Qual a melhor maneira de desenvolver times de alta performance? A resposta dessa pergunta custou alguns milhões de dólares à Google. A gigante de tecnologia fez pesados investimentos em um projeto denominado “Aristóteles”, cujo objetivo era entender por que certas equipes prosperam e outras fracassam.
O Departamento de Pessoas e Operações da Google analisou tudo, até mesmo particularidades, como a frequência com que os funcionários almoçavam juntos. Os resultados desse estudo, desenvolvido desde 2012, foi divulgado recentemente. A conclusão não trouxe grandes surpresas: os líderes devem evitar a microgestão e ter uma comunicação clara.
A pesquisa também evidenciou que as melhores equipes não são formadas pelas pessoas “mais qualificadas” e com os melhores currículos, e sim pela inteligência coletiva, ou seja, habilidades que aparecem na colaboração entre os membros.
Como fazer isso na prática?
Antenada nesse cenário, a Amgen, multinacional que é referência em biofarmacêutica e no tratamento de doenças de difícil atendimento, entendeu que era necessário fazer algumas reestruturações na empresa. Primeiramente, a companhia reformulou posições-chave do seu time de liderança.
Segundo o Diretor Médico da Amgen, Daniel Martinez, que esteve envolvido no processo, os executivos selecionados para participar desse movimento tinham a missão de elevar tanto o trabalho dos líderes quanto das suas respectivas áreas. “A conquista da alta performance na Amgen passa por lideranças corretas, bases de confiança, comunicação efetiva, times comprometidos e motivados, responsabilidade individual e coletiva e, por fim, clareza de metas”, explica o diretor.
Para Daniel, não existem fórmulas prontas e universalmente replicáveis, mas, em geral, as conquistas sustentáveis são alcançadas com direcionamento estratégico do time e implementação de planos de ação. “No caso da Amgen, a área médica é extremamente estratégica e deve coliderar o negócio. Estamos em um intenso trabalho de desenvolvimento das pessoas, de integração e de melhoria das entregas. Isso exige da área médica e do time de liderança novas relações de confiança. Hoje, os níveis de comprometimento das equipes estão em patamares muito mais altos, o que reflete diretamente em nossos resultados financeiros e não financeiros”, garante o diretor.
Desafios à vista
De acordo com o diretor, hoje, o RH e os líderes têm a missão de atrair, reter e motivar talentos capazes de garantir as entregas esperadas pela companhia. Tudo isso, em um cenário interno e externo muito volátil, incerto e desafiador, ao mesmo tempo em que precisam ter uma visão estratégica para antecipar tendências e influenciar o ambiente do negócio.
Na Amgen, por exemplo, é necessário conciliar, nas mesmas pessoas, alto nível técnico e científico com altos níveis de gestão e liderança. Mas, para ele, o futuro reserva desafios ainda maiores quando o assunto é desenvolver times de alta performance.
“Minha visão é que nos próximos anos teremos dificuldades maiores do que atração e motivação. Temos aumentado o número de funcionários promovidos para posições de liderança, o que ajuda tanto na questão da motivação, quanto na menor necessidade de atração. Por isso, a meu ver, os desafios dos líderes serão a consolidação de equipes de alto desempenho e a capacitação de gestores, que cada vez mais são desenvolvidos internamente ao invés de contratados do mercado. Enquanto isso, também precisamos garantir que nossa cultura se mantenha forte e coesa, frente às constantes mudanças do negócio”, completa.
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