Aliar o debate sobre saúde mental em meio ao coronavírus fez com que o assunto se tornasse ainda mais relevante para as organizações diante da crise gerada pela pandemia, afinal a atenção com o tema precisa ser redobrada. Além do distanciamento e isolamento sociais adotados como forma de barrar o contágio, a repercussão do surto na economia gera incertezas que têm impacto profundo no emocional de executivos e colaboradores.
Como explica o psiquiatra e cofundador da Herah, Guilherme Malaquias, é natural que mudanças bruscas nos hábitos e nas rotinas das pessoas provoquem a sensação de insegurança.
Nesse momento, entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS) agem para disseminar recomendações de cuidado para mitigar os efeitos da covid-19 também sobre a saúde mental. Até mesmo a Herah se uniu aos esforços com o site www.somosfortes.com.
No entanto, enquanto esses conselhos sugerem como cada um deve agir para cuidar de si mesmo, Guilherme ressalta o papel das organizações no cuidado com seus funcionários. “Fornecer informação de qualidade e ferramentas de suporte psicoemocional é papel do RH/SESMT das empresas para preservar a saúde e a produtividade dos colaboradores”, afirma.
Cuidando da saúde mental em meio ao coronavírus
Pioneira em serviços especializados de saúde mental e comportamental, a Herah tem sido procurada por organizações para oferecer suporte a seus quadros de funcionários nesse momento em que estar só se tornou vital.
Ainda que os efeitos físicos da pandemia do novo coronavírus sejam evidentes e, por isso, ganhem maior destaque, ter empatia com os profissionais envolvidos no negócio e buscar uma conexão emocional com eles é fundamental.
“Muitas empresas estão nos solicitando grupos on-line semelhantes a uma terapia de grupo. Possuímos também ferramentas de rastreio de alterações do estado mental que podem direcionar a outros serviços de atendimento a distância”, esclarece o especialista.
Autocuidado sempre necessário
Mesmo assim, os cuidados com a saúde mental em meio ao surto de covid-19 também exigem a atenção individual. Se por um lado é importante que as empresas demonstrem preocupação legítima com os funcionários remanejados para o trabalho em home office, por exemplo, por outro cada um deve ter o mesmo nível de zelo consigo mesmo.
Nesse cenário, o psiquiatra dá algumas dicas para que a mudança súbita para uma rotina de trabalho remoto não tenha impactos tão drásticos na condição emocional do trabalhador:
1 – Mantenha seu dia organizado
Trabalhar de casa pode oferecer muitas distrações, mas a principal delas está na falta da organização do tempo. É evidente que o resultado é o ponto principal, porém isso pode levar à falsa noção de que como o tempo é utilizado não importa desde que a demanda seja realizada.
Embora seja uma ideia atrativa, Guilherme Malaquias reforça a necessidade de aproximar a rotina do home office daquela no trabalho presencial. “Horário de acordar e dormir, de iniciar o trabalho e terminar, das refeições e de se descontrair com os amigos. Já participei até de happy hour on-line semana passada”, exemplifica.
2 – Vista-se para o trabalho
Outro ponto importante apontado pelo especialista remete à importância do simples ato de se vestir para o trabalho. Embora não seja necessário vestir-se de forma formal durante o regime de home office, é importante separar o descanso do exercício profissional em casa. “Evitar passar o dia de pijama, mas claro que podemos nos vestir mais à vontade”, pontua.
3 – Lembre-se da família
O isolamento não significa necessariamente a solidão, afinal, há quem more com a família. Para essa parcela, o psiquiatra ressalta a busca por interações sociais. “Para aqueles que têm filhos em casa, apesar de procurar manter os horários, sempre se lembre que existe a hora do recreio e eles irão demandar a atenção dos pais. Sugiro criar cenários de brincadeiras – um ótimo exemplo é o filme A Vida é Bela – e evitar o excesso de videogames”, recomenda.
O Cofundador da Herah reforça a importância de saber equilibrar momentos de atividade com períodos de relaxamento para manter-se saudável. Por um lado, o especialista recomenda exercícios físicos orientados por profissionais na internet, por outro o uso da meditação e do mindfulness para se desligar quando necessário.
Por fim, Guilherme Malaquias lembra que cuidar da saúde mental em meio ao coronavírus pode também ser um processo de redescoberta. Para ele, existe uma forma de ser produtivo e ao mesmo tempo investir em si mesmo nas horas vagas para manter a motivação e a atitude positiva. “Podemos nos manter ativos realizando nossas tarefas habituais, mas, para quem reduziu muito a carga de trabalho, por que não investir em novos projetos ou resgatar um hobby antigo?”, provoca.
Quer saber mais sobre o que sua organização pode fazer para minimizar ao máximo os impactos da pandemia de covid-19? Clique aqui e acesse o conteúdo especial que preparamos para você.