A transformação digital no RH deixou de ser apenas uma tendência para se tornar uma prioridade estratégica nas empresas brasileiras. Com a pressão por mais eficiência, dados confiáveis e uma experiência mais fluida para os colaboradores, o RH está sendo chamado a se reinventar.
A pesquisa HR Strategy 2025, realizada pela LG lugar de gente em parceria com a Mercer, revela que muitas organizações já reconhecem a importância da digitalização, mas ainda enfrentam diversos obstáculos para avançar nessa jornada. Por outro lado, também mostra que há inúmeras oportunidades para tornar o RH um agente de inovação e crescimento.
Neste artigo, vamos explorar os principais resultados da pesquisa, entender os desafios enfrentados pelas empresas e mapear caminhos possíveis para um RH mais moderno, conectado e estratégico.
A transformação digital ainda está no começo para a maioria das empresas
Embora a maioria das organizações afirme estar se preparando para transformar seu RH, apenas 21% dizem estar em um estágio avançado de digitalização. A maior parte — 44% — ainda está na fase de planejamento, enquanto 35% estão apenas começando a implementar suas iniciativas.
Isso revela que, apesar da intenção clara de inovar, grande parte das empresas ainda lida com processos fragmentados, pouca automação e uma dependência de sistemas legados.
Entre as áreas onde há mais avanços, estão o investimento em tecnologia e infraestrutura (com 30% das empresas em estágio mais maduro), seguido pela definição de estratégia de digitalização e capacitação da liderança. Em contrapartida, temas como cultura digital, inovação e parcerias estratégicas ainda são pouco explorados.
A integração de sistemas e a qualificação da equipe são os principais entraves
A pesquisa mostra que as dificuldades enfrentadas pelas empresas na transformação digital no RH são complexas e multifatoriais. Entre os principais entraves, destacam-se:
Integração tecnológica
53% das empresas apontam a dificuldade em integrar sistemas antigos com novas tecnologias como um dos principais desafios. Muitos RHs ainda operam com softwares isolados, o que compromete a fluidez dos processos e a análise estratégica de dados.
Qualificação da equipe
Outro ponto crítico é a falta de habilidades digitais entre os colaboradores. Também com 53% das respostas, esse desafio mostra que a transformação precisa ir além da tecnologia — ela exige mudanças profundas na cultura e no perfil dos profissionais da área.
Orçamento limitado
O custo da transformação também é um impeditivo. Mais da metade das empresas relatam dificuldades para justificar e viabilizar financeiramente a implementação de novas soluções. Isso evidencia a necessidade de conectar os investimentos de RH com indicadores de impacto direto no negócio.
Além disso, outros fatores como resistência à mudança (26%), falta de tempo para priorizar o tema (32%) e riscos relacionados à segurança da informação (52%) também aparecem como barreiras relevantes.
A transformação digital no RH promete ganhos reais de produtividade e experiência
Mesmo com tantos desafios, os benefícios esperados da digitalização são claros para as empresas:
- 91% acreditam na melhoria da eficiência operacional, com redução de retrabalho e tarefas manuais.
- 81% esperam otimizar processos internos, promovendo agilidade e consistência.
- 68% veem ganho na experiência do colaborador e do cliente interno, com mais autonomia e clareza na jornada.
- 52% esperam mais capacidade de adaptação às mudanças do mercado, algo fundamental em tempos incertos.
Esses números mostram que o RH digital é visto como um aliado estratégico da organização — capaz de gerar valor em diferentes frentes, da produtividade à atração e retenção de talentos.
Cultura digital ainda é um desafio, mas começa a ganhar força
Tecnologia sozinha não transforma o RH. É preciso criar uma cultura organizacional que favoreça a experimentação, a inovação e o aprendizado contínuo.
Segundo a pesquisa, 60% das empresas estão envolvendo a liderança ativamente no processo de transformação, e o mesmo percentual incentiva colaboração e trabalho em equipe como pilares para o novo modelo.
Ainda assim, iniciativas mais estruturadas como pesquisas de clima, parcerias com startups e criação de ambientes mais flexíveis ainda são pouco utilizadas, o que pode limitar a consolidação de uma cultura realmente digital.
Na prática, isso significa que, mesmo com sistemas modernos, muitos RHs ainda operam com uma mentalidade tradicional. Para que a tecnologia cumpra seu papel, é fundamental investir também em mudanças comportamentais e na forma como as pessoas se relacionam com o trabalho.
Investimentos em tecnologia de RH vão crescer — e People Analytics lidera a lista
A boa notícia é que a maioria das empresas está comprometida em avançar. De acordo com a pesquisa:
- 51% pretendem aumentar moderadamente o investimento em tecnologia de RH nos próximos 12 meses;
- 15% vão aumentar significativamente esse investimento;
- As prioridades são:
- People Analytics (64%)
- Automação de tarefas administrativas (60%)
- Recrutamento e seleção (45%)
- Gestão de talentos (40%)
Esses dados indicam uma tendência de RH mais estratégico e orientado por dados, que busca decisões baseadas em evidências, previsibilidade de comportamentos e automação inteligente.
O RH pode — e deve — liderar essa transformação
A transformação digital no RH só terá sucesso se o próprio RH assumir um papel de protagonismo. Isso passa por quatro pilares:
1. Clareza de propósito
Digitalizar não é apenas modernizar sistemas — é melhorar a forma como as pessoas vivenciam o trabalho. O RH precisa garantir que as soluções tecnológicas estejam alinhadas aos valores e aos objetivos da empresa.
2. Engajamento de líderes e colaboradores
Transformações sustentáveis envolvem pessoas. Isso significa investir em comunicação transparente, dar voz às equipes, incentivar ideias e promover o aprendizado contínuo.
3. Uso estratégico de dados
Com ferramentas como People Analytics, o RH pode antecipar tendências, medir impacto e agir de forma mais rápida e precisa. Essa é a chave para sair do operacional e assumir um papel estratégico.
4. Flexibilidade para inovar
É necessário criar espaço para testar novas abordagens, aceitar erros e aprender com eles. A inovação no RH não nasce da rigidez, mas da capacidade de se adaptar continuamente.
Aprofunde sua análise: leia a pesquisa HR Strategy 2025
A transformação digital no RH é um caminho sem volta — e quanto antes sua empresa começar a trilhar essa jornada de forma estruturada, maiores serão os resultados.
Para entender todos os dados, reflexões e oportunidades mapeadas, acesse agora a pesquisa completa HR Strategy 2025, da LG lugar de gente em parceria com a Mercer. Clique aqui para acessar a pesquisa completa!