De acordo com o estudo “As 100 Melhores Empresas para se Trabalhar” de 2017, realizado pelo Great Place to Work (GPTW), muitas companhias no Brasil e no mundo estão investindo na diversidade de suas equipes. Isso porque o mercado já percebeu que quanto mais variados os perfis — de competências, gênero, experiência, cultura, idade ou origem social— entre seus líderes e colaboradores, maiores as chances de inovação, característica essencial para manter os negócios.
A Goldman Sachs, banco multinacional de investimentos presente no Brasil desde 1995, é uma das empresas que se preocupa com o tema. Maria Cristina Sampaulo, Vice-presidente de RH da companhia no Brasil, explica que a inclusão faz parte dos princípios globais da instituição. “Para sermos bem-sucedidos, precisamos refletir a pluralidade das comunidades e culturas nas quais operamos”, afirma.
Maria Cristina relata que foram criados grupos para tratar sobre o tema. “Temos um comitê local de diversidade, que determina nossa estratégia anual. Esse comitê é composto pela liderança do escritório e por pessoas pertencentes aos grupos defendidos”.
Segundo ela, nesse cenário o papel da gestão do capital humano é atuar como parceira e consultora do comitê e dos grupos de trabalho. “Dessa forma, a missão do RH é orientar e coordenar as atividades, sendo que o envolvimento de outros departamentos é fundamental para promover a conscientização, a inclusão e o engajamento”, destaca a vice-presidente.
Desenvolver e integrar
Maria Cristina relata que o comitê de diversidade notou que havia poucos colaboradores negros no quadro de funcionários da empresa. Ao buscar entender o motivo, eles identificaram que os jovens negros não se candidatavam às vagas do banco porque não tinham um dos requisitos fundamentais: fluência em inglês.
Para mudar esse cenário, nasceu o projeto Língua, Inspiração, Foco e Transformação (LIFT), em parceria com o Linklaters e a Alumni. “Como o conhecimento da língua inglesa é obrigatório para participar do processo seletivo da Goldman Sachs, elaboramos um curso de dois anos combinando o ensino do idioma, oferecido pelos parceiros, com mentoria, realizada por nossos funcionários. Rodamos um piloto do LIFT entre 2014 e 2016, que ofertou 14 bolsas de estudos integrais (incluindo materiais e transporte) para estudantes negros do segundo ano dos cursos de Direito e Administração de Empresas, da Faculdade Zumbi dos Palmares. Sete deles concluíram e dois foram selecionados pelo programa de estágio”, detalha Maria Cristina.
Diante dos bons resultados, Maria Cristina conta que a companhia investiu na segunda fase do LIFT e conseguiu ampliar seu alcance com o apoio de novos parceiros, entre eles a Bloomberg, o Grupo Cia de Talentos, Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados, Bettha e ATS Globe, o Instituto Ser Mais e o Consulado Britânico Geral de São Paulo. “Atualmente, o programa está oferecendo 30 bolsas para estudantes negros de baixa renda da grande São Paulo e na região do ABC Paulista, de qualquer instituição de ensino. As inscrições foram encerradas em outubro de 2017, com o total de 873 inscritos”, comemora a vice-presidente de RH.
Quer saber mais sobre as ações realizadas pela Goldman Sachs para colocar a diversidade em prática? Clique aqui e confira a matéria completa, publicada na 16ª edição da Revista Huma.