Funcionários felizes, que se identificam com os valores da companhia, produtivos e inovadores. Esse é o resultado de uma forte cultura de engajamento. De acordo com João Paulo Pacífico, Fundador do Grupo Gaia, as empresas estão investindo cada vez mais em ações para aumentar o sentimento de pertencimento e envolvimento dos seus colaboradores. “Paredes coloridas, videogame e dia do cachorro nunca estiveram tão em alta no mundo corporativo. Todos em busca de uma cultura que atraia os novos talentos e que esteja pronta para a modernidade”, afirma.
João Paulo comenta que, para isso, muitos gestores devoram livros sobre cultura corporativa e diversas empresas gastam milhares de reais com consultoria. Entretanto, segundo ele, existem algumas práticas que podem sabotar o processo para aumentar o engajamento dos colaboradores. Confira quais são elas:
1. Aqui o cliente é o Rei
Ele explica que a analogia pode prejudicar o relacionamento entre empresas e colaboradores. “Rei é o ser que senta no trono, é o soberano que está acima do bem o do mal. Sendo o cliente o rei, os funcionários são os súditos. A Disney nos ensina que para ter engajamento e um serviço excepcional, o tratamento entre as áreas internas deve ter tanta qualidade quanto o que se tem com o cliente. Mas para não ter uma cultura de engajamento, sinta-se livre para matar e morrer no relacionamento dentro da empesa. Vale tudo com as outras áreas. Você pode brigar com o financeiro, ignorar o RH, maltratar a advogada. Afinal, todos são súditos e o rei é o rei”, relata João Paulo.
2. Fulano é um gênio, mas intragável como pessoa
O fundador do Grupo Gaia relembra uma pesquisa sobre o tema. “Segundo uma publicação da Harvard Business School (novembro/2015), o dano que os funcionários tóxicos causam em uma empresa é muito maior do que o benefício que os Top 1% produzem. Mas como são definidas pessoas tóxicas? De acordo com os pesquisadores Michael Housman e Dylan Minor, o colaborador tóxico é aquele que tem um comportamento prejudicial aos demais colegas de trabalho ou à propriedade da companhia. Uma pessoa tóxica é fundamental para manter o ambiente ruim e disseminar uma cultura sem engajamento. Então, se quiser acelerar uma cultura sem engajamento, não só mantenha, mas dê poderes para os gênios loucos da sua companhia”, destaca.
3. Isso é coisa do RH
João Paulo recomenda que as organizações façam um exercício para verificar o nível de engajamento dos colaboradores. “Coloque todos os líderes em uma sala e faça o teste dos valores. Funciona assim: dê um papel para cada um deles e peça para escreverem os valores da sua companhia. Se só o diretor de RH acertar, saiba que está no caminho certo para se ter uma cultura sem engajamento. E se nem o diretor de RH souber os valores, excelente, mais de meio caminho andado. Em empresas sem engajamento, a área de Recursos Humanos deve ficar dando murro em ponta de faca, criando eventos e enviando lembretes que devem ser prontamente ignorados pelos altos cargos”.
Para as empresas que querem ter uma forte cultura de engajamento, ele aconselha. “Você tem três opções: contratar consultorias e devorar os livros (sempre bem-vindos), colocar videogame e dia do cachorro (divertidos também) ou, para começar, simplesmente não colocar em prática esses 3 itens”, finaliza João Paulo.
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