Dando continuidade à nossa série de entrevistas sobre os temas que serão ministrados no 43º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH), vamos falar hoje sobre geração de talentos. Em entrevista à LG lugar de gente, o Diretor Presidente da Falconi, Wilson Risolia, reforça como as companhias podem otimizar suas contratações e melhorar sua marca empregadora, através de um envolvimento maior com as salas de aulas.
Wilson foi executivo do mercado financeiro até 2010, quando ingressou no campo da educação. Foi nessa época que começou a entender na prática porque existia um gargalo tão grande de mão de obra qualificada e produtividade no país. “Tomei um choque quando eu me deparei com a realidade das nossas escolas. De um lado, temos um mercado ávido por novos talentos e por uma geração com maior qualidade. Do outro, temos jovens malformados”, explica o diretor.
Para ele, esse cenário cria o primeiro gap entre o que as empresas querem e o que as escolas oferecem. Outro ponto de atenção, na opinião dele, é a queda demográfica que deverá ocorrer nos próximos anos e comprometerá nosso potencial de mão de obra. “Essas três variáveis juntas me mostraram que é preciso ter senso de urgência quando o tema é a geração de talentos”, comenta Wilson.
Escola x empresa
Diante desse cenário, qual o papel das companhias? Por que é importante que elas se aproximem das escolas? Para Wilson, o primeiro aspecto que deve ser analisado é o social. “A gente só percebe essa importância quando vemos o tamanho da população carcerária, por exemplo. Hoje, 60% dos presos adultos no Brasil possuem menos de 29 anos, sendo que a maior parte deles não concluíram o ensino básico. Além desse quadro, temos um alto índice de gravidez infantil, sendo que apenas 25% dessas adolescentes retornam às escolas. Então, se as empresas não fizerem nada, teremos uma contração na oferta de mão de obra com o passar dos anos e continuaremos nesse ciclo vicioso”, destaca o líder da Falconi Educação.
Mas investir na geração de talentos vai muito além dos aspectos sociais. Segundo Wilson, companhias que se aproximam das instituições de ensino, reforçam sua marca como empregadora. “Eu vivi essa situação de perto. Quando fui secretário de educação no Rio de Janeiro (RJ), criamos um programa de parceria com algumas empresas e percebemos que a relação dos alunos e de suas famílias com essas marcas era diferente. Se a companhia proporciona uma educação de qualidade e prepara esse filho para algo melhor, sem dúvida, os pais a valorizam, apoiam e admiram”, garante Wilson.
A geração de talentos deve estar na pauta do RH?
Segundo o diretor da Falconi, a gestão de pessoas deve se preocupar com o tema, pois a conta é sempre mais cara para a empresa. “Caso as companhias não se aproximem da formação desses estudantes, lá na frente o custo dela com recrutamento, seleção e capacitação desses colaboradores será muito maior. Isso porque muitos jovens chegam ao mercado sem saber coisas básicas para o trabalho”, completa Wilson.
Wilson Risolia tem um convite para você!
Para o CONARH, vou levar algumas informações importantes sobre a educação no Brasil e números que as pessoas nem fazem ideia de como estão atualmente. Convido você a participar conosco e fazer uma reflexão sobre essa realidade. Conto com sua presença!