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Dia Internacional da Mulher: o aprendizado como estratégia de liderança

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Especialista ressalta como a adequação ao mercado pode falar mais alto do que preconceitos

Seguindo com a terceira publicação em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a série especial aborda como, no mercado altamente competitivo de hoje, os desafios das mulheres vão além da busca por superar preconceitos em uma corrida de gêneros. Além de provar sua capacidade em um universo predominantemente masculino, é preciso também concorrer com outras mulheres em busca de destaque profissional.

Dia Internacional da Mulher

Nesse cenário, a jornada da liderança feminina passa invariavelmente pelo desenvolvimento pessoal. Foi aprendendo isso na prática que Marisa Eboli, Doutora em Administração e Coordenadora do Grupo de Gestão da Educação da Fundação Instituto de Administração (FIA), decidiu que seu destino seria compartilhar seus conhecimentos para instruir outras pessoas nessa trilha.

Educação, liderança e vida pessoal

Apesar do desejo por atuar na área de Recursos Humanos, Marisa se viu obrigada a se contentar com colocações em outros setores no início da carreira diante da dificuldade de encontrar oportunidades na gestão de pessoas.

Mesmo assim, sem perceber, a especialista aos poucos ia desenvolvendo a tarefa que se sentia destinada a executar até receber a confirmação de outro colaborador durante um treinamento.

“Ele disse: ‘Você tem muita facilidade para explicar e ensinar. Deveria procurar uma atividade que aproveitasse este seu talento’. Estas palavras me impressionaram tanto, que passei a refletir seriamente sobre o assunto. Percebi que até aquele momento, onde havia trabalhado, naturalmente eu havia assumido o papel de educadora, sempre tomando para mim responsabilidade de ensinar outras pessoas”, relembra.

Contudo, a trajetória de Marisa mostra que apesar de sua dedicação a seu desenvolvimento, conciliar seus esforços profissionais com vida em família se mostrou como um obstáculo a mais a ser superado. “Os maiores desafios certamente se referem a conciliar a vida pessoal com a profissional. Principalmente no que diz respeito à maternidade e aos filhos”, afirma.

Crescimento feminino é natural

Mesmo transitando por um ambiente predominantemente masculino, Marisa conta que foram raras as ocasiões onde se viu confrontada por questões relacionadas a gênero.

“Nunca sofri nenhum tipo de pressão ou discriminação por ser mulher. Tive embates e conflitos normais no convívio da universidade, que é bastante competitivo. Mas diria até que mais com o público feminino do que necessariamente com o masculino”, completa.

Dia Internacional da Mulher
Marisa Eboli, Doutora em Administração e Coordenadora do Grupo de Gestão da Educação da Fundação Instituto de Administração (FIA)

Ainda assim, a especialista lembra uma ocasião em que foi alvo de uma manifestação machista diante de um auditório lotado. A resposta, segundo ela, foi dada no mesmo tom igualmente em público, deixando o interlocutor desconcertado.

Essa resiliência da Doutora em Administração ecoa em sua visão para o futuro da educação corporativa em meio ao crescimento da liderança feminina no mercado global. Para ela, o cerne da questão não muda.

“A essência da Educação Corporativa não muda. É um sistema de formação de pessoas pautado pelas competências estratégicas que devem ser desdobradas em competências individuais, para daí sim serem desenhadas as soluções de aprendizagem”, ela explica.

Sendo assim, Marisa prevê que, com a presença cada vez maior de mulheres, o que deve acontecer é uma evolução natural para tornar novas habilidades parte do processo de capacitação.

“O que provavelmente acontecerá é que serão enfatizados nas soluções de aprendizagem alguns temas como diversidade e empoderamento feminino. Provavelmente serão ampliados os formatos e as metodologias de entrega dessas soluções, com apropriação dos benefícios da transformação digital, tornando-as mais ágeis, acessíveis, sociais e sustentáveis”, reforça.

Aprendizado como estratégia

Para além da competitividade entre gêneros, Marisa Eboli ressalta que o grande desafio está em como a humanidade será afetada pelo surgimento de novas tecnologias.

Como ela esclarece, a previsão é de surgimento de uma quantidade sem precedentes de novas funções e uma mudança de postura de competição para uma de colaboração entre homens e máquinas.

Ainda assim, Marisa reforça que a estratégia para encarar esse novo desafio, seja para mulheres ou homens, está no aprendizado. “O problema é que todos esses novos empregos exigirão altos níveis de especialização. Exigirão uma boa educação e capacidade de aprendizagem constante das pessoas para ocupá-los”, afirma.

Nesse sentido, a especialista recomenda alguns pontos fundamentais de evolução:

  • A formação técnica em ferramentas como analytics, big data, programação, aplicação de robótica, inteligência artificial, IoT nos negócios, segurança da informação, cultura digital;
  • Competências fundamentais como gestão de pessoas, trabalho em equipe, resolução de problemas complexos e pensamento crítico, negociação, planejamento estratégico, visão globalizada, orientação de serviço, gestão de mudança;
  • Formação sólida em humanidades e desenvolvimento de atitudes e posturas como adaptabilidade, criatividade, inovação, atitude empreendedora, aprendizado contínuo, ética, flexibilidade cognitiva, inteligência emocional, propósito, resiliência, valores, entre outros.

Um esforço tanto individual quanto coletivo

Por fim, Marisa Eboli reforça que o caminho para a liderança feminina passa invariavelmente pela educação. “Os meus conselhos para as mulheres são os mesmos que dou para a carreira de todos profissionais. Invistam muito em desenvolver as principais competências requeridas no mundo corporativo, estudem e aprendam permanentemente, foquem em profissionalismo e atuação meritocrática”, pontua.

Mais do que isso, a Coordenador do Grupo de Gestão da Educação da FIA provoca a reflexão acerca da responsabilidade das organizações diante de um mercado carente de profissionais capacitados.

“Preocupem-se com a realidade brasileira já que, nos últimos dois anos, 60% dos postos de trabalhos oferecidos em mutirões de emprego não foram preenchidos por falta de qualificação. Impossível não questionar como as organizações estão se preparando para essa realidade. Estão inovando em seus Sistemas de Educação Corporativa (SEC) para enfrentar todas essas mudanças que estão acontecendo na Era Digital?”, encerra.

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