Sua empresa está atenta ao tema employee experience? Cuidar para que a experiência do colaborador seja positiva é um dos desafios do RH nos últimos tempos. De acordo com o estudo State Of The Global Workplace, realizado pela Gallup, em 2017, as companhias da América Latina já estão adotando a “gestão centrada no funcionário”, considerando a mudança como um investimento no futuro. Quer saber por que esse assunto é tão importante?
Para Jaakko Tammela, Diretor de Design do Grupo FJord, um dos estúdios de design mais influentes do país, pensar na experiência do colaborador é uma tendência nas empresas porque aumenta a sinergia entre as equipes e, consequentemente, melhora os resultados do negócio. “Vejo que é uma resposta às atuais necessidades das organizações, desde a parte de desenvolver uma maneira mais flexível e dinâmica de montar times, contratar pessoas e empoderá-las para que se sintam à vontade na hora de inovar, quanto para criar ambientes que tragam mais prazer para as pessoas e processos que ajudem os funcionários a atingirem seus objetivos”.
Papel do RH
Como a área de recursos humanos pode levar em consideração a experiência do colaborador na gestão de pessoas? O especialista acredita que os RHs podem promover um relacionamento positivo entre profissional e empresa de duas maneiras: relacionando aumento de produtividade com satisfação no trabalho e melhorando sua capacidade de atrair talentos. “É preciso ter um olhar mais amplo de toda a interação entre os funcionários e a organização. Isso ajuda na construção de uma relação de valor entre esses atores. Quando tiramos os atritos burocráticos nos diversos momentos, como onboarding, pedidos de reembolso, políticas de treinamento ou qualquer outra tarefa organizacional, cada colaborador passa a ter foco no seu trabalho. Da mesma forma, as pessoas buscam cada vez mais uma conexão de propósito com as organizações, que transcendem uma relação monetária, entre o tempo de executar uma tarefa e receber um salário”, explica.
Segundo o especialista, o RH precisa ajudar a responder às necessidades atuais das companhias e considera que uma das formas de conseguir isso é redesenhando os modelos de trabalho. “A gestão de pessoas precisa ter um olhar de design, no sentido de criar algo relevante para o colaborador e trazer um aspecto mais humanizado para essas relações. Também precisa pensar novos cenários e modelos organizacionais e executá-los. Design é entender, criar e fazer. Esse é um ciclo constante, mais relevante do que nunca”, destaca.
Influência da cultura digital
De acordo com Jaakko Tammela, a experiência do colaborador está intrinsecamente ligada à 4ª Revolução Industrial. “Precisamos de agilidade para navegar nesse mundo digital. Seja porque tudo acontece em uma velocidade nunca imaginada, seja porque não existem mais certezas. Dessa forma, precisamos de novas maneiras para executar as tarefas. Afinal, os times serão cada vez mais híbridos e inconstantes. Por isso, a experiência do colaborador deve abordar essa visão: como criar um ambiente de constante evolução e aprendizado? Como trazer processos e ferramentas que permitam aos novos integrantes já entrarem contribuindo de maneira simples e efetiva? Como pensar novos modelos de remuneração, contratos e relações?”, convida à reflexão o especialista.
Para ele, a mudança que vivemos hoje é social. “Essa transformação acontece de dentro para fora nas empresas, assim como nos seres humanos. Dessa forma, não há como não acompanhar esse movimento e não fazer parte dele. As pessoas buscam e buscarão cada vez mais experiências memoráveis em suas diversas relações e interações. Se encararmos a empresa como mais um desses lugares e não como lugar fim ou como o mais importante, automaticamente os indivíduos buscarão novas soluções e melhorias para sua experiência atual”, ressalta Jaakko.
Mas, afinal, como colocar a gestão centrada no funcionário em prática? Jaakko recomenda: “Comece olhando o colaborador como pessoa, considere além do momento em que ele está na empresa. Ou seja, aplique uma visão holística de por que uma pessoa quer ir trabalhar com você ou não, como ela vai, qual o propósito, o que ela precisa para completar uma tarefa etc. Lembre-se de que o profissional é uma pessoa que mora em algum lugar, tem interesses na vida e o trabalho é parte desse todo. Olhando o todo e como as coisa se encaixam, é um bom começo”.
Gostou do tema? Quer saber mais sobre como a experiência do colaborador impacta os negócios? Na matéria de capa da 20ª edição da Revista Huma apresentamos a opinião de diversos especialistas sobre o assunto. Quero fazer o download do material.