O modo tradicional de liderar uma equipe está com os dias contatos. É o que revela a pesquisa “The New Leadership Playbook for the Digital Age” realizada este ano pelo MIT Sloan Management Review e a Cognizant, que apontou que 82% dos executivos acreditam que os líderes precisam de novos conhecimentos. Porém, menos de 10% desses entrevistados acreditam que as organizações já possuem uma liderança na era digital.
E, quando se trata da área de tecnologia, esse cenário não é diferente. Segundo os dados da edição de 2020 da pesquisa “Antes da TI, a Estratégia”, realizada pela IT Mídia, 75,9% dos CIOs brasileiros já previam que as companhias passariam por grandes mudanças nesse ano.
Essas transformações certamente exigirão ainda mais preparo da liderança na era digital. Para apoiar nessas adaptações, o Diretor Corporativo de Tecnologia da Linx, Luiz Augusto Martins, compartilha um pouco sobre sua história e sobre sua experiência em gestão de equipes na era digital:
Liderar um time de inovação
De acordo com ele, inovar nunca é simples: “Precisamos conviver sempre com o legado, buscando através dos tempos os projetos transformacionais que nos permitirão viver novos momentos”.
Para o especialista, apesar da tecnologia, inovação, novos modelos, culturas, formas, automações, entre outras, o diferencial são as pessoas. “Quando construímos boas relações, buscamos fazer as coisas com mais detalhe, entendimento e contexto. Isso sim muda o jogo. Não é fácil, pensar simples dá mais trabalho, mas um bom começo é derrubar muros e construir pontes.”, revela Luiz.
Como superar os desafios de uma liderança na era digital?
O Diretor afirma que um primeiro desafio é entender que não estamos sozinhos: “Se você está numa batalha, então o time precisa estar com você. Caso isso não seja uma verdade, então você está falhando em algum ponto. Colocar as pessoas certas nos lugares corretos é um primeiro passo para organizar o cenário. Mas só isso não resolve.”
Entender forças e fraquezas é o próximo passo, pondera Luiz. “Vivenciar e se aproximar do time possibilitará mais assertividade e até entender como pode tomar as melhores decisões para vencer o momento”.
Segundo Luiz, o papel de líder exige decisões, às vezes em consenso e em outras não. “Se você tem dificuldade para lidar com isso, então repense seu papel. Se você aceitou liderar, então aceitou a responsabilidade de direcionar o caminho do time. Um líder precisa entender que a comemoração e a vitória serão sempre compartilhadas, mas a derrota será um momento de muita reflexão, aprendizado e superação. Qualquer situação diferente é motivo para rever seus valores, incluindo objetivos pessoais e profissionais”, reflete.
Competências essenciais aos líderes na era digital
Luiz defende que o líder da era digital precisa estar antenado, conectado, informado e empoderado de decisões. “É importante entender que não teremos domínio técnico e que tem muita coisa sendo desenvolvida e implementada sobre as quais já não temos mais profundidade. Falamos um pouco de tudo e entendemos um caminho comum. Mas não iremos superar as novas tecnologias, linguagens e culturas. Precisaremos nos adaptar constantemente, vencendo velhas crenças e paradigmas”, explica.
A tecnologia como parte da estratégia de gestão de pessoas
O Diretor afirma que com a pandemia de covid-19, estamos vivendo novos cenários, com quebras de modelos tradicionais. Ele complementa lembrando que muitas pessoas e empresas, independentemente de tamanho ou tempo de existência, precisaram se reinventar: “A conexão com as pessoas, a disponibilidade de serviços e a gestão das informações estão sendo diferenciais. A velha máxima de que dados são o novo petróleo fizeram e estão fazendo a diferença na decisão da alta gestão dessas empresas”.
“Proximidade, disponibilidade e tempo de atualização mudam o contexto. O mundo ficou mais complexo e com menos previsibilidade. Não é simples ao gestor tomar a decisão, mas é necessário. Quanto mais dados, menor probabilidade de riscos e maior chance de assertividade”, aponta.
O que muda nesse cenário?
“Tudo”, declara Luiz. “Antecipar férias, decidir sobre compensação do banco de horas, acompanhar assiduidade nos escritórios ou filiais, mudar regras de workflows e acompanhar a saúde do time são alguns dos exemplos. Nossas necessidades mudaram e irão mudar novamente várias vezes. A tecnologia é base disso e nos apoiará a enfrentar contextos mais ou menos complexos do que estamos vivendo exatamente nesse momento”, relata.
Como as empresas podem ter sucesso e aproveitar os benefícios da tecnologia?
O especialista afirma que centralizar não é o melhor caminho. Buscar especialização em um leque de soluções pode lhe ajudar a atender mais rapidamente o negócio. “Não estou dizendo para aumentar o volume de aplicações ou soluções, mas sim buscar especialização para cada contexto e necessidade. Entender isso, criar uma estratégia que atenda ao negócio com velocidade e estabelecer formas de integração podem lhe ajudar a percorrer o caminho”, explica.
Nesse cenário, o Diretor alerta que não podemos esquecer o legado, pois algum dia ele fez total diferença. “O ponto de atenção é o mapa estabelecido para essa viagem no processo de migração e desligue. Simples? Nem um pouco, mas alguém precisa começar. Quando você atravessar essa ponte, entenderá que existe um mundo diferente, mais simples, com mais possibilidades e oportunidades. Após as primeiras experiências, entender que é necessário ser feito será mais fácil. Enfim, muita força, determinação e alinhamento em todos níveis. No mais, trabalho, superação e um pouco de sorte”, finaliza.
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