Em diversos estudos, o ato de confiar (em profissionais, empresas e mercado) aparece como responsável por aumento de produtividade e melhoria nos resultados das organizações, refletindo também em ganhos para pessoas e sociedade. Mas, afinal, os profissionais estão confiantes diante do cenário atual? O que eles pensam sobre o futuro? Podemos responder esses questionamentos avaliando o Índice de Confiança Robert Half (ICRH). Confira.
Aplicado de três em três meses desde agosto de 2017, a pesquisa foi desenvolvida para avaliar e monitorar os sentimentos dos profissionais chamados de “qualificados” (com mais de 25 anos, que possuem curso superior completo e atuam no mercado de trabalho privado) em relação ao atual e futuro cenário do mercado. Também são ouvidos recrutadores e profissionais temporários.
O principal resultado trazido pelo estudo é o ICRH, que varia de 0 a 100, sendo zero muito pessimista e 100 muito otimista. No último relatório, de janeiro de 2019, o índice de confiança cresceu em todos os públicos avaliados, ficando em 32,7 no cenário atual e 58,4 pensando no futuro. Em outubro do ano passado, a confiança estava em 28,6 e 55,3, respectivamente. Os profissionais temporários aparecem ainda mais confiantes com 35,9 no cenário atual e 62,1 para o futuro. Além disso, o estudo mostrou que, para 90% dos profissionais, a experiência de trabalhar em contratos provisórios tem sido positiva.
Segundo os recrutadores, o motivo principal pelo qual eles buscam um profissional temporário é a necessidade de alguma habilidade específica para apenas um projeto (69%), seguido por períodos de pico de trabalho (58%) e cobrir a ausência de outro colaborador (55%). As principais vantagens de se trabalhar com esse tipo de contrato, segundo o levantamento, é o acesso rápido à mão de obra qualificada (50%), seguido por preenchimento rápido de posição-chave (48%) e redução de custo (39%).
Recrutamento e confiança
Entre os recrutadores, o nível de confiança também tem crescido a cada edição do estudo. Na última análise, ficou com 38,9 para o cenário atual e 59,4 para o futuro. O que pode evidenciar a expectativa de aumento de contratações e diminuição no índice de desemprego. De acordo com o estudo, na visão desses profissionais, atualmente, o aspecto que mais chama atenção em uma entrevista é se o candidato se encaixa à cultura e clima da empresa (29%), seguido de suas habilidades comportamentais (26%) e de seus resultados atingidos em empresas anteriores (17%).
Entre os principais motivos que fazem com que descartem um candidato já na primeira entrevista, estão: perceber que ele mentiu no currículo (33%), entender que ele não se encaixa no clima e na cultura da empresa (23%) e notar que não demonstra interesse na vaga (12%).
A pesquisa também revelou que, para os próximos três meses, os principais desafios nos processos seletivos serão encontrar profissionais qualificados (84%), contratar alguém que se encaixe na cultura e no clima da empresa (82%) e criar um pacote de benefícios atrativo (41%).
Os números do estudo da Robert Half reforçam a importância que a cultura tem para uma organização, afinal, uma cultura forte move pessoas e empresas em prol dos mesmos objetivos. Na 18ª edição da Revista Huma, Patrícia Pugas, Diretora Executiva de Gestão de Pessoas do Magazine Luiza, comentou sobre propósito para as novas gerações e também para a força de trabalho mais madura.
Para a diretora, companhias vencedoras sempre tiveram um propósito forte. “Isso não é moda atual: isso é DNA empresarial das bem-sucedidas. Henry Ford tinha o propósito de melhorar a mobilidade urbana. Steve Jobs tinha o propósito de reunir simplicidade e estética em computadores pessoais. Henri Nestlé certamente possuía o propósito muito bem definido de melhorar a alimentação infantil”, comenta.
Além disso, o relatório mostrou que a possibilidade de crescimento dentro da empresa é o que mais interessa profissionais quando se candidatam à uma vaga (41%), seguido pelo pacote de benefícios oferecidos pela empresa (19%). Os profissionais respondentes demonstraram mais interesse em contratos CLT do que em empreender, caso perdessem seus empregos. E, apesar do aumento da confiança no mercado, eles acreditam que daqui seis meses estará “muito mais difícil” para se conseguir uma recolocação de trabalho.
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