Provavelmente você já vivenciou essa cena: aguardar uma resposta após uma entrevista de emprego e acabar sem retorno, ficando no escuro sobre se a posição foi ocupada, se o processo seletivo concluiu ou se houve algum aspecto positivo em sua atuação. Esse fenômeno tem um nome: “job ghosting”.
Embora o termo possa ser menos conhecido no contexto profissional, em relações pessoais, o “ghosting” refere-se ao ato de alguém começar a ignorar outra pessoa, não respondendo a mensagens e escolhendo não enfrentar possíveis conflitos, preferindo sumir completamente.
No ambiente de trabalho, o conceito é parecido, referindo-se a recrutadores que não dão sinal de vida após prometerem um feedback sobre a entrevista. Contudo, isso acarreta prejuízos tanto para a organização quanto para o profissional que busca uma nova colocação no mercado.
Neste artigo, saiba mais sobre como o RH pode coibir essa prática e atuar com responsabilidade em todas as etapas do processo seletivo. Confira a seguir!
O processo seletivo marcado pelo ghosting
O “ghosting” nos processos seletivos tem se tornado um fenômeno cada vez mais comum e debatido no ambiente de trabalho moderno.
Este fenômeno ocorre quando os recrutadores ou as empresas cessam toda comunicação com os candidatos a uma vaga, deixando-os sem feedback ou qualquer informação sobre o status de sua candidatura.
Embora possa parecer uma prática isolada, suas implicações são amplas, afetando tanto a reputação das empresas quanto a experiência e o bem-estar dos candidatos.
Para entender melhor esse fenômeno, é importante examinar suas causas. Uma das principais razões para o ghosting é o volume de candidaturas que muitas empresas recebem.
Diante de centenas, às vezes milhares de candidatos, os departamentos de RH podem se sentir sobrecarregados, optando por comunicar-se apenas com aqueles que avançam no processo seletivo.
Além disso, a dificuldade em transmitir notícias negativas e a falta de uma política de feedback estruturada também contribuem para a prática do ghosting.
Embora esses motivos possam parecer justificáveis do ponto de vista organizacional, eles ignoram a perspectiva humana e os efeitos negativos dessa prática. Veja a seguir algumas dessas consequências:
Reputação corporativa
A prática do “job ghosting” pode prejudicar significativamente a imagem de uma empresa. Candidatos tendem a compartilhar suas experiências negativas nas redes sociais ou em plataformas de avaliação de empregos, afetando a percepção pública da organização.
Uma comunicação transparente e respeitosa com os candidatos reflete positivamente na marca empregadora, atraindo talentos de alta qualidade no futuro. Mantê-la efetiva durante o processo seletivo demonstra profissionalismo e respeito, aspectos valorizados no mercado.
Experiência do candidato
Candidatos investem tempo e energia preparando-se para entrevistas e aguardando feedback. A ausência de retorno deixa-os em uma posição desconfortável e desvalorizada, o que pode gerar descontentamento e estresse.
Ao fornecer feedback, mesmo que negativo, o RH mostra apreço pelo esforço do candidato, melhorando sua experiência e percepção da empresa. Isso é importante em um mundo onde as experiências pessoais são amplamente compartilhadas e podem influenciar futuras candidaturas.
Desenvolvimento profissional
Feedbacks construtivos são ferramentas poderosas para o desenvolvimento profissional. Ao oferecer críticas específicas e sugestões de melhorias, as empresas contribuem para o crescimento dos candidatos.
Esse gesto, além de ajudar indivíduos a se qualificarem melhor para futuras oportunidades, também cultiva uma relação de respeito mútuo entre a empresa e o mercado de trabalho em geral.
Relações futuras
Candidatos de hoje podem se tornar clientes, parceiros ou mesmo candidatos novamente no futuro. Ignorá-los após um processo seletivo queima pontes valiosas e pode custar à empresa oportunidades futuras de negócios ou talentos.
Manter um canal de comunicação aberto, por outro lado, preserva relações para interações futuras. Isso é especialmente relevante em setores pequenos e altamente especializados, onde as redes de contatos são importantes para o sucesso.
Eficiência do processo seletivo
Implementar um sistema de feedback estruturado pode economizar tempo e recursos a longo prazo. Ao manter os candidatos informados sobre o status de suas candidaturas, as empresas podem reduzir o número de consultas de acompanhamento, liberando a equipe de RH para focar em tarefas mais produtivas.
Além disso, um processo transparente e respeitável de seleção pode aprimorar a qualidade das futuras candidaturas, pois profissionais talentosos preferem empresas que valorizam a comunicação e o respeito mútuo.
Fica claro, então, que o ghosting nos processos seletivos reflete um desafio maior dentro da cultura de trabalho atual, onde a eficiência muitas vezes é priorizada em detrimento da empatia e do respeito pelas experiências individuais.
Ao enfrentar esse problema, as empresas melhoram sua própria imagem e contribuem para um ambiente de trabalho mais humano e acolhedor.
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