Falta de feedback em tempo real e de perspectivas claras de desenvolvimento são constantemente apontados como motivos para desengajamento, presenteísmo e turnover. Lá em 2015, pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE), alertou que a falta de reconhecimento era o que mais desmotivava os jovens. O estudo “Quais são as situações mais desmotivantes” contou com cinco alternativas e 56,61% dos entrevistados responderam que não ser reconhecido configurava-se como o principal fator para a desmotivação.
Outra pesquisa, também de 2015, realizada pelo International Stress Management Association com participantes de Porto Alegre (PR) e São Paulo (SP), apontou que 89% das pessoas sofre de estresse por falta de reconhecimento no trabalho.
Segundo Felipe Azevedo, Vice-Presidente da LG lugar de gente, desde então, é possível perceber que, apesar de as empresas considerarem essa prática relevante e existir uma conscientização quanto ao tema, ainda existem poucas ações práticas para que o feedback seja aplicado em tempo real. “Estudos como esses evidenciam que as novas gerações têm, há algum tempo, enorme necessidade por feedback frequente, mas nem sempre encontram isso nas organizações”, comenta ele.
Em 2018, a Forbes já destacou que uma em cada três companhias se move em direção a um modelo de gestão de desempenho mais contínuo. E a sua empresa? Já começou a discutir o assunto? Felipe destaca três motivos para que as organizações comecem já:
1 – Espaço para crescer
De acordo com ele, quando o feedback é aplicado de forma orgânica e “real time”, o colaborador passa a ter uma compreensão mais clara de suas oportunidades de desenvolvimento no momento em que o ponto a desenvolver é identificado. “Isso evita uma série de transtornos, como a perda de talentos pela falta de transparência nas práticas de reconhecimento da empresa ou o não redirecionamento de ações que impactarão nos resultados do indivíduo e da organização. Além disso, um acompanhamento próximo ajuda a manter as metas individuais e de negócio alinhadas e sob gestão permanente”, completa o vice-presidente da LG lugar de gente.
2 – Mais colaboração
Para Felipe, embora o feedback seja considerado uma ferramenta indispensável ao crescimento, é preciso reconhecer também a sua importância no incentivo à colaboração. “Por meio da avaliação do líder, da equipe e de colegas, é possível fomentar um ambiente mais positivo para o desenvolvimento do funcionário, pois, ao mesmo tempo em que aprende, o profissional também contribui com o crescimento dos demais colegas. Além de gerar engajamento, tal prática desperta sentimentos de pertencimento e gratidão com a empresa”, destaca.
3 – Inovação constante
Eric Ries, criador da estratégia Lean Startup, apresenta algumas máximas para empresas que desejam inovar: “Falhe, aprenda e tenha sucesso”. Na metodologia Lean, o fracasso é inevitável, mas é necessário que ele seja superado de forma rápida e indolor. Por isso, Felipe reforça a importância do feedback contínuo que segue o mesmo raciocínio. “A prática possibilita implementar ações corretivas com mais agilidade, já que o profissional visualiza imediatamente os resultados obtidos com o seu desempenho”, pontua ele.
Então, como colocar o feedback em tempo real em prática? Felipe esclarece que para promover a cultura do feedback contínuo, as companhias precisam da tecnologia para instrumentalizar líderes e colaboradores. “Mesmo que aplicados constantemente, feedbacks sem registro podem cair na informalidade, prejudicando o processo de desenvolvimento. Afinal, o colaborador nem sempre irá perceber que está sendo avaliado e recebendo uma orientação específica para seu aprendizado. Por isso, investir na tecnologia é o melhor caminho. Só ela é capaz de liberar tempo das pessoas, oferecer ferramentas modernas para engajar os talentos e permitir que as empresas tomem decisões com inteligência”, finaliza.
Como está a avaliação de desempenho na sua empresa? Os gestores trabalham com o modelo de feedback contínuo? Descubra em que nível está seu processo de gestão de desempenho com esse quiz sobre o tema.