Há tempos, a sustentabilidade não é vista mais apenas como uma questão de crença de alguns líderes ou de “desvio” de foco dos negócios. Ao longo dos anos, o tema se consolidou como diferencial competitivo de reputação, inovação e engajamento, e passou a ser visto como fonte de inúmeros benefícios. Diante disso, o RH pode ser cada vez mais protagonista na implantação de uma nova cultura.
Para se ter ideia da importância desse debate, estudos já comprovam que organizações sustentáveis possuem maior valor de mercado. Por exemplo, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que reúne companhias consideradas sustentáveis, desde a sua criação em 30 de novembro de 2005, apresentou valorização de 185,01% até 2017. Enquanto isso o indicador mais conhecido da bolsa de valores, o Ibovespa, que reúne os papéis mais negociados, teve elevação de apenas 113,72%.
Por todo esse cenário, Ricardo Voltolini, CEO da consultoria Ideia Sustentável e autor do “Guia de Sustentabilidade para o RH”, destaca que as organizações que não adotarem a sustentabilidade por convicção, serão obrigadas a aderirem por pressão dos colaboradores, parceiros, clientes e investidores. “As empresas consideradas mais sustentáveis, aquelas que têm preocupações claras de ter resultados econômicos que respeitem o meio ambiente e o desenvolvimento da sociedade, tendem a ser mais bem vistas pelo mercado”, assegura.
De coadjuvante a protagonista
Segundo o CEO da Ideia Sustentável, o RH precisa passar para o “banco da frente” dessas discussões, pois quase sempre a área ainda é coadjuvante nessa discussão. “Muitas vezes, o departamento só é chamado em momentos específicos para executar algumas políticas que estão relacionadas ao desenvolvimento de pessoas. É por isso que o RH precisa se preparar para apresentar os benefícios da sustentabilidade e usar argumentos de negócio para isso”, explica Ricardo.
Para apoiar a gestão de pessoas nesse desafio, ele lista sete benefícios da sustentabilidade que devem estar na “ponta da língua” de qualquer RH:
1 – Redução de riscos operacionais;
2 – Diminuição de custos de financiamentos;
3 – Aumento de ganhos de ecoeficiência;
4 – Atração e manutenção de talentos;
5 – Melhoria do nível de satisfação dos stakeholders;
6 – Criação de valor para reputação da marca;
7 – Aumento de valor econômico do negócio.
Mas, afinal, por onde começar uma estratégia de sustentabilidade? Na opinião de Ricardo, todo movimento para que uma empresa comece a olhar para o tema começa no planejamento estratégico. “É preciso mostrar para a companhia – e para isso há inúmeros dados e avaliações – que essa organização provoca um conjunto de impactos sociais e ambientais. A medida que você detecta quais são esses impactos, é possível pensar em ações para eliminá-los, minimizá-los ou compensá-los”, comenta.
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