É comum as empresas dedicarem um momento para planejar suas ações e gastos do ano seguinte. Na área de RH essa atividade não é diferente, são muitas as variáveis que devem estar na pauta na hora de discutir o orçamento de pessoal. Reoneração da folha de pagamento, novas regras da legislação trabalhista, inflação são só alguns fatores que interferem nesse tipo de projeção e podem impactar as finanças da companhia.
Além de levar em conta o cenário do país, a área de gestão de pessoas também precisa mapear itens essenciais que possuem peso significativo no orçamento da organização. Veja quais são:
1 – Custos com mão de obra
É importante lembrar que o custo com um funcionário não é composto apenas pelos seus rendimentos, mas também por encargos e benefícios. Por isso é fundamental que a empresa esteja atenta às verbas variáveis, como horas extras, comissões e gratificações que irão comprometer diretamente o cálculo do 13º salário, férias e dos valores pagos à Previdência Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
2 – Aumentos salariais
Um grande erro na elaboração do orçamento de pessoal é não prever possíveis correções nos salários dos funcionários. Por exemplo, é comum que todos os anos haja o dissídio coletivo¹. Geralmente, as empresas não possuem esses dados de antemão, mas precisam fazer um cálculo realista com base nos anos anteriores para não serem pegas de surpresas.
Além disso, também é necessário considerar promoções e aumentos espontâneos, que podem ser concedidos pelos gestores ao longo do ano para reconhecer e motivar seus colaboradores. Também conhecidos como ajustes positivos, esse tipo de alteração no orçamento de pessoal impacta diretamente o 13º salário e as férias. Vale reforçar ainda que atualizações de vale-transporte, plano de saúde, vale-alimentação e outros benefícios também precisam ser contempladas nesse planejamento.
3 – Mudanças no headcount
Qualquer movimentação futura deve ser prevista no orçamento de pessoal. Se em 2018 a empresa vai crescer, fazer alguma fusão ou contratar novos profissionais, por exemplo, ela precisa antecipar esse aumento de vagas. O contrário também acontece: se ela irá realizar desligamentos, os custos com verbas indenizatórias precisam estar na conta.
Lembrando que elas são baseadas na maior remuneração que o empregado recebeu ao longo da sua trajetória na companhia e contém os seguintes custos:
- Indenização de aviso prévio;
- Proporcional de férias vencidas com o adicional de um terço desse valor;
- Proporcional de 13º salário;
- 8% sobre as verbas citadas anteriormente para o FGTS;
- 50% de multa sobre o FGTS.
4 – Custos indiretos
Além desses gastos, a empresa precisa se preparar para imprevistos, como necessidade de mais horas extras para um novo projeto, por exemplo. Para evitar esse gasto desnecessário, a empresa pode combinar com o funcionário de compensá-lo com folgas ou emendas de feriados, desde que isso seja permitido pelo sindicato. Ou seja, utilizar o banco de horas como uma forma de aliviar o caixa da companhia.
Também podem surgir outros custos indiretos, como a compra de uniformes e novos equipamentos de proteção individual (EPIs), que não podem ficar de fora do orçamento. Além disso, tem os investimentos em capacitação e desenvolvimento de novos colaboradores, que devem estar no cálculo.
Como deu para perceber, o orçamento de pessoal possui muitas variáveis. Para otimizar esse processo, é fundamental que o RH compartilhe responsabilidades com os gestores e líderes da organização e busque soluções de tecnologia para automatizar essa atividade.
Agora que você já sabe quais itens não podem faltar nessa projeção, que tal conhecer 5 dicas para um orçamento de pessoal bem-sucedido?
¹ Reajuste alinhado entre os sindicatos de empresas e trabalhadores para equiparar o poder de consumo aos níveis da inflação