Uma consulta às expectativas dos especialistas em gestão de pessoas pode mostrar que 2019 reserva alguns desafios já bastante conhecidos na área de varejo, mas que foram potencializados pelas transformações proporcionadas pela era digital.
Segundo o estudo “Global Consumer Executive Top of Mind 2018“, realizado pela KPMG Global com 530 executivos, a demanda por maior eficiência, velocidade e transparência é a principal preocupação dos líderes das empresas varejistas no país. O que exige diferentes abordagens e novos formatos para a relação colaborador-empresa.
Agilidade e simplicidade
Na medida em que o avanço tecnológico culmina em mudanças de comportamento do consumidor cada vez mais rápidas, torna-se necessária a capacidade de inovar a cadeia de processos em um ritmo acelerado. Fazer isso, no entanto, requer a sabedoria para simplificar as rotinas e aprender a fazer essa transição com as “startups”, empresas que já nasceram digitais.
É o que explica a Diretora Executiva de Gestão de Pessoas do Magazine Luiza, Patricia Pugas, ao ressaltar a relevância da busca por um caminho ágil e prático. “Para contribuir e se fazer relevante, de maneira competitiva à empresa, nós, do RH, precisamos nos manter alinhados ao negócio e caminhar na velocidade dele, pois tudo o que engloba a área é muito dinâmico”, afirma.
O Diretor de RH do Grupo Martins, Fabricio Ferreira, concorda com Patricia. “Os consumidores não compram hoje da mesma forma que antes e isso impacta toda a cadeia de valor do varejo, que vem sendo fortalecida pelo on-line. Temos negócios de e-commerce para os varejistas e para os consumidores finais. Ou seja, estamos nas duas frentes, o que aumenta a complexidade do nosso entendimento. Portanto, ter profissionais preparados e conscientes das mudanças que precisam ser feitas na empresa é fundamental para a perenidade da organização”, comenta.
Atração de talentos e desenvolvimento de pessoas
E se a demanda por um quadro profissional qualificado segue como um dos pilares para o sucesso, o cuidado no momento da contratação torna-se ainda mais necessário. Isso porque, como explica Patricia Pugas, no varejo assim como em outras áreas, é importante contar com as peças adequadas desde o início do processo. “O treinamento não corrige erros de seleção. É preciso ter o melhor time para então fazê-lo atuar na melhor performance possível. Depois, é claro, você precisa usar as tecnologias atuais para encurtar distâncias e fazer tudo muito rápido e veloz”, salienta.
Além disso, tendo em vista a presença crescente das organizações no ambiente virtual, é preciso que profissionais e empresas entendam a necessidade de ter apreço pela tecnologia e as soluções que ela oferece, como avalia a Diretora de RH da Amaro, Isadora Gabriel. Mesmo dentro de uma instituição que já nasceu digital, a gestora percebe o cenário ainda em transformação no Brasil e garante que “o RH tem um papel estratégico nessa mudança”.
Fortalecimento da cultura organizacional
Tão importante quanto ter os profissionais certos é também fazer com que eles sejam vistos não apenas como mão de obra, e sim como verdadeiros embaixadores da empresa, capazes de propagar os seus valores.
Para Viviane Thomaz, Gerente de RH da Gazin, rede de móveis e eletrodomésticos eleita pela premiação de 2018 do Great Place to Work como uma das “Melhores Empresas para Trabalhar no Varejo”, é crucial que a cultura organizacional seja real e devidamente comunicada a todos os seus públicos para deixar claro o que a torna única.
Entre as ações adotadas pela Gazin, a gestora cita o incentivo ao modelo de gestão participativa, fazendo com que membros da equipe sintam-se importantes no dia a dia e tenham confiança na empresa. “A partir dessa e de outras medidas, os colaboradores tornam-se porta-vozes da marca, divulgando suas características e ajudando-a a se tornar atrativa ao mercado”.
Aprendizagem contínua
Tudo isso, portanto, passa invariavelmente pelo investimento constante em novos conhecimentos e capacitação do quadro de colaboradores. Tomando como ponto de partida o raciocínio de especialistas como o premiado empreendedor e autor Josh Linkner, a capacidade de aprender mais em menos tempo é crucial em uma sociedade e um mercado em constante transformação.
Se o cenário é complexo e incerto, é possível que boa parte do conhecimento prévio se torne rapidamente obsoleto ou pelo menos sofra drásticas correções para se adaptar às novas demandas. Assim, a Diretora de RH da Amaro, Isadora Gabriel, ressalta a busca por aprendizado contínuo válida tanto para o varejo como para o mercado como um todo. “Estamos sempre absorvendo novos conhecimentos, formas de trabalhar e testando ideias novas, sem medo de arriscar, errar e começar novamente”, relata.
Seguindo a relevância do crescimento e engajamento, Kermerson Dias, Gerente de Recursos Humanos – Business Partner da Netshoes, completa: “A máxima de que as pessoas são o grande diferencial competitivo de uma organização de sucesso é uma verdade. Como gestores de RH, devemos atuar para influenciar e direcionar o comportamento humano no trabalho. E, para isso, cada profissional na posição de gestão de RH deve se desenvolver para entender o negócio de sua empresa, mostrar pragmaticamente, em uma ‘linguagem corporativa’, os objetivos que pretende alcançar e entregar resultados”, finaliza.
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