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Como a liderança criativa vai garantir a sobrevivência da sua empresa em um futuro cada vez mais acelerado

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John Hagel, pensador com vasta experiência no Vale do Silício, fala sobre liderança criativa e revela as mudanças necessárias para a sobrevivência das organizações

Qual o papel da liderança criativa em um futuro cada vez mais acelerado? Como se adaptar a tantas mudanças e ainda manter o time engajado? John Hagel, pensador, best seller e consultor há mais de 40 anos no Vale do Silício, respondeu essas e outra dúvidas durante o Experience Lab, evento promovido pela Experience Club e patrocinado pela LG lugar de gente.

Ele começa a palestra com uma forte afirmação sobre as mudanças. “A pandemia alterou definitivamente a dinâmica nas empresas e uma das consequências desse cenário é a necessidade de que os líderes se adequem ao novo cenário o quanto antes”, defende.

A opinião de John se confirma em um levantamento feito pelo PageGroup em parceria com o Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral. Segundo a pesquisa, realizada com cerca de 230 líderes de alto escalão no Brasil, 70% dos executivos aceleraram seu processo de tomada de decisões durante a pandemia.

Portanto, fica cada vez mais claro que em um momento de novidades velozes no ambiente corporativo, quem não buscar novas formas de gerir pessoas irá sofrer consequências drásticas.

Conheça o conceito de liderança criativa discutido por John e sua proposta visionária frente às transformações que estamos vivenciando.

Primeiros passos de uma grande mudança

John acredita que não só as mudanças aceleradas pela pandemia, mas também todo o processo de transformação digital pré-existente, estão destinados a alterar a forma como encaramos uma liderança criativa. “Estamos, na verdade, nos estágios iniciais de uma grande movimentação conduzida por forças de longo prazo que estão moldando a sociedade”, afirma.

O empresário argumenta que há um importante paradoxo nessa mudança, fundamental à liderança criativa. “Por um lado, existe grande pressão sobre aumentar a performance e o desempenho, impactando todos nós enquanto indivíduos e instituições. Por outro, essas forças são as que criam oportunidades de crescimento exponencial: podemos oferecer muito mais valor, com muito menos recursos e muito mais rapidamente”.

Eficiência x aprendizagem escalável

Para lidar com essas forças, John revela que as empresas têm se pautado no que chama de eficiência escalável, que consiste no uso intenso da tecnologia em serviços com alto potencial de automação, como burocracias e trabalhos mais técnicos.

 “Máquinas e software são perfeitos para aplicarem esse tipo de trabalho. Assim, os seres humanos ficam liberados para exercer as funções para as quais estamos muito mais preparados para fazer”, ressalta o especialista.

Após automatizar atividades e com mais tempo para atuar estrategicamente, as empresas ficam diante de um diferente modelo institucional que o autor denomina de aprendizagem escalável. Seu objetivo consiste em que todos na companhia aprendam de forma acelerada.

No entanto, não se trata do processo educativo estabelecido hoje nas empresas. “Treinamento é sobre compartilhar um entendimento existente que se torna obsoleto. Esse novo modelo é sobre aprender de forma a criar conhecimento, confrontado por situações que nunca aconteceram antes. Não se aprende na sala de aula, mas na ação, no espaço de trabalho”, reforça.

É dessa forma que todos os colaboradores serão instigados a exercer uma liderança criativa, as pessoas poderão gerar mais valor ao enxergar problemas ainda não enfrentados e ao solucioná-los de forma original.

“Dessa maneira, os robôs ajudam a restaurar nossa própria humanidade, já que nos permitem fazer um trabalho criativo na hora de lidar com problemas e oportunidades ainda não observadas”, destaca John.

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Atenção: não crie uma área de liderança criativa    

A liderança criativa proposta por John Hagel dispensa a construção de um departamento criativo. Pelo contrário, a ideia é que todos os colaboradores trabalhem a nova mentalidade. “Essa lógica funciona muito melhor se a empresa se organiza em grupos pequenos, que eu chamo de grupos de impacto: 3 a 15 pessoas comprometidas com a ação em qualquer contexto da companhia”.

O especialista comenta que devido à liderança criativa não ser voltada a um grupo seleto, o estímulo deve compor a cultura da empresa. “Há quem presuma que grande parte das pessoas prefere somente receber comandos e realizar seu trabalho, mas eu acredito que elas têm curiosidade, criatividade e inovação. São como os músculos, se você exercita, eles crescem. Mas ainda que não exercitados, eles ainda estão lá esperando para serem encorajados e cultivados”.

Faça as perguntas certas

O profissional também alega que, com uma liderança criativa, as companhias precisam mudar seus critérios. “Muitas organizações estão medindo o engajamento no trabalho, mas quando perguntamos o que consideram engajamento, eles respondem que estão questionando aos colaboradores: ‘Você gosta do trabalho que faz?’ ‘Aprecia seus colegas?’ ‘Respeita a empresa em que trabalha?’. Para essas companhias, esse seria um funcionário engajado. Não tem nada sobre aprender rápido e produzir mais impacto”, reflete.

Ele ressalta que o engajamento apontado é importante, mas a curiosidade, o entusiasmo por explorar e aprender também devem ser levados em consideração. “O papel da organização é identificar essas paixões e trabalhar com elas. Se isso não ocorre, os trabalhadores ficam entediados e mudam de empresa”.

Computadores dão respostas, nós fazemos perguntas

No modelo de aprendizagem escalável promovido por uma liderança criativa, as pessoas dispõem das perguntas mais poderosas e, segundo John, precisam admitir que nem sempre terão as respostas.

“De forma alguma eu quero sugerir que será fácil, pelo contrário, será desafiador. Mas vai ser significativamente recompensador.”

Ele finaliza defendendo que, se não mudarmos, estaremos cada vez mais sob pressão e à margem das adaptações necessárias. “Eu não acredito que a transformação seja apenas uma oportunidade. Ela é imperativa para a sobrevivência das organizações”.

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Pauta publicada em 6 de abril de 2021 e atualizada em 30 de novembro de 2021.

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Rômulo Santos

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