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Mundo digital: o papel do RH na ressignificação das pessoas

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Carlos Piazza, fundador da CPC, explica que as organizações precisam repensar como criar valor em um mundo onde tudo muda o tempo todo e a diversidade é crucial

O cenário dinâmico decorrente da transformação digital ainda não foi completamente desvendado pelo mercado e muito disso se deve a dificuldade de reavaliar a importância das pessoas diante do crescente uso da tecnologia. Para Carlos Piazza, fundador da CPC, nesse cenário, o RH tem o desafio e a oportunidade de promover a ressignificação das pessoas no ambiente corporativo.

O especialista acredita que a disrupção digital traz para as empresas um ambiente hostil e pouco compreendido. “As companhias insistem em permanecer com o mesmo sistema de gestão que mantiveram durante muito tempo. Isso significa trabalhar de maneira repetitiva e constante, linear e responsiva, de forma que a inovação é considerada apenas na criação de produtos e serviços, e não como uma necessidade da organização”, afirma.

De acordo com um estudo do Grupo Gallup, realizado ao longo de 2018 nos Estados Unidos e Europa, essa abordagem — que não repensa a importância das pessoas — pode fazer com que o lucro global das corporações caia dos atuais 10% do PIB mundial para 8% até 2025.

Ressignificação das pessoas

Um dos gargalos estaria na ausência de um ambiente capaz de encorajar o ideal de inovação que as empresas necessitam. “O mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) exige das organizações uma forma de repensar como poderão criar valor mesmo quando tudo muda o tempo inteiro”, afirma o especialista.

Carlos avalia que o cenário atual, onde “as coisas se tornam obsoletas da noite para o dia”, exige que a inovação esteja no DNA dos processos empresariais. Mesmo assim, os dados apurados pelo Gallup entre mais de 5.500 trabalhadores estadunidenses e 4 mil europeus constatou que apenas um em cada quatro profissionais se sente encorajado a assumir riscos para alcançar novos produtos, serviços e soluções.

ressignificação das pessoas

Nesse contexto, Carlos acredita que os RHs têm um papel preponderante na ressignificação das pessoas. “E isso ocorre porque acredito que o mundo digital recoloca o ser humano em seu local de origem, lugar de onde ele nunca deveria ter saído. Explico: todas as organizações têm hoje profissionais que se assemelham às máquinas na capacidade de realizarem tarefas repetitivas. Pessoas que ainda trabalham seguindo o modelo da 3ª Revolução Industrial, quando já estamos em plena 4ª Revolução e a passos largos para a 5ª. Se isso não mudar, as organizações não conseguirão manter seus negócios”, destaca.

Qual deve ser a contribuição do RH, então? O especialista defende que a área deve conduzir as mudanças. “Sendo responsável por ajudar as corporações a compreender o processo de transformação digital que está em curso, entender o nível de contribuição que as pessoas poderão dar e pensar na forma de estruturação de valor e não mais de trabalho com centenas de processos hierárquicos”, pontua.

Diversidade e inovação

Citando o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, Carlos ressalta que “o mundo é líquido”, ou seja, nada mais é feito para durar. “Sendo assim, atualmente também é papel do RH ajudar as empresas a se liquefazerem, a serem leves, disruptivas, criativas e inovadoras”.
Para o especialista, a melhor forma de fazer isso seria trazendo das pessoas o que o futurista suíço Gerd Leonhard chama de “androritmos”, ou seja, potencializando as capacidades humanas, cujas máquinas não serão capazes de aprender ou copiar.
Ele pontua ainda que, diante da complexidade do mundo moderno, para a ressignificação das pessoas nas empresas, é cada vez mais necessário ter perspectivas variadas. “Por isso, investir na diversidade também é essencial. Quanto mais diferentes as pessoas forem, mais elas agregam aos times”, ressalta.

Carlos salienta que os RHs devem mudar na mesma velocidade em que o mundo tem se transformado, para que possam arcar com a tarefa de ajudar as corporações a assumirem um novo rumo em um cenário de disrupção digital. “A noção de sobrevivência dessas companhias está diretamente ligada à capacidade das áreas de RH de fazerem frente a essas novas realidades”, finaliza.

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Caroline Fernandes

Relações Públicas por formação, há mais de 7 anos estudando sobre RH, inovação e a tecnologia como catalisadora para aprimorar os processos de gestão do capital humano. Inspirada pela filosofia de Simon Sinek, acredito que entender de pessoas é entender de negócios. Junte-se a mim para explorarmos como elevar a gestão de pessoas e negócios a novos patamares.

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