7 princípios do empoderamento das mulheres no mercado de trabalho

Você já parou para pensar sobre a importância do empoderamento das mulheres no mercado de trabalho? Segundo a Organização as Nações Unidas (ONU) Mulheres Brasil, investir na equidade de gênero além de contribuir com os negócios, influencia no crescimento econômico, social e político do país. Quer saber como promover esse ambiente na sua empresa? Confira o que as convidadas do “Especial Mês da Mulher” dessa semana falaram sobre o tema.

Tatiana Godoi, Vice-Presidente de Recursos Humanos da Kerry; Luciana Pavam, Diretora de Recursos Humanos da Maersk; e Carolina Bento, Diretora de Gente e Gestão da Wiz Soluções, relatam os desafios em suas carreiras e como os superaram. Além disso, elas dão dicas para o empoderamento das mulheres no mercado de trabalho.

Histórico até o êxito

Tatiana Godoi é formada em Administração de Empresas com ênfase em Recursos Humanos e possui várias especializações na área. Com mais de 20 anos de experiência em cargos de gestão, já passou pela Termolar, STIHL, Laticínios Bom Gosto, Newell Rubbermaid, Villares Metals e Pet Nutrition da Mars Brasil.

“Após três anos aqui no Brasil, fui convidada a assumir uma posição global de RH no headquarters da empresa nos Estados Unidos. Depois de seis anos, decidi aceitar o desafio de ser Vice-Presidente de RH LATAM na Kerry, multinacional irlandesa de alimentos e ingredientes, bebidas e farma. Estou nessa posição há oito meses e permaneço muito motivada com os desafios apresentados”, compartilha Tatiana.

Já Luciana Pavam conta que começou na área de Recursos Humanos aos 19 anos, como estagiária na joint-venture da IBM com o Grupo Gerdau, enquanto cursava Administração de Empresas. Em sua carreira, a profissional passou por companhias como EDS, Goodyear, Nokia, DHL, Veolia e agora na Maersk.

“Não ter estacionado em minha zona de conforto e ter me desafiado a mudar e conhecer novas organizações, ter novos líderes e me relacionar com diversos profissionais a cada empresa, me trouxe à minha posição atual de executiva de RH”, relata Luciana.

Carolina Bento é graduada em Psicologia e possui MBA em Gestão do Negócio. Ela conta que deu início a sua carreira como estagiária em um órgão público. Depois, foi Analista de RH em uma empresa de tecnologia da informação. Além disso, a executiva passou pela Ambev, como Analista, Supervisora, Gerente, Superintendente de Business Partners Corporativa. Atualmente é Diretora de Gente e Gestão na Wiz Soluções.

Para ela, as pessoas não podem ficar paradas esperando ações de capacitação das empresas. “Claro que isso é ótimo, mas precisamos ser protagonistas do nosso desenvolvimento. Ninguém melhor do que nós mesmos para saber o que e como queremos, para sermos pessoas e profissionais cada vez melhores”, defende Carolina.

Diferentes histórias, desafios parecidos

Uma pesquisa do Instituto Ethos em conjunto com a ONU Mulheres Brasil, revela que, até 2016, apenas 14% dos comitês executivos e 11% dos conselhos de administração das maiores empresas brasileiras eram compostos por mulheres.

De acordo com Tatiana Godoi, apesar do crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho nos últimos anos, as profissionais ainda enfrentam muitas dificuldades, principalmente na busca de posições mais seniores de liderança.

Costumes antigos ainda são empecilhos

Para Tatiana, muitas vezes as mulheres precisam abdicar de conquistas na carreira para estarem mais disponíveis para cuidar da família. “Nossa sociedade ainda vê esses temas ligados à figura feminina, trazendo à tona a questão da dupla jornada”, aponta.

A Vice-Presidente de Recursos Humanos da Kerry considera que muitas organizações ainda veem a maternidade como um empecilho para a contratação e promoção das mulheres. Para ela, esses estereótipos, aliados a uma grande disparidade salarial que há entre homens e mulheres, ainda são barreiras a serem superadas.

Em concordância, Luciana Pavam acredita que essa instabilidade proporciona o aparecimento de alguns paradigmas.

“Se eu quiser engravidar, minha carreira será impactada. Preciso cuidar de uma criança e, para isso, renunciar a muitas coisas. Será que meu filho irá me esquecer se eu viajar por 10 dias? Será que minha família irá me julgar por não estar em casa no Dia das Mães? Esses são alguns exemplos reais que escuto todos os dias”, exemplifica.

Para a Diretora de Recursos Humanos da Maersk, por conta desse receio, muitas mulheres se “boicotam” e deixam de seguir o sonho profissional para viver a maternidade.

“Porém, isso vem mudando, é preciso investir em autoconfiança. Outra dica é não ter medo de pedir ajuda ao seu companheiro, sua família e amigos. Precisamos de ajuda e não há nada errado com isso”, completa Luciana.

Participação das mulheres nas organizações

A presença feminina no contexto socioeconômico foi discutida em uma reunião do G20, grupo do qual o Brasil faz parte. No encontro, foi estabelecido que até 2025 os países precisam reduzir a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho em 25%.

Quando a meta for alcançada, o órgão estima que cerca de 190 milhões de mulheres estarão inseridas no mercado de trabalho. Como resultado dessa transformação, são previstos 5,8 trilhões de dólares aplicados à economia mundial.

Os esforços já começaram há bastante tempo

Mesmo que ainda leve um tempo para superar todos os desafios relacionados à desigualdade e garantir o empoderamento das mulheres no mercado de trabalho, Luciana acredita que a figura feminina está alcançando um espaço importante que não está relacionado somente a números, mas em posicionamento. 

Para ela, a autoconfiança é a mais importante conquista dos últimos tempos e irá permear a história para sempre. “No futuro, acredito que não irá importar se somos mulheres ou homens e sim nos respeitarmos como seres humanos, com nossas qualidades e defeitos, com nossas habilidades e competências e nos complementarmos para juntos sermos mais eficientes e eficazes”, declara.

Princípios do empoderamento das mulheres no mercado de trabalho

Cientes do papel das empresas para o crescimento econômico e para o desenvolvimento humano, a ONU Mulheres e o Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres. Essas normas são um conjunto de considerações que ajudam o mercado de trabalho a incorporar valores e práticas que tenham como objetivo à equidade de gênero e a promoção de autonomia para as profissionais. Confira quais são eles:

1 – Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.

2 – Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.

3 – Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.

4 – Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.

5 – Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres no mercado de trabalho através das cadeias de suprimentos e marketing.

6 – Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.

7 – Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.

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Rômulo Santos

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