Já mostramos aqui alguns conselhos de quem chegou ao topo e também dicas para mulheres que desejam conquistar seu espaço, mesmo diante de cenários adversos. Hoje, trouxemos o penúltimo conteúdo do Especial Mês da Mulher, que conta com entrevistas de Paula Castelo Branco, Diretora de RH do Grupo Leader, e de Patrícia Coimbra, Vice-Presidente de Capital Humano, Administrativo e Sustentabilidade da SulAmérica.
Apesar de atuarem em ramos distintos, percebe-se que há certa semelhança nas histórias dessas mulheres, que, em muitos momentos, precisaram fazer escolhas difíceis, buscar novos conhecimentos e não parar de evoluir. Além disso, elas são verdadeiros exemplos de que, quando existe garra e determinação, chega-se longe.
Disponibilidade para o novo
Paula percorreu um longo caminho em sua trajetória, que teve início como estagiária de RH de uma grande empresa de varejo no Nordeste, passando por outros segmentos como saúde e telecom. “Em 2016, retornei para minha grande paixão: varejo. Topei o convite de trabalhar no RH de uma empresa que estava iniciando sua recuperação financeira no mercado: o Grupo Leader. Aqui, o desafio foi e continua sendo contínuo, mas, por outro lado, extremamente prazeroso”, comenta a diretora.
Patrícia Coimbra é graduada em Economia e Tecnologia da Informação, com pós-graduação em Marketing, mas possui longa experiência em RH em multinacionais e nacionais dos setores de Óleo e Gás, Bens de Consumo e Telecomunicações. Dentre os desafios enfrentados, ela destaca as constantes mudanças de departamento. “TI, planejamento estratégico e financeiro, vendas, RH, sustentabilidade, negócios e culturas organizacionais. Passei por muitas áreas e, consequentemente, conheci muitas pessoas diferentes. Eu gostava de aprender e de contribuir para resultados comuns. Sempre fiz escolhas que me levaram a desafios e aprendizados, e valeram muito a pena”, completa.
Conciliando os aspectos da vida
Ao ser questionada sobre como equilibrar carreira e família, Patrícia comenta que em todo momento é preciso tomar esse tipo de decisão. “Escolher em que se deve colocar a atenção e energia é bem desafiador, pois é necessário ter autoconhecimento e boa leitura das pessoas e do contexto. Sem isso, há maior fragilidade na priorização e a realização não será completa, ou seja, será apenas de uma parte da sua vida”, pontua.
Paula explica que, desde cedo, sabia que para chegar mais à frente, seria necessário dividir seu tempo entre família e carreira, pois as melhores oportunidades de trabalho vinham de fora de Recife (PE), onde morava.
“Fui inicialmente trabalhar em Fortaleza (CE) e meus filhos não foram comigo. Separada e com filhos pequenos, achei uma irresponsabilidade da minha parte levá-los para uma cidade que eu não conhecia, não tinha familiares e não sabia se daria certo. Por isso, ficaram com o pai. A proximidade me permitia ir sempre lá ou eles virem até mim. Após a mudança para o Rio de Janeiro (RJ), além de todos os motivos anteriores, eles também não quiseram se mudar, pois tudo estava em Recife. Entendi e concordei com a decisão. Tenho absoluta tranquilidade que sou extremamente presente, ativa e determinante na vida deles. Durmo tranquila. Nunca abri mão da minha família em função da carreira, mas dividi meu tempo, afinal não seria feliz sem um ou outro”, confirma a Diretora de RH do Grupo Leader.
Adaptação aos diferentes ambientes
Paula ainda destaca que as dificuldades sempre vão existir, por isso é necessário fazer a leitura do ambiente e das pessoas com as quais atua. Ela pontua que um dos grandes desafios da sua carreira foi entender o papel do RH e como ele é decisivo para o negócio. “Não consigo enxergar o RH como apêndice: ele tem que ser parte ativa. As estratégias, ações e processos dessa área podem definir, e muito, o resultado da companhia. Se as empresas fizerem uma pesquisa, verão que as mais bem-sucedidas tem um corpo de RH ativo no board – e aqui não estou falando de quantidade”, reforça.
Ela comenta que nunca sofreu pressão ou discriminação, mas já percebeu certa desconfiança. “Existem dois grandes paradigmas, os quais tentei logo desfazer. Primeiramente, é o de ser nordestina; o outro, de ser mulher. Nunca fez sentido na minha cabeça ficar me apegando a essas duas questões que permeiam o mercado. Corri atrás sempre para mostrar que não havia nenhuma diferença entre homens e eu. Como mencionei acima, depende de como você se posiciona, da capacidade de fazer a leitura do ambiente e das pessoas com as quais você atua, e de se relacionar e reagir a elas. Simples assim. Fazer essa leitura mais assertiva ajuda a definir o que e como atuar com cada um, independentemente de sexo, cor ou posição na companhia”, completa.
Dica para quem quer crescer: “Não desista”
Patrícia comenta que foi educada com as mesmas oportunidades de outros homens e, ao longo de sua carreira, trabalhou em organizações que pensavam dessa forma. Para ela, o mercado de trabalho, assim como a educação, é heterogêneo.
“Temos um longo caminho a percorrer para que tenhamos oportunidades equivalentes para todas as minorias no sentido da representatividade em níveis executivos e de conselho”, reforça.
Segundo a Diretora de RH do Grupo Leader, diante desse cenário, ter determinação e acreditar em si é fundamental para alcançar o sucesso. “Persistam! Não se vitimizem por questões postas como verdadeiras e que, na verdade, nós podemos fazer diferente. Nenhuma condição pode determinar o futuro de ninguém, tão pouco o seu, apenas cada uma de nós tem esse poder”, completa Paula.
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