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Futuro do trabalho: como o RH pode acompanhar as mudanças?

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Estudo realizado pelo Fórum Econômico Mundial aponta quais empregos irão surgir e sumir a partir de 2023, além das habilidades necessárias para se manter no mercado. Confira a análise completa sobre o tema!

Como você imagina o futuro do trabalho? Não é segredo que a evolução exponencial da tecnologia tem impactado às habilidades técnicas e comportamentais que as empresas precisam. Com o objetivo de acompanhar esse cenário, o Fórum Econômico Mundial publica anualmente o relatório “The Future of Jobs”. Confira as principais tendências e as competências necessárias para desenvolver seu capital humano e manter seu negócio competitivo.

Em 2023, o estudo reuniu informações de 803 empresas, que empregam cerca de 11,3 milhões de pessoas em 27 setores e 45 economias de diferentes regiões do mundo. Seu objetivo é mapear os empregos e as habilidades que serão relevantes no futuro.

Com as mudanças, juntamente com a transição para uma economia mais sustentável, surgem demandas por empregos em diversos setores. No entanto, segundo o estudo, a adoção dessas tecnologias, o aumento do custo de vida, o crescimento econômico lento e as tensões geopolíticas também resultam na perda de empregos.

Com base em uma análise de dados com 673 milhões de empregos, o relatório prevê a criação de cerca de 69 milhões postos de trabalho e a eliminação de aproximadamente 83 milhões. Isso resultaria em uma redução que gira em torno de 14 milhões de empregos, o que representa cerca de 2% existentes atualmente.

A tecnologia como propulsora da criação de novos empregos

O estudo do Fórum Econômico Mundial prevê que, nos próximos cinco anos, a adoção de tecnologia e mudanças geopolíticas e econômicas desempenharão um papel fundamental na transformação dos negócios. Além disso, as práticas de “Environmental, Social and Governance” (ESG) também serão primordiais nessa transformação.

Sérgio Lopes, Mentor e Palestrante de Liderança, acredita que as alterações provocadas pela tecnologia nos últimos 50 anos apontam o caráter revolucionário dessa ferramenta no futuro do trabalho.

Sergio Lopes, Mentor e Palestrante de Liderança

“O avanço da tecnologia tem provocado uma verdadeira revolução na forma como nós entendemos o trabalho e o emprego, no que diz respeito ao nível de exigência de conhecimento e da flexibilidade proporcionada pelos novos postos”, destaca o autor.

Ainda em relação aos dados da pesquisa, os profissionais entrevistados apontaram que Big Data, computação em nuvem e inteligência artificial são as tecnologias mais populares sendo implementadas atualmente. Com isso, mais de 75% das empresas planejam incorporá-las nos próximos cinco anos.

No cenário brasileiro e global, o Big Data é a principal tecnologia geradora de empregos, com 51% dos entrevistados brasileiros prevendo crescimento relacionado a esse tema. Ou seja, fica clara a importância de estar integrado a essas ferramentas para se manter atualizado e competitivo no mercado.

Acompanhe os dados referentes ao Brasil em relação às macrotendências que têm maior potencial de gerar empregos:

  • A aplicação mais ampla dos padrões ESG (70% de expectativa de emprego);
  • Investimentos relacionados à adaptação de operações às mudanças climáticas (62% de expectativa de emprego);
  • Investimentos para facilitar a transição ecológica dos negócios (62% de expectativa de emprego).

Entretanto, apenas duas tecnologias não devem apresentar um saldo positivo de empregos nos próximos cinco anos: robôs humanoides e não humanoides. Afinal, elas podem levar à substituição de empregos por automação, ao invés de gerar oportunidades de emprego adicionais.

Por fim, de acordo com o estudo do Fórum Econômico Mundial, entre os novos postos de trabalho gerados, destacam-se:

  • Especialistas em IA e aprendizagem de máquina;
  • Especialista em sustentabilidade;
  • Analista em Inteligência de negócios;
  • Analista de Segurança da Informação;
  • Engenharia de Fintechs;
  • Cientistas e analistas de dados;
  • Engenharia de robótica;
  • Especialista em Big Data;
  • Operadores de equipamentos agrícolas;
  • Especialistas em transformação digital.

E, segundo o relatório, os principais postos de trabalho que devem desaparecer são:

  • Caixas de banco e funcionários relacionados;
  • Funcionários dos Correios;
  • Caixas e cobradores;
  • Escriturários de entrada de dados;
  • Secretários administrativos e executivos;
  • Assistentes de registro de produtos e estoque;
  • Escriturários de contabilidade;
  • Legisladores e oficiais judiciários;
  • Atendentes estatísticos, financeiros e de seguros;
  • Vendedores de porta em porta, ambulantes e trabalhadores relacionados.

O fato é que as organizações pesquisadas preveem menos 26 milhões de empregos até 2027, impulsionadas principalmente pela digitalização e automação. Com isso, nota-se a necessidade de se adaptar a esse novo contexto.

Habilidades-chave para as empresas

As novidades trazidas pela transformação digital não apenas criam postos de trabalho, mas alteram as habilidades exigidas pelas empresas. O relatório estima que 44% das competências serão alteradas nos próximos cinco anos.

Manoel Jardim, CEO da ben.up

Antes de 2027, 60% da atual força de trabalho demandará treinamento para atender às novas necessidades, mas apenas metade terá acesso a uma capacitação adequada. Isso revela um cenário preocupante.

Nesse sentido, Manoel Jardim, CEO da ben.up, indaga sobre o baixo domínio dos profissionais e pouco preparo educacional. “O nível de conhecimento exigido é cada vez mais enorme e as escolas não estão preparando os alunos para o mercado, principalmente no Brasil”, lamenta.

Além disso, Jardim destaca também que, atualmente, a flexibilidade mostra-se como elemento crucial nesse novo cenário. “Hoje, não falamos mais de emprego e sim de trabalho. Afinal, muitas pessoas, em decorrência da flexibilidade, trabalham em diversas frentes e para múltiplos empregadores. Por isso, é essencial estar preparado para essas novas demandas de forma ágil e simples”, reforça.

Veja as 10 habilidades mais importantes para o futuro do trabalho, segundo o Fórum Econômico Mundial:

  • Pensamento Analítico;
  • Pensamento Criativo;
  • Resiliência, Flexibilidade, Agilidade;
  • Motivação e Autoconhecimento;
  • Curiosidade e Aprendizagem Contínua;
  • Repertório Tecnológico;
  • Confiabilidade e Atenção aos Detalhes;
  • Empatia e Escuta Ativa;
  • Liderança e Influência Social;
  • Controle de Qualidade.

Apenas uma delas é hard skill, todas as demais são soft skills, reforçando o quanto o comportamento humano será ainda mais primordial para o desenvolvimento dos negócios.

Como o RH pode se preparar para as mudanças?

O avanço da tecnologia está transformando rapidamente o mundo do trabalho e o papel do setor de Recursos Humanos é crucial na preparação das organizações para esse futuro cada vez mais digital.

Confira abaixo 4 dicas e como o setor pode se preparar:

1. Proporcionar aprendizagem contínua

Uma das estratégias que o RH pode adotar é fomentar a aprendizagem contínua. A promoção de uma cultura de desenvolvimento constante é essencial para capacitar os colaboradores com as habilidades digitais e tecnológicas necessárias para enfrentar os desafios do futuro.

Eliane Dilinski, Gerente de Operações LMS e Games da LG lugar de gente, reforça os benefícios desse processo. “Apostar na tecnologia para a aprendizagem contínua faz com que o processo aconteça de forma orgânica, sem prejuízos às demais rotinas da companhia”, destaca.

Isso pode ser feito por meio de treinamentos internos, parcerias com instituições de ensino ou o uso de plataformas de aprendizagem on-line. Tudo com o objetivo de garantir que haja um desenvolvimento contínuo do colaborador.

2. Promover a diversidade e a inclusão

O RH pode criar oportunidades para a interação entre profissionais de diferentes backgrounds, promovendo a diversidade e a inclusão. Além disso, programas de trabalho em equipe podem ser implementados para estimular a troca de conhecimentos e a geração de ideias inovadoras.

Afinal, a demanda por diversidade e inclusão nas empresas mostra-se como um assunto chave para os negócios. Essa é a conclusão do levantamento Guia Salarial 2022, realizado anualmente pela Robert Half, que contou com a participação de 300 executivos C-level do Brasil.

De acordo com o relatório, empresas de todo país já estão adotando práticas de DEI em suas rotinas e os resultados são positivos: times diversos e inclusivos são melhores na resolução de problemas, tomada de decisão e inovação.

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3. Acompanhar as tendências

O fato é que é crucial que o RH acompanhe as tendências de tecnologia e gestão de pessoas a fim de se manter atualizado e aplique-as de forma estratégica. Isso implica em entender como a inteligência artificial, automação, análise de dados e outros processos que estão impactando o trabalho.

Para Felipe Azevedo, Presidente da LG lugar de gente, é preciso atuar de forma assertiva e confiante diante desses avanços. “Não há o que temer, a maior aliada do avanço tecnológico é a confiança. É ela que permeia as relações humanas e que permite traçarmos passos seguros. Para que as tendências sejam portas abertas ao invés de entraves para as organizações e pessoas, é essencial ter equilíbrio e administrar de forma inteligente essas mudanças”, reforça.

4. Desenvolver uma cultura de inovação

Por fim, o RH deve cultivar uma cultura de inovação. Incentivar a colaboração entre equipes, promover a troca de ideias e fornecer recursos para a implementação de projetos inovadores são formas de estimular a criatividade e a busca por soluções disruptivas.

Para Douglas Madona, Diretor de RH da Fazenda Futuro, a tecnologia funciona como uma ferramenta que ajuda a escalar processos, otimizar demandas operacionais e administrar melhor o tempo, de modo que seja possível atuar de forma estratégica no RH.

“Se a gente quiser descobrir o que é inovação nas organizações, primeiro precisamos entender qual é a função de uma organização na sociedade. Desse modo, é possível observar que ela só evolui porque inova”, defende.

Ao adotar essas estratégias, o setor se preparará adequadamente para um futuro do trabalho cada vez mais tecnológico. Isso garantirá que a organização tenha as habilidades necessárias para se manter competitiva no mercado e que os colaboradores se preparem para enfrentar os desafios que surgirem.

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Foto de Flaviane Paiva

Flaviane Paiva

Gerente de Marketing da LG lugar de gente, jornalista por formação, com mais de 15 anos de experiência acompanhando as transformações da tecnologia aplicada à gestão do capital humano. Ao longo dessa trajetória, tenho liderado times, enfrentado desafios diversos e me aprofundado em temas de liderança, o que me levou a concluir um MBA em Liderança Estratégica.

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