A relevância da experiência do colaborador para o bom desempenho das organizações vem ganhando cada vez mais destaque na medida em que companhias inovadoras dão exemplos de sua eficácia. Contudo, diante da preocupação de muitas empresas com o engajamento de seus funcionários em seus trabalhos, é possível que o foco real dessa experiência esteja sendo ignorado.
Tratam-se dos sentimentos de propósito e realização do colaborador. De acordo com a pesquisa Workforce Purpose Index de 2019, funcionários realizados em seus trabalhos têm maior probabilidade de apresentar melhor desempenho do que 80% dos demais profissionais de sua área.
Mais do que isso, o relatório, realizado a partir de entrevistas com mais de mil profissionais nos Estados Unidos, aponta que esse sentimento tende a fazer com que o colaborador estenda seu elo com a organização, aumentando a taxa de retenção.
Contudo, enquanto as empresas focam em engajamento, o estudo mostra que ele deve ser uma ramificação dos esforços da gestão de pessoas em busca de melhorar a experiência do colaborador.
Essa constatação reflete a percepção de organizações do mundo inteiro que têm adotado medidas que promovem bons momentos com seus integrantes. No Brasil, a multinacional Braskem se destaca como uma das pioneiras na implementação dessa mentalidade.
Experiência do colaborador: realização e engajamento
Para a Braskem, maior petroquímica das Américas, líder mundial na produção de biopolímeros e maior produtora de polipropileno nos Estados Unidos, o investimento em um programa inovador refletiu diretamente nos resultados do negócio.
Em 2019, a empresa registrou crescimento de 45% em relação ao último trimestre de 2018 e 5% em comparação ao período inicial daquele ano. Para Camila Dantas, Diretora de Pessoas & Organização da Braskem, esses resultados só foram possíveis graças à relação da companhia com seus oito mil integrantes.
Ela avalia que o foco na promoção do desenvolvimento dos colaboradores e na busca constante pela inovação para atender melhor às necessidades de todos os seus stakeholders fez com que os profissionais se conectassem mais com o trabalho.
“Temos total convicção de que os resultados que a companhia alcançam são frutos do trabalho e do engajamento dos nossos integrantes. Entendemos que o sucesso da empresa está atrelado à satisfação e ao comprometimento de todos os envolvidos,” assegura Camila.
Apostando na identidade
Ainda de acordo com o estudo da Imperative, enquanto os entrevistados relacionaram o sentimento de realização a palavras como feliz, amar, desfrutar e objetivos, o engajamento foi associado a termos como ocupado, ativo, interesse e desafio.
Esses dados mostram que, embora o envolvimento do trabalhador com o seu posto seja importante, é a percepção de que ele tem lugar de destaque na cultura da organização que realmente vai fazer com que o profissional se conecte de fato.
Além disso, o levantamento mostra que, quando o funcionário se vê como centro da empresa, o nível de satisfação cresce de 54% para 72%. Para a Braskem, essa constatação pode ser colocada em prática através do programa BeUX.
Criado a partir do Employee Value Proposition (EVP) e com colaboração intensa dos funcionários, o projeto usou pilares como protagonismo, estímulo a desafios, criatividade colaborativa, desenvolvimento mútuo e orgulho para resgatar a singularidade de cada funcionário.
Como resultado, esse convite a uma experiência do colaborador única para cada um dentro da organização rendeu o reconhecimento de instituições renomadas como a Você S/A e a Cia. de Talentos. Contudo, para Camila um dos retornos mais relevantes veio de dentro.
“Também somos destaque no ranking Love Mondays desde a primeira edição da pesquisa, em 2016. Ficamos muito felizes com este reconhecimento, em especial por ser uma avaliação espontânea feita pelos funcionários sobre as organizações onde trabalham”, ressalta.
RH como gestor de pessoas e mudanças
Reconhecida ainda como uma das empresas que fizeram progresso significativo ao longo do último ano na defesa da diversidade e inclusão de pessoas LGBTQIA+, a Braskem mostra que o RH ocupa uma posição vital na transformação da cultura organizacional.
Para a Diretora de Pessoas & Organização, é através da área que a companhia é capaz de perceber o que é de fato melhor para seus integrantes. “O setor tem a missão de atuar como gestor da mudança na companhia e por isso deve identificar e estudar iniciativas que possam colaborar com o desenvolvimento dos integrantes”, explica.
Para a petroquímica, isso se traduziu em iniciativas como o dresscode livre, o flexwork (que incentiva o trabalho de qualquer lugar na empresa) e o flex office (que permite que o funcionário trabalhe remotamente). Mais do que oferecer melhores condições de trabalho a seus integrantes, a empresa também investiu em desenvolvimento com educação a distância e treinamentos presenciais.
Esses esforços foram realizados com o envolvimento de funcionários de todos os países onde a Braskem está presente e ajudou a empresa a construir práticas de gestão focadas na experiência do colaborador. “Acreditamos no potencial de todos os nossos profissionais e trabalhamos para que se mantenham motivados a superar os desafios que o mercado apresenta com coragem, ética e ousadia”, completa.
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