2017 se despede deixando um legado de muitas transformações. A começar pelas profundas mudanças que a tecnologia trouxe para o mercado de trabalho. É consenso entre estudiosos que as empresas, a economia e a sociedade de forma geral já vivenciam a Quarta Revolução Industrial. De acordo com Daniela Mendonça, o ritmo está acelerado e são muitos os desafios do mundo corporativo para 2018. “Dia após dia, existem novas regras para os negócios, para a maneira como se atrai, recruta e desenvolve os talentos. Afinal, quase todas as práticas empresariais estão sendo afetadas, desde a aprendizagem, a gestão, até a própria definição de trabalho”.
Daniela destaca que por esse motivo, em 2018, CEOs, gestores de RH e líderes devem estar de olho em alguns desafios que vão impactar a produtividade das empresas e também mudar a relação das corporações com seus colaboradores. Confira quais são eles:
1- Robotização no mercado de trabalho
De acordo com a presidente da LG lugar de gente, com a chegada das soluções de Robotic Process Automation (RPA), o uso de “robôs” ou “bots”, é possível realizar atividades, que até então só podiam ser executadas por pessoas, com maior precisão e altíssima performance.
Segundo ela, para que se torne viável, é necessário que as tarefas sejam repetíveis, escaláveis e tenham um fluxo contínuo de informações, como o recebimento de currículos e preenchimento de dados dos candidatos em outro software, dentro de um processo de seleção, por exemplo. “Os RPAs vão obrigar os profissionais que hoje atuam com atividades operacionais, independentemente da área, a se desenvolver para um perfil criativo e que necessite de mais reflexão e pensamento crítico, e de menos repetição”, afirma Daniela.
2- Gestão humanizada
Ao mesmo tempo em que esses sistemas ganham espaço, as companhias também percebem que é necessário investir na gestão humanizada. Daniela garante que, com a tecnologia executando atividades rotineiras, é possível dedicar tempo em um relacionamento mais próximo. “O desafio dos gestores é conseguir conciliar os objetivos pessoais e profissionais dos colaboradores com as estratégias das empresas, bem como manter a produtividade da organização”, comenta.
Para Daniela, o intuito dessa prática é valorizar a interação e o bem-estar dos funcionários em prol de melhores resultados para a companhia. “Em um mercado profissional competitivo, a humanização também é uma importante ferramenta para a retenção de talentos. Além disso, o exercício desse tipo de gestão reflete diretamente no atendimento humanizado dos clientes pelos colaboradores: se eles vivenciam, tem maiores chances de também praticarem”, destaca a presidente.
3- Liderança inclusiva
Segundo ela, outro assunto fundamental é a diversidade no ambiente corporativo. “Trabalhar diversas etnias, raças, crenças, gerações e gêneros nas equipes pode trazer uma série de benefícios para as empresas. O primeiro deles é tornar os processos de trabalho mais criativos e eficientes. Como consequência, os funcionários se sentirão mais motivados”.
Uma pesquisa realizada em 2015 pela Harvard Business Review revelou, por exemplo, que nas empresas onde o ambiente de diversidade é reconhecido, os trabalhadores estão 17% mais engajados e dispostos a ir além das suas responsabilidades. Também foi identificado que a existência de conflitos chega a ser 50% menor do que em outras organizações. “Isso significa que quando trabalhamos em um local que aceita as diferenças, também nos sentimos mais à vontade para aprender, arriscar e contribuir”, ressalta Daniela.
4- Tecnologia
A presidente acredita ainda que 2018 vai marcar a consolidação do uso da inteligência artificial, People Analytics e games no mundo dos negócios. “Em 2017, essas tecnologias começaram a ser adotadas e algumas empresas já entendem como podem aplicar essas ferramentas para otimizar o trabalho de seus times”.
Ela acredita que o investimento em People Analytics, ferramenta fundamental para uma gestão de pessoas estratégica, vem com mais força. “Essa plataforma agrupa as informações sobre pessoas em um único lugar, proporcionando conclusões mais assertivas para RH e gestores, que precisam tomar decisões pautadas em dados concretos e não apenas em feeling”, explica.
5- eSocial
Por último, Daniela afirma que não poderia deixar de citar o eSocial. O projeto do governo federal, que irá unificar a maneira como as empresas prestam suas obrigações trabalhistas e previdenciárias, entrou em vigor no primeiro mês de 2018 para as companhias que faturaram acima de R$78 milhões em 2016 e será dividido em fases para facilitar a adaptação. “No entanto, o maior desafio para as companhias é a mudança de cultura. Por isso, o eSocial irá movimentar organizações e gestores e não apenas a área de RH, como muitos acreditavam no início”.
Já deu para perceber que o ano de 2018 vai ser movimentado e cheio de desafios para o mundo corporativo. Mas Daniela garante que é possível passar por essa etapa com mais tranquilidade. “De que maneira? Invista em tecnologia para que seus processos burocráticos se tornem automatizados e precisos e também para tomar as decisões mais certas, aumentar a produtividade e reduzir o overhead. Mas, sobretudo, desenvolva seu capital humano e valorize o ativo mais importante da sua empresa: as pessoas”, finaliza a presidente.
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