A liderança da TI precisou adaptar a gestão dos negócios às novas formas de trabalho devido à pandemia da covid-19. Isso acentuou uma crise no modelo tradicional e acelerou uma demanda já existente: uma nova geração de líderes.
É o que indica o projeto “Future Leaders”, realizado neste ano pela empresa global de consultoria de comunicação e relações públicas LLYC, que traçou o perfil desses novos sucessores profissionais. A pesquisa foi baseada em técnicas de processamento linguístico e Inteligência Artificial (IA) para fazer o mapeamento.
A análise também contrasta as diferenças dos líderes tradicionais, com discursos mais profissionalizados e técnicos, para os da nova geração, com um posicionamento mais resiliente e emocional, senso de disciplina e grande tendência para a ação. Trazer esse comparativo permite identificar uma mudança estrutural na forma de liderança e comunicação para o futuro.
Desafios na liderança da TI
Por conta do isolamento social, o trabalho remoto tornou-se uma necessidade. Isso desafiou os líderes da área de tecnologia a adotarem práticas para a construção de equipes produtivas e colaborativas. Nesse cenário, os diretores de segurança da informação (CISOs) assumiram um papel fundamental ao gerenciar remotamente com um nível mais alto de eficácia do que antes.
Sergio Alexandre Simões, Executivo Sênior de Digital e Inovação da Digitize-se, reforça a importância de priorizar a experiência do colaborador e o papel da liderança nesse momento pandêmico. Para ele, é preciso “ajudar os times a terem foco, inserir atividades em grupo para discussão do momento em que vivemos, provocar happy hours, momentos de meditação e tantas outras boas práticas já vivenciadas e implementadas nos últimos meses”, afirma.
Na pesquisa realizada pela Gartner, o Diretor de pesquisa da consultoria, Sam Olvaei apontou que outro desafio, intensificado por essa fase, é a necessidade da rápida evolução digital ao mesmo tempo em que os CISOs enfrentam uma maior supervisão das equipes executivas e conselhos administrativos.
Nesse sentido, Sérgio também acrescenta que mesmo os líderes que já estavam conectados com os pilares da transformação digital sentiram o impacto da pandemia, do ponto de vista tecnológico. “Entretanto, para a grande maioria, ainda enraizada em soluções e posições de trabalho mais ‘fixas’, houve maiores dificuldades e grandes desafios de colocar a empresa on-line durante esse momento”, completa.
A tecnologia assumiu um papel fundamental para a continuidade dos negócios durante esse período e, por isso, a digitalização das organizações deu um salto. O Executivo Sênior de Digital e Inovação reforça que a lição que fica para as lideranças da TI é perceberem que a transformação digital se torna essencial no “novo normal”.
Diante disso, é necessário “um Plano de Transformação Digital (PTD) que entenda e reflita o modelo de negócio, a experiência dos clientes e que faça proveito das tecnologias e ecossistemas de aceleração”, declara o especialista.
Liderança eficaz
A pesquisa CISO Effectiveness 2020 da Gartner foi conduzida globalmente com 129 líderes de funções de risco da informação. O estudo determina a capacidade e a eficácia na execução de tarefas profissionais, divididas em quatro categorias: liderança funcional, entrega de serviços de segurança da informação, governança em escala, e capacidade de resposta da empresa.
Apenas 12% dos diretores de segurança da informação se destacam em todas essas quatro categorias, indica a pesquisa. Além disso, outra descoberta revelada é a de que os CISOs que apresentaram os melhores desempenhos são os que se reúnem, regularmente, com áreas não relacionadas à TI. Cerca de dois terços desses funcionários encontram-se pelo menos uma vez por mês com líderes de outras unidades de negócios, como o CEO, chefe de marketing e vendas.
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Sergio Simões destaca que uma boa liderança da TI faz uma gestão de pessoas que valoriza as diferenças e as perspectivas de cada um: “De forma a ter um time coeso, diverso e tecnicamente capaz para entender a complexidade das mudanças, das crises e das oportunidades”, garante.
Ele também acredita que os CISOs têm o encargo de manter a disponibilidade dos ativos de TI para os usuários o tempo todo. “Inevitavelmente, a função das tecnologias e o emprego delas nos processos de negócio se tornaram mais visíveis e mais necessárias, logo, não há como viver sem elas”, completa o especialista.
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