Como a tecnologia está mudando o que é ser humano e como se beneficiar disso

Para Luciano Meira, Fundador da Caminhos Vida Integral, garantir resultados positivos da transformação digital depende das escolhas da organização

A presença da digitalização vem se tornando parte cada vez mais relevante no mercado. No entanto, enquanto as organizações trabalham para decifrar como usar as novas ferramentas para adequar suas culturas ao futuro, a relação entre tecnologia e ser humano tem transformado os próprios profissionais.

Embora a pandemia tenha mudado o número de pessoas que trabalham e interagem com as organizações, as pessoas ainda estão no centro de todos os negócios. É o que observa as previsões estratégicas feitas pelo estudo “Gartner Top Strategic Technology Trends for 2021“.

De acordo com os dados levantados pela consultoria, até 2023, as grandes organizações aumentarão a retenção de funcionários em mais de 20% por meio do reaproveitamento do espaço do escritório como creche e instalações educacionais no local.

Extraindo o melhor da relação entre tecnologia e ser humano

Para os responsáveis pelo estudo do Gartner, é preciso garantir que a cultura da organização esteja adequada ao cenário de transformação digital de forma a aumentar a destreza digital e fazer com que ela se aplique a indivíduos, times e a companhia como um todo.

Luciano Meira, Professor e Sócio-Fundador da Caminhos Vida Integral

No mesmo sentido, Luciano Meira, Professor e Sócio-Fundador da Caminhos Vida Integral, explica que, para garantir os melhores resultados, a gestão de pessoas precisa ser cautelosa com os dois lados existentes nesse processo de evolução e nos reflexos da relação entre tecnologia e ser humano.

“Entendo que o profissional de RH deveria olhar esse progresso tecnológico como uma espécie de ambivalência. Há um lado muito bom na tecnologia e ele deve ser muito bem aproveitado em função do bem-estar e desenvolvimento humano e das organizações. Por outro lado, acho que há uma série de cuidados que a área precisa tomar”, pontua.

Sendo assim, o especialista avalia que o desempenho dos esforços da empresa depende em grande medida do foco na experiência dos colaboradores. “Digo que o desenvolvimento do nível de consciência, da maturidade humana é que vai fazer com que o crescimento da tecnologia seja algo mais positivo do que negativo. Vai depender muito desse nível de discernimento e o RH tem uma função incrivelmente importante nesse momento. Ele tem que se tornar o centro da razão de ser da empresa, que são as pessoas e não só o faturamento”, aconselha.

Cuidados importantes para o novo cenário

Em contraste, Luciano explica que essa crescente relação entre tecnologia e ser humano tende a gerar novos desafios para empresas e profissionais. “A informação está dominando a forma de viver. Isso modifica a nossa vida, que começa a girar em torno da questão do conhecimento. Fora isso, ainda temos os abusos, os desvios, as pessoas que estão à margem e não têm acesso a ele, os dominadores, que passam a controlar a informação”, esclarece.

Outro destaque do estudo do Gartner alerta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) deve reconhecer o hábito de comprar on-line como um distúrbio viciante até 2024. Com a estimativa apontando crescimento anual de 10% com os gastos nessas plataformas até 2022, a consultoria aconselha que as companhias estejam atentas a como essa compulsão pode afetar o desempenho de seu quadro de funcionários.

Ainda assim, Luciano aposta que, com a abordagem certa, a relação entre a inovação e ser humano pode ser determinante para que a empresa alcance resultados melhores. “Acho que pela primeira vez, como Einstein já pensava, a tecnologia pode aliviar a carga de trabalho das pessoas e torná-lo mais interessante, criativo e voltado a aspectos culturais, comportamentais, humanos. Temos toda uma possibilidade de transformar o trabalho em algo mais leve e cativante”, avalia.

Contudo, mesmo diante das estimativas para o futuro, o especialista avalia que a forma como a tecnologia está mudando o que significa ser humano dependerá em grande medida da gestão de pessoas. “Não acho que exista um determinismo positivo ou negativo da inovação, mas há cenários possíveis que serão determinados pelas nossas escolhas. O que eu sugiro é que a escolha do RH seja sempre humanizada, pensando no bem-estar e no desenvolvimento das pessoas. Se isso for colocado dessa forma, as escolhas serão boas”, finaliza.

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Publicada em novembro de 2019 e atualizada em janeiro de 2021.

leticia.almeida

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