O retorno ao trabalho presencial tem sido motivo de grande atenção por parte das empresas. Por um lado, durante o home office muitas organizações testemunharam maior produtividade, quebraram preconceitos e mantiveram os colaboradores mais satisfeitos pela possibilidade de equilibrar a vida pessoal com o emprego. Por outro, algumas atividades fluem melhor quando há trocas entre indivíduos, favorecendo a interação rápida e a sociabilidade.
Nesse cenário, muitas companhias ficam em dúvida de qual modelo seguir e como se preparar para esse retorno. Com o objetivo de oferecer maiores informações para as decisões sobre esse assunto, a Robert Half promoveu a pesquisa “Benefícios pré e pós COVID-19: o que mudou?”. O levantamento contou com a participação de 358 profissionais entre junho e julho de 2021.
O estudo aponta que a pandemia impactou a forma como o mercado de emprego funciona e modificou a perspectiva dos colaboradores sobre os benefícios ofertados pelas companhias. Na mesma linha, as empresas também reagiram e ajustaram o pacote de vantagens oferecidas de acordo com a percepção dos funcionários.
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1- Modelo de trabalho
No que tange o retorno ao trabalho presencial, o estudo apontou que apenas 4,3% dos respondentes desejam se manter integralmente em casa, enquanto 63,8% preferem permanecer mais vezes em home office do que no escritório.
Segundo Mariana Horno, Gerente Sênior de Recrutamento da Robert Half, a pesquisa revelou que as pessoas buscam um equilíbrio. “De uma forma geral, a gente percebe que existem mais profissionais adeptos do sistema híbrido, que inclui o home office e o trabalho presencial como forma mais produtiva e equilibrada de exercício”, esclarece.
Nesse cenário, mais da metade das instituições (58,1%) ainda não definiu como será seu formato trabalho após a pandemia. “Cada um se adapta de uma forma e tudo depende do sistema e da cultura da empresa. Há organizações e segmentos que acabaram se adaptando mais ao modelo remoto e precisam menos dos profissionais dividindo o mesmo espaço físico no dia a dia para que as atividades ocorram de forma produtiva”, explica Mariana.
A especialista ainda explica que, antes, o home office era entendido como benefício, mas a pandemia mudou essa percepção. “Não tivemos opção, migramos para esse modelo novo de forma full time e precisamos nos adaptar. A grande questão do momento é que, agora, com a maior parte da população vacinada e as pessoas mais adaptadas à nova realidade, as empresas têm pensado mais fortemente sobre como será em 2022. Notamos que a maioria (46%) tem optado por contemplar esse equilíbrio entre o trabalho presencial e remoto”, declara.
2- Liberdade para produzir
No relatório, as mulheres revelam ter mais receios em retornar ao trabalho presencial. Elas se mostraram mais determinadas em manter o home office ou o modelo híbrido. Entre esse público, 44,1% estariam dispostas a mudar de emprego caso o atual não oferecesse essa possibilidade.
Para Mariana, esse é um reflexo da facilidade que o teletrabalho pode trazer. “Observo que a mulher equilibra muitos aspectos: maternidade, gestão, produtividade, vida pessoal e a organização do lar que acaba recaindo, de forma geral, mais sobre o sexo feminino. No home office, elas conseguem se organizar nessas searas de uma maneira um pouco mais tranquila. Não do ponto de vista da carga, mas da composição, já que acabamos com as barreiras do horário comercial”, comenta.
No entanto, mesmo entre os homens, o número é significativo: 31,4% assumem que estariam abertos a novas oportunidades caso o retorno ao trabalho presencial ocorresse sem flexibilidade.
Para Mariana, a liberdade trazida pelo modelo híbrido pode ser o motivo para a grande adesão entre ambos os sexos. “Apesar de algumas tarefas exigirem que a equipe esteja disponível, outras atividades são mais introspectivas e independem do horário. Temos muitas pesquisas aqui na Robert Half que revelam que muitos profissionais se percebem mais produtivos em casa. Isso acontece porque, no home office, quando há uma reunião, um follow up, essa atividade é marcada, e não interrompida abruptamente em meio a uma tarefa que você precisa focar e entregar”, destaca.
3- Retenção dos colaboradores
O modelo de trabalho, junto aos benefícios, impacta na retenção dos colaboradores e alertam para mudanças nas organizações. “O home office proporciona certa abertura para a pessoa escolher quando estar presente, o que acaba acarretando benefícios e a satisfação. Isso reflete diretamente na permanência dos profissionais. É um elemento subjetivo muito forte que surge para que a gente possa consolidar um plano de retenção dentro das empresas”, revela a especialista.
O estudo demonstra exatamente essa realidade. 61,5% das mulheres e 56,5% dos homens afirmam que se os benefícios que julgam importantes não são ofertados, preferem negociar melhor o salário. Além disso, 63,4% do total de respondentes concorda que as vantagens oferecidas pelas suas empresas ajudam na atração e retenção de talentos.
4- Mudança nos benefícios
As necessidades mudaram. O deslocamento, por exemplo, levou as pessoas a pensarem sobre outras possibilidades: vender o carro porque não está usando, dispor de aplicativos de motorista particular, ir trabalhar a pé, de bicicleta ou de transporte público. Benefícios relacionados à alimentação também entram nessa conta. No presencial, fazemos refeições na rua, explorando serviços ao redor do escritório. Ao trabalhar em casa, isso se torna menos crucial.
“Hoje, os trabalhadores pensam sobre como transformar essas ofertas em outros benefícios, como pagar a internet ou adquirir um notebook. Acredito que a liberdade de usar um benefício de formas diferentes melhora a experiência pois as pessoas e as necessidades são diferentes”, afirma Mariana.
Nesse contexto, 86% dos participantes da pesquisa defendem que seria interessante que alguns benefícios mudassem daqui pra frente. A maioria (89,3%) ainda relata que, na empresa onde trabalham, não podem escolher os incentivos que melhor se adaptam à sua realidade.
Não surpreende, portanto, que 92,6% gostariam de optar por benefícios flexíveis, que se adequassem às suas demandas. “Se a pessoa puder receber uma vantagem feita para ela, de forma customizada, gera mais contentamento. Se ela tem um benefício que não usa, ela não reconhece como vantagem”, aponta Mariana.
5- Home office não é benefício
Antes da pandemia, o home office era visto como um benefício. Hoje, 76,5% passaram a considerá-lo um novo modelo de trabalho. Diante da mudança de mentalidade, as empresas enfrentam questionamentos sobre como esse aspecto será encarado daqui para frente.
“É importante não termos paradigmas e clichês no retorno ao trabalho presencial. Não é porque todo mundo está adotando um modelo que você deve condicionar sua empresa a também fazer, porque é uma tendência. Tem negócios e serviços, setores ou momentos que não funcionam de forma híbrida. Por exemplo, dentro de uma mesma organização que adota o escritório em casa, pode haver setores em que isso não será possível. A gestão deve analisar o macro e micro e ainda fazê-lo de forma segmentada”, aconselha Mariana.
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