Como já mencionamos aqui no blog, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, traremos uma série de entrevistas com mulheres que encararam o desafio de conquistar seus espaços em um mercado que ainda é predominantemente liderado por homens. Dessa vez, o Especial Mês da Mulher traz a história de Ana Fontes, CEO da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME).
Para ela, jornalista e publicitária por formação, a jornada em busca de alcançar o reconhecimento de sua dedicação e seu valor como profissional começou cedo. “Venho de uma família muito simples de nordestinos que migrou para São Paulo após uma grande seca na década de 1970. Ao chegar aqui, o que nos salvou foi a persistência e a educação. Eu estudei com muita dificuldade e tive o privilégio, resultado de muito esforço, de construir uma carreira corporativa mesmo passando por inúmeras dificuldades”, conta.
Essa experiência de superação de obstáculos e a observação do desequilíbrio de oportunidades para a liderança feminina fizeram com que Ana se imbuísse do espírito de sororidade. E tomou a decisão de ajudar outras mulheres a conquistarem seus devidos espaços através de iniciativas como a RME.
“Eu iniciei a minha carreira como executiva de marketing em multinacionais e, depois de perceber uma enorme desigualdade de gênero dentro desse universo, eu decidi abandonar a minha carreira corporativa para me dedicar ao apoio às mulheres empreendedoras”, explica.
Empoderamento como ferramenta
Apesar da origem simples e da mudança brusca de realidade, Ana Fontes ressalta a importância de sua dedicação em se desenvolver para mostrar sua capacidade de liderar.
Como lembra, ao longo da carreira, ela se viu diante de situações extremas em que precisou provar seu potencial para driblar o machismo. “Eu já perdi uma vaga por ser mulher e por não acreditarem que eu teria pulso para lidar com outros funcionários. Em outro momento, fui constrangida por exercer meu direito de ter a licença maternidade”, revela.
Foram experiências como essas que inspiraram a criação da Rede Mulher Empreendedora em 2010. Nascida como um blog, a ideia era expressar medos, dúvidas e dificuldades relacionadas ao empreendedorismo feminino.
Contudo, Ana percebeu que esses questionamentos eram compartilhados por outras mulheres, que também buscavam ajuda e apoio. A partir daí, a RME assumiu o desafio de ocupar essa lacuna, tornando-se a primeira e maior plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino no Brasil.
Indo além, Ana Fontes decidiu ampliar seus esforços e deu início, em 2017, ao Instituto RME, focado em capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade. Ao conceder a elas o poder de participação social e econômica, o IRME busca garantir que as mulheres tenham não apenas independência financeira, mas o controle sobre suas próprias vidas.
A mulher e a conquista do espaço
Enquanto o mercado ainda segue seu processo de despertar para uma realidade de oportunidades iguais para ambos os gêneros, a CEO da Rede mostra, através de seu exemplo pessoal, que vencer as limitações impostas à mulher no mercado de trabalho exige determinação. “Superei me empoderando e, mais tarde, saindo do mundo corporativo para empreender”, completa.
Se o Dia Internacional da Mulher e o mês de março como um todo marcam a luta e as conquistas de mulheres que chegaram ao topo de suas organizações e comunidades, Ana Fontes reforça que cada uma das profissionais tem uma parte importante nessa jornada em busca de mais espaço para a liderança feminina.
“Eu conquistei com muita luta e muito estudo. Também me conhecendo, conhecendo a minha força e exercendo minha autoconfiança. Parece simples, mas não é. E são esses os conselhos que eu dou para as mulheres que estão em início de carreira”, finaliza.
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