Quem é o líder do futuro? 5 perspectivas para você se atentar

Pesquisa revela as principais transformações nas organizações e aponta como as lideranças podem se preparar.

Os comportamentos e as atitudes da alta liderança mudaram diante do cenário da pandemia no Brasil. A crise gerada pela covid-19 levou empresas do mundo todo a enfrentarem, de forma simultânea, as incertezas quanto ao que virá pela frente. Nesse cenário, a tomada de decisão pela diretoria das organizações determinou novos rumos que geraram impactos significativos no universo do trabalho. Fica a pergunta: quem será o líder do futuro?

É esse o assunto abordado na pesquisa “Realidade e percepções da alta liderança frente à crise”, promovida pelo PageGroup e Fundação Dom Cabral (FDC), para analisar as diferentes visões dos gestores C-level para 2021. O estudo conduz os profissionais de RH a entenderem de forma mais profunda seu papel nas organizações, seja contratando líderes preparados para desafios inesperados ou apoiando gestores na direção das melhores estratégias para cada tipo de negócio.

Conheça os números, as transformações na alta gestão das organizações e fique de olho em quatro perspectivas levantadas pelo relatório.

1- A rápida transformação

A adoção repentina de modelos de trabalho remoto ou híbridos, entre o home office e o presencial, exigiu adaptação por parte da liderança. Isso significa que o líder do futuro ficou mais próximo do presente, através de mudanças aceleradas.

Dessa forma, 79,7% dos gestores consultados na pesquisa estão tendo que lidar com um grande número de atividades mais específicas e de pequena ou média magnitude. Ainda assim, procuram fazer menos microgerenciamento, dando foco às habilidades estratégicas (28,6%), à gestão de pessoas e soft skills (22%), além das questões financeiras (14,3%). 

Apesar da necessidade de lidar com todas as novidades exigidas pelo período, 75,8% dos líderes acreditam que a tomada de decisão está sendo mais rápida neste cenário de crise.  Outro ponto importante é que, agora, as lideranças precisam direcionar atenções individuais aos colaboradores, considerando o equilíbrio entre os interesses do trabalhador, da empresa e o que é possível diante do momento atual.

Paul Ferreira, Diretor do Centro de Liderança do Programa STC Managing to Lead in the New Economy, juntamente à Ricardo Basagli, Diretor Geral de Page Executive, Michael Page e Page Personnel em São Paulo, que assinam o relatório, ressaltam que o apoio do setor de gestão de pessoas tem sido fundamental. “Com tantos desafios e mudanças em relação à gestão de pessoas, os líderes mencionaram a importância do departamento de Recursos Humanos na construção de processos e políticas mais simples e dinâmicas”, explicam.

2- A liderança feminina na crise

O estudo evidencia que no Brasil as mulheres têm apenas 16% de participação na amostragem de diretoria executiva. Enquanto a média internacional é de 34%, evidenciando a necessidade urgente de transformação no país, para que o líder do futuro assuma uma cara mais feminina.

Segundo as entrevistadas, há um questionamento em relação à disponibilidade para o trabalho, considerando a sobrecarga das mulheres durante a quarentena. Há também uma preocupação das organizações com relação à gravidez e capacidade analítica e estratégica para responder ao momento de crise. Essa análise demonstra o que afirma parte das executivas entrevistadas na pesquisa: “falta eficiência nos programas de diversidade das empresas, com atos de transformação concretos”, explica.

3- Os perfis de liderança na crise

A pesquisa apontou quatro diferentes perfis de alta liderança diante da gestão de crise: o cético, o orientado a pessoas, o autocentrado e o confiante. O líder do futuro pode transitar entre esses perfis e eles são influenciados por fatores que vão além de características pessoais, como a cultura da empresa.

O cético, por exemplo, faz parte de setores geralmente muito afetados pela pandemia e está preocupado com a incerteza na busca por seus produtos ou serviços. Já os líderes orientados a pessoas têm como grande preocupação a segurança e produtividade. Além disso, eles buscaram implantar medidas para o bem-estar dos colaboradores.

Enquanto isso, o autocentrado, diante de novas dinâmicas como o trabalho home office, centralizou em si tomadas de decisão para facilitar, na sua visão, o entendimento das responsabilidades de cada colaborador. Por fim, as lideranças confiantes estimularam a criação de equipes ágeis e multidisciplinares com foco em inovação e valorização das competências de cada profissional.

4- O importante papel do RH

Outra conclusão apontada pela análise é a de que não existe “melhor ou pior perfil” de liderança, mas sim o “mais adequado” para cada tipo de situação. A pesquisa avalia que conhecer melhor os comportamentos dos líderes em momentos desfavoráveis, ajuda profissionais de gestão de pessoas a colaborar de forma positiva com o melhor desenvolvimento das empresas. Nesse sentido, o líder do futuro deverá ser amplamente apoiado pelo RH.

Segundo afirmam Ricardo e Paul, “os executivos de RH têm um papel fundamental na transformação das organizações, seja ao contratar os líderes mais preparados para os desafios, seja apoiando a liderança com seus times para conduzi-los ao desenvolvimento contínuo e melhores resultados para o negócio”, revelam.

De acordo com o relatório, a gestão de pessoas deve se manter atenta já que, para cada tipo de liderança, existe também um “fit” a diferentes culturas organizacionais.

5- Olhar para o futuro

O estudo também conclui que existem três fatores essenciais para pensar o líder do futuro no mundo do trabalho. O primeiro é a flexibilidade, em cenários voláteis como os demonstrados pela pandemia. Com planos construídos a longo prazo, há espaço para adaptações e ajustes, o que contribui com o desenvolvimento, especialmente em momentos de crise. O segundo é a capacidade de produzir respostas rápidas, sempre apoiadas em fatores humanos. E o terceiro, mas não menos importante, é a colaboração.

As soluções podem vir dos mais diferentes setores das organizações e fica claro que equipes multidisciplinares têm grande capacidade de inovar e buscar soluções aos desafios.  “Percebemos que a crise exigiu e continua exigindo uma série de competências da gestão. A preocupação com a gestão do capital humano, por exemplo, está sendo discutida nos níveis mais altos das instituições. É com a liderança adequada que cada empresa poderá tomar o melhor caminho para atravessar essa crise”, finalizam Paul e Ricardo.

Gostou do conteúdo? Esse foi um dos temas discutidos na 30ª edição da Revista Huma. Quer se preparar para ser um líder do futuro? Acesse a revista e fique por dentro de tendências e boas práticas de gestão de pessoas.

Gerciane de Almeida Borges Matos

Gerciane de Almeida Borges Matos

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