4 desafios que sua empresa irá enfrentar para sobreviver no atual cenário de transformações

Para Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, nesse momento a gestão de pessoas assume uma posição de centralidade

O atual cenário político e econômico brasileiro preocupa de pequenas a grandes empresas. Neste quadro, as decisões são tomadas com maior cautela e algumas medidas devem ser seguidas para que a organização controle melhor os efeitos da crise. Em um contexto no qual a estabilidade do emprego está em jogo, a gestão de pessoas assume uma posição de centralidade.

Esse será um dos muitos temas a serem debatidos no 44º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH). Nessa série de entrevistas com palestrantes do evento, convidamos Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, para falar um pouco sobre o assunto que palestrará no congresso.

Devemos esperar por mais demissões e aumento do desemprego? Como atrair os melhores talentos em uma época que o brasileiro está deixando seu país para buscar uma vida no exterior? Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, lista 4 desafios que sua empresa enfrentará para sobreviver no atual cenário de transformações. Conheça quais são:

1- A única certeza é a instabilidade

“Precisamos nos preparar para lidar com surpresas. Isso não ocorre somente no Brasil. Segundo o sociólogo Sérgio Abranches, estamos em uma ‘era do imprevisto’. As transformações são permanentes e nos remetem para um campo em que só sabemos que o futuro não será como o passado e nem como o presente. Os processos tecnológicos carregam transformações imensas no campo do trabalho e, portanto, também na educação. Nossos filhos, por exemplo, precisarão ser preparados para trocar não somente de emprego, mas de profissão, muitas vezes ao longo de suas vidas”, afirma o professor.

2- A área de recursos humanos será amplamente afetada

As companhias passarão por profundos processos de mudança, para além daqueles pelos quais já estão passando. Para Carlos Melo, a rotatividade no emprego deve ser maior: “Os novos profissionais serão mais inquietos e propensos a muitas transformações em suas profissões e em suas vidas pessoais. Ao mesmo tempo, a empresa terá que estar em contínuo processo de adaptação e, assim, a busca por novos talentos e habilidades será uma constante. Será fundamental estar atento para as transformações do mundo, de forma a não ser atropelado pelos processos de mudanças”.

Thumb - Carlos Melo - CONARH

3- A liderança assumirá um novo perfil

A liderança será muito mais coletiva e grupal do que individual. O professor e cientista político acredita que a verticalização será gradualmente abandonada em benefício de relações horizontalizadas; a sinergia será a tônica da ação coletiva. Para ele, a capacidade de ouvir, compreender e atuar com o outro será imprescindível: “Mesmo que haja algum grau de hierarquia – cada vez mais frágil – ela exigirá que o mando se dê menos impositivamente: haverá mais persuasão e menos ordem. Além disso, esses novos grupos de líderes devem se conformar com o fim das certezas e com a precariedade das verdades. Nenhum dogma resistirá. Tudo mudará e ninguém terá controle total do processo. O melhor a se fazer é acompanhar e compreender, fazer bons diagnósticos que permitirão que a empresa se transforme antes de seus concorrentes”.

4- A mobilidade territorial será um desafio

As companhias tenderão a se internacionalizar ou a atuar em vários locais em busca de recursos e oportunidades de mercado. Carlos Melo acredita que o indivíduo terá que se acostumar a viver longe de casa e de seu país. “Esse processo irá exigir que os profissionais aprendam mais línguas, aceitem a diversidade e compreendam mais profundamente valores, crenças e culturas. Todos deverão entrar no mindset de ‘aprender a aprender’, sobretudo no que tange às mudanças tecnológicas. Também as transformações econômicas e sociais que decorrem daí. Os conhecimentos rapidamente serão superados por novos conhecimentos, que deverão ser compreendidos e consolidados, com a perspectivas de serem igualmente superados em curto período de tempo”.

Nesse sentido, ele menciona que a educação deverá se voltar, cada vez mais, à adaptabilidade, à versatilidade, à compreensão dos grandes e dos pequenos problemas, à coragem para enfrentar desafios, à capacidade de aceitar e lidar com frustrações e à resiliência.

Participe da palestra de Carlos Melo no CONARH.

“Irei mostrar o que éramos há pouquíssimo tempo e o que somos hoje. O quanto a política tem corrido atrás — e se distanciado — da sociedade e de suas transformações que avançam muito mais celeremente. Estarei aberto a todas as questões com que possa contribuir e a compartilhar minhas dúvidas. Assim como Riobaldo, de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, ‘saber eu quase que nada sei, mas desconfio de muita coisa’. Penso que o melhor é sempre discutir essas desconfianças até que elas se transformem em entendimento e, num estágio mais avançado, se consolidem em ‘conhecimento’”.

Carlos Melo tem um convite para você.

Será um prazer conhecer e compartilhar essas questões com todos vocês. Você que está aí repleto de dúvidas, saiba que não é o único, que o mundo em que vivemos é mesmo assim. E dúvida compartilhada, discutida e trabalhada com o cuidado e carinho com que o carpinteiro faz a sua obra cheia de detalhes já não é mais dúvida. É a construção conjunta de um novo entendimento. 

Quer saber mais sobre os temas ministrados no congresso? A LG lugar de gente entrevistou alguns dos palestrantes do evento e preparou o ebook “Lições e insights do CONARH 2018”. Clique aqui para fazer o download gratuito.

Caroline Fernandes

Caroline Fernandes

Relações Públicas por formação, há mais de 7 anos estudando sobre RH, inovação e a tecnologia como catalisadora para aprimorar os processos de gestão do capital humano. Inspirada pela filosofia de Simon Sinek, acredito que entender de pessoas é entender de negócios. Junte-se a mim para explorarmos como elevar a gestão de pessoas e negócios a novos patamares.

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