóbrega atribui seu sucesso ao esforço e também aos estudos. “Para conquistar minha atual posição, eu busquei dar o melhor de mim em todas as experiências pelas quais passei. Também procurei me atualizar sempre”, reforça a diretora de RH da InMetrics.
Sem tempo a perder
Formada em Psicologia com MBA em Gestão de Pessoas e Marketing, Teresa sempre demonstrou interesse em atuar em RH, desde o início da faculdade. Ela conta que já no 3º período de faculdade fez seu primeiro estágio na área de remuneração, em uma empresa de transporte de valores. “Um ano antes de me formar, fui contratada no ramo da construção civil como analista de Remuneração. Depois, segui para o mercado de Telecom e Saúde até chegar na Sotreq, posição de gestão que ocupo hoje”, reforça.
Beatriz, que já trabalhou na Editora Abril, Itaú, Pernambucanas, Nexo, dentre outras empresas, e também possui formação em coach, comenta que desde a adolescência procurou ganhar seu próprio dinheiro. Começou como vendedora em lojas de shopping center e aproveitou a experiência para desenvolver as competências de atendimento ao cliente, relacionamento interpessoal e negociação. “Na época da faculdade de Psicologia, estagiei em Pesquisa de Mercado, aprendi muito sobre análise, questionamento e crítica. Posteriormente, migrei para Recrutamento e Seleção e aprofundei meu conhecimento em análise de perfil comportamental”, conta.
Disposição para arriscar
Teresa explica que sempre acreditou que o comprometimento, a curiosidade em aprender, a busca por entender o todo de uma organização e não ter medo de arriscar são características de quem deseja alcançar uma posição de liderança. “Além disso, é importante ter um comportamento e uma linguagem adequada para transitar nos diferentes níveis da organização. Também cito a importância de ter bons gestores. Eu tive vários líderes que deram muito suporte para minha carreira”, reforça.
A diretora de Estratégia & Ambiente Humano na Sotreq lembra ainda que sempre teve o desejo de ser independente e por isso valorizou sua carreira. “Todas as escolhas que fiz, até mesmo passar um Natal em outro estado longe da família, enquanto estava à frente de um projeto, foi uma escolha e não uma obrigação”, confirma Teresa.
Beatriz aconselha outras mulheres a buscarem ser as melhores profissionais e jamais ferirem seus próprios valores. “Eu trabalhava muito nos primeiros anos de vida do meu filho, mas sempre impus limites para amamentá-lo por dois anos, às 6h e às 21h. Assim, eu tinha o prazer de estar a sós com ele de manhã, antes de trabalhar, e antes de dormir”, compartilha.
Desafios à vista
A diretora de RH da InMetrics comenta que, muitas vezes, foi preterida e sentiu-se discriminada por ser mulher. Mas ela não deu importância a isso e buscou resultados para provar seu valor e mostrar que competência independe do gênero.
“Em 2010, com 12 anos de uma carreira de sucesso, percebi que meu comportamento era ‘mais masculinizado’ e isso refletia até no meu dress-code – me vestia de terninho e camisa sempre nos tons branco, preto e cinza. De lá para cá, resgatei minha feminilidade, aprendi a usar maquiagem, passei a usar múltiplas cores e estampas e me apaixonei pelos vestidos. Há muitos anos já nem tenho um terninho no armário”, relembra emocionada.
Já Teresa, que sempre trabalhou em empresas com predominância masculina, explica que os desafios dela foram outros. “Trabalhei com o mercado de transporte de valores, construção civil, máquinas pesadas, telecom e nunca tive problemas de discriminação. As adversidades existem em todos os ambientes, mas ter segurança no que diz e no que faz são aspectos fundamentais para se conquistar espaço e respeito. Meu maior desafio, sem dúvida, foi assumir uma posição de gestão, aprender a delegar e compreender o tempo de cada um”, ressalta.
Para finalizar, ela deixa um último conselho para profissionais que desejam conquistar seu espaço. “É lógico que dificuldades sempre vão surgir. Toda carreira é construída com desafios e oportunidades, contudo, o mais importante é manter o equilíbrio interno, se apoiar em pessoas que podem contribuir com seu desenvolvimento e não ter medo dos desafios”, completa Teresa.
Confira as demais história de vida apresentadas no Especial Mês da Mulher:
4 conselhos de quem chegou ao topo
Como conquistar seu espaço?
Desafios, escolhas e superação
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