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Qual o propósito da sua organização?

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De acordo com Patricia Pugas, Diretora de Gestão de Pessoas do Magazine Luiza, necessidade de a companhia ter um propósito não é algo recente

Segundo o dicionário Aurélio, a palavra propósito significa “aquilo que se pretende alcançar ou realizar; finalidade, fim, mira; tino, juízo, seriedade, prudência”. No âmbito organizacional, para o Gallup, empresa de pesquisa dos EUA, propósito pode ser uma força invisível que ajuda a empresa a definir sua marca e criar uma cultura desejada. Além disso, muito tem se falado que pessoas com propósito são mais colaborativas, as verdadeiras protagonistas das companhias e, por consequência, geram mais resultados.

Patricia Pugas, Diretora Executiva de Gestão de Pessoas do Magazine Luiza

Patricia Pugas, Diretora Executiva de Gestão de Pessoas do Magazine Luiza, reflete o motivo pelo qual o assunto vem sendo tratado como novidade. “Há diversos livros sobre engajamento, propósito e alinhamento à cultura e aos valores das companhias, em especial sob a ótica das novas gerações, tendo o assunto ganhado grande relevância na cena corporativa, especialmente no RH, e virado case principal de simpósios, seminários e palestras”, afirma a diretora.

“Se você trabalha com RH, provavelmente já teve que responder às seguintes perguntas:

1-      Qual o propósito da sua empresa?

2-      Ele se identifica com o seu propósito pessoal?”

Patricia Pugas, Diretora Executiva de Gestão de Pessoas do Magazine Luiza

Ela explica que, de fato, a nova geração busca por propósito no trabalho, pois não quer apenas a dita estabilidade ou independência financeira, mas sim uma razão de existir e um meio no qual possa alocar seus talentos e habilidades, sempre em prol de uma causa maior. “É o trabalho pela satisfação do fazer a diferença, e não apenas pelo ato de produzir e ser pago por isso”, comenta.

Segundo a especialista, também é interessante perceber uma nova engrenagem vicejando nas entrevistas de recrutamento e seleção, no que diz respeito às escolhas. “Empresas buscam pessoas, mas pessoas também estão atrás de empregos que tenham propósitos semelhantes aos seus. A busca pela identificação de valores está bem equilibrada, seja do lado de candidatos, seja de recrutadores”, explica a diretora do Magazine Luiza.

O propósito antigamente

Mesmo assim, Patricia questiona se isso é mesmo uma nova tendência. Se o propósito passou a ser relevante apenas porque as novas gerações (Y e Z) valorizam esse aspecto. “Certamente não. Empresas centenárias já haviam identificado essa fórmula de sucesso: gente de visão, que tem um propósito claro de onde e do porquê querem chegar. O ‘para que’ trabalhamos sempre esteve muito à frente do ‘como’, ‘em que’ ou de qualquer outra pergunta. Companhias vencedoras sempre tiveram um propósito forte. Isso não é moda atual, isso é DNA empresarial das bem-sucedidas”, aponta.

Para a diretora, anos atrás, já tínhamos exemplos de líderes que souberam contagiar equipes, parceiros e stakeholders, a ponto de compartilharem os mesmos sonhos e trabalharem juntos pelo mesmo objetivo. “Muito provavelmente eles não tenham ido a um seminário sobre o tema nem mesmo lido artigos a respeito, mas certamente fizeram dessa forma por instinto ou por convicção. Sabiam que pessoas motivadas a resolver o que fosse preciso iriam mais longe em qualquer negócio”, avalia.

Liderança com propósito

propósito

Para Patricia, na liderança, está a maior diferença do que temos hoje com o passado. Afinal, antes, o propósito estava muito relacionado ao fundador do negócio. “Era um talento natural, um feeling de empreendedor. O ponto de virada é que essa prática deixou de ser apenas do fundador e virou política de RH, obsessão das áreas de recrutamento. Está claro que ter bem definido um propósito para o qual se trabalha não deve ser privilégio de poucos funcionários, mas deve permear a organização inteira”, complementa ela.Equipes com propósito são hoje como commodities em empresas vencedoras. A diretora vive esse exemplo diariamente no Magazine Luiza: “É uma das nossas missões mais relevantes disseminar o propósito da companhia de ponta a ponta, em todas as nossas lojas, centros de distribuição, laboratórios de tecnologia e escritórios administrativos”.

“Você não treina propósito. Você estimula, instiga, envolve, mas ele precisa existir dentro de cada um. Encontre pessoas que compartilhem genuinamente o propósito da sua companhia e elas serão excelentes funcionários após serem bem treinadas no restante.”

Patricia Pugas, Diretora Executiva de Gestão de Pessoas do Magazine Luiza.

Nesse sentido, o começo é através dos principais líderes, que precisam falar a mesma língua, andar na mesma direção. “Se cinco ou dez executivos, de funções diferentes, que trabalham em uma mesma sala, não tiverem isso definido, imagine como o terão mais de 20 mil funcionários espalhados no Brasil?”, indaga Patricia.Mas como fazer isso? Como manter essa cultura tão forte e recrutar os melhores profissionais em uma gigante do varejo brasileiro? Patricia explica que não há manuais nem lições prontas, pois, quando se lida com pessoas, a soma de 2+2 pode não ser 4 para todo mundo. “Se houvesse receita, no entanto, diria que a primeira coisa a se fazer é ter o propósito muito claro para todos na companhia”, compartilha a especialista.

Segundo a diretora, o passo seguinte é compartilhar o propósito em outros níveis. “Isso é primordial. Escrevê-lo em pedras, pelas paredes se necessário. Saber se faz sentido para todos e se é inspirador, se conversa com as pessoas”, complementa ela.

Porém, apenas saber o propósito não engaja equipes, é preciso praticá-lo. “As palavras movem, mas o exemplo arrasta. A comunicação interna tem papel essencial nessa jornada. Você precisa falar e falar bem sobre o porquê estão fazendo o que fazem. Só conseguimos a cooperação das pessoas para trabalharem verdadeiramente dedicadas a uma causa se as tocarmos por dentro”, conclui Patricia Pugas.

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Caroline Fernandes

Relações Públicas por formação, há mais de 7 anos estudando sobre RH, inovação e a tecnologia como catalisadora para aprimorar os processos de gestão do capital humano. Inspirada pela filosofia de Simon Sinek, acredito que entender de pessoas é entender de negócios. Junte-se a mim para explorarmos como elevar a gestão de pessoas e negócios a novos patamares.

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