A transformação digital chegou às empresas, mas será que elas estão preparadas? Como está a atração de talentos digitais? Segundo um estudo realizado pelo LinkedIn em parceria com a CapGemini, mais de 54% das empresas acreditam que há um gap entre a demanda e a oferta dos profissionais capacitados para o digital. A pesquisa foi realizada com 753 funcionários e 501 executivos em cargos diretivos ou superiores em nove países.
Por que isso acontece? A resposta pode estar nas próprias empresas, uma vez que 29% dos funcionários questionados no estudo disseram que os treinamentos ofertados são ineficientes. Além disso, nem sempre as companhias possuem as características que atraem esses novos talentos como flexibilidade de horário, gestão horizontal, possibilidade de desenvolvimento e remunerações alternativas.
Na contramão dessa realidade, a Brasal, empresa que atua nas áreas de incorporação, veículos, combustíveis e bebidas, vem trabalhando há alguns anos a transformação digital e a atração desses novos talentos através de um comitê de tecnologia e inovação, do qual o RH faz parte. Para o Gerente de Gestão de Pessoas da Brasal, Carlos Frederico, é papel da gestão de pessoas fomentar a mudança cultural. “Além disso, precisamos dar apoio para que a empresa transforme o mindset dos colaboradores. Não adianta investir em tecnologia, por exemplo, e as pessoas continuarem a pensar de forma analógica”, comenta.
Saindo da teoria para a prática
Carlos conta que em 2015 a empresa criou o programa “Impulso”, um projeto feito em parceria com as universidades da região, que levou até os alunos os problemas reais do dia a dia da empresa. “A universidade abria editais para startups apresentarem soluções. Então, tivemos uma série de workshops nos quais a liderança da Brasal apresentava os desafios e os estudantes mostravam maneiras de resolvê-los. Tivemos uma série de negócios e de aplicativos que surgiram dessa iniciativa”, comenta Carlos. Dentre os frutos desse trabalho, está o site de e-commerce de bebidas alcoólicas Bex, lançado em 2017. O projeto contou com o apoio de várias áreas como Jurídico, TI, Logística, Marketing, Contas a Pagar e do próprio RH.
Para 2018, a proposta do programa “Impulso” é criar multiplicadores internos. Ou seja, gestores e analistas de diversos departamentos, e com diferentes faixas etárias, que têm o propósito de identificar oportunidades de novos negócios juntamente com jovens talentos digitais da companhia. “A ideia é trazer a sala de aula para dentro da Brasal. Como resultado, temos visto uma grande mudança na forma de realizar o planejamento e execução das atividades. Antes, usávamos ferramentas complexas para elaborar os projetos e agora estamos muito mais focados em fazer. Tanto que nosso slogan é ‘a gente vai lá e faz’, pois estamos mudando a forma de pensar das pessoas e aplicando metodologias ágeis”, explica Carlos.
Ele pontua que, através dessa iniciativa, a maneira de entregar os resultados muda radicalmente. “Se antes envolvíamos 100 pessoas em um determinado projeto, agora colocamos 20 colaboradores, testamos e, se funcionar, expandimos para os demais. Ou seja, as entregas são feitas sem preciosismo e vamos ajustando ao longo do processo”, completa o gerente de gestão de pessoas da Brasal.
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