As mudanças climáticas e seus impactos já não são previsões, mas uma realidade palpável. Eventos extremos, como tempestades e inundações, têm desafiado países e corporações a tomarem medidas urgentes. No âmbito empresarial, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 28), que ocorreu em Dubai entre novembro e dezembro, surge como um marco importante.
Empresas de todo o mundo são instadas a repensar suas estratégias de sustentabilidade e adaptar suas operações para enfrentar as novas diretrizes climáticas. No Brasil, o cenário é de otimismo e neutralidade cautelosa, com uma expectativa significativa de que o país assuma um papel de liderança.
Neste contexto, o papel do RH é fundamental para assegurar que as empresas estejam preparadas para se alinhar a essas diretrizes e integrar práticas sustentáveis em suas operações. Leia o artigo completo e confira o papel do RH nesse contexto!
Contexto das mudanças climáticas e a urgência de ação corporativa
A ONU já alertou que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) atingiram níveis recordes, e o planeta está 1,1°C mais quente do que no final do século XIX.
Esse aquecimento, impulsionado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, desmatamento e processos industriais, representa um risco iminente à saúde e à segurança das populações globais.
Nesse cenário, eventos como a COP 28 são fundamentais para reunir líderes globais e estabelecer diretrizes para mitigar esses impactos. Para as empresas brasileiras, a COP 28 é uma oportunidade de se alinharem a práticas sustentáveis que também promovam competitividade e inovação.
COP 28: dados da pesquisa
A pesquisa realizada pela Fundamento Análises com 311 executivos brasileiros de áreas como ESG (Ambiental, Social e Governança) e sustentabilidade oferece uma visão clara sobre o nível de preparação das empresas para a COP 28. De acordo com o levantamento:
- Apenas 22% das empresas planejam desenvolver alguma atividade durante o evento, e dessas, 18% enviarão representantes para acompanhar palestras e debates.
- Entre as empresas que participarão, 33% estão promovendo ações preparatórias, como debates internos sobre os tópicos da conferência (48%) e desenvolvimento de projetos para adaptação às possíveis deliberações (26%).
- Há uma grande incerteza sobre os impactos diretos que a COP 28 pode gerar nas operações das empresas: 48% esperam algum nível de impacto, mas 22% ainda não sabem o que esperar.
Esses dados apontam para um cenário de baixa preparação e conscientização, destacando a necessidade de uma estratégia mais robusta e integrada, em que o RH desempenha um papel essencial.
A importância do papel do RH na implementação das estratégias de sustentabilidade
Para que uma empresa se adapte às novas exigências climáticas, é fundamental que todos os colaboradores estejam alinhados com as metas e valores de sustentabilidade.
Nesse contexto, o RH é responsável por integrar essas práticas à cultura organizacional e garantir que todos, desde líderes até funcionários da linha de frente, estejam cientes de seu papel nesse processo. Isso pode ser feito por meio de:
- Capacitação e treinamento: oferecer treinamentos focados em sustentabilidade e nas práticas ESG é essencial para que os colaboradores entendam o impacto de suas atividades diárias.
- Ações de conscientização: programas de conscientização interna, como campanhas sobre o impacto ambiental e práticas sustentáveis no dia a dia, ajudam a reforçar o compromisso da empresa com a sustentabilidade.
- Promoção de uma cultura de ESG: o RH pode liderar iniciativas que promovam uma cultura organizacional voltada para a sustentabilidade, incluindo desde a redução de desperdícios até o apoio à adoção de tecnologias de baixo impacto ambiental.
A pesquisa revela que apenas 4% das empresas estão capacitando seus representantes para a COP 29, o que indica uma oportunidade significativa para que o RH contribua para melhorar o nível de preparo e conscientização.
Saiba mais:
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- A inovação por meio do propósito nas empresas
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O papel do Brasil na COP 28 e as expectativas corporativas
Entre os executivos brasileiros entrevistados, 78% acreditam que o Brasil pode ter um papel importante na COP 28, dada a relevância do país em termos de biodiversidade e de seu potencial para o desenvolvimento de fontes de energia limpa, como hidrogênio verde e biocombustíveis.
Esse protagonismo também é impulsionado pela posição do Brasil como um dos principais produtores de alimentos, o que traz implicações para a segurança alimentar global.
No entanto, para que essa liderança se concretize, é essencial que o setor privado esteja preparado para adotar as novas diretrizes e regulamentações que possam emergir do evento.
Nesse contexto, o RH tem a responsabilidade de engajar os colaboradores em uma visão de sustentabilidade que alinhe as operações da empresa aos compromissos globais de mitigação do impacto ambiental.
Desafios e oportunidades: como o RH pode agir
A pesquisa evidencia que a preparação para a COP 28 ainda é insuficiente na maioria das empresas brasileiras, mas também aponta uma oportunidade para o RH se tornar um pilar na integração das práticas ESG.
A seguir, apresentamos algumas estratégias que o RH pode adotar para fortalecer o compromisso corporativo com a sustentabilidade:
Capacitação em sustentabilidade
Implementar programas de treinamento em sustentabilidade, incluindo tópicos como redução de emissão de GEE, práticas de economia circular e o papel do colaborador na mitigação dos impactos ambientais.
Esses treinamentos podem incluir palestras de especialistas, workshops práticos e cursos on-line para que todos os funcionários compreendam como suas ações individuais contribuem para as metas globais de sustentabilidade.
Desenvolvimento de lideranças sustentáveis
O RH deve identificar e formar líderes que possam impulsionar iniciativas sustentáveis dentro da organização.
Esses líderes podem atuar como embaixadores da sustentabilidade, promovendo práticas que vão desde o uso consciente de recursos até o incentivo à inovação em produtos e serviços sustentáveis.
Avaliação de desempenho baseada em ESG
Incorporar critérios de sustentabilidade nas avaliações de desempenho dos colaboradores, com metas específicas para práticas ESG.
Essa abordagem reforça o compromisso da empresa e mostra que a sustentabilidade é uma prioridade em todas as áreas.
Criação de políticas internas de sustentabilidade
Estabelecer políticas e diretrizes internas que incentivem práticas sustentáveis, como o uso reduzido de papel, a reciclagem e a otimização de recursos energéticos.
Essas políticas ajudam a criar um ambiente de trabalho alinhado aos valores sustentáveis e facilitam a conscientização de todos os colaboradores.
Perspectivas futuras: A COP 30 e o papel do RH a longo prazo
Com a COP 30 programada para ocorrer no Brasil em 2025, o engajamento das empresas brasileiras com a sustentabilidade deve aumentar.
Para se preparar, o RH deve promover uma transformação cultural que alinhe a empresa a práticas ESG a longo prazo.
Isso inclui a criação de um ambiente de trabalho em que todos os funcionários se sintam parte da missão de sustentabilidade da empresa e estejam prontos para enfrentar os desafios climáticos.
Com um papel cada vez mais estratégico, o RH pode ser a ponte entre as diretrizes globais e a implementação local, promovendo uma cultura de sustentabilidade que seja genuína e parte integrante da operação da empresa.
Compromisso corporativo com o futuro sustentável
A COP 28 é uma oportunidade única para que empresas no Brasil e no mundo revisem suas estratégias e se adaptem às novas diretrizes climáticas. Para que isso aconteça, o papel do RH é crucial.
Desde a capacitação dos colaboradores até a implementação de políticas de sustentabilidade, o RH deve liderar a transformação cultural que permitirá às empresas se tornarem protagonistas na luta contra as mudanças climáticas.
Com base nos dados da pesquisa “Na Trilha da COP 28”, fica claro que há muito a ser feito. No entanto, o RH, com sua capacidade de engajar e transformar a cultura organizacional, pode ser o diferencial que fará com que a sustentabilidade deixe de ser apenas uma meta e passe a ser parte da identidade das empresas.
Afinal, é apenas por meio de uma ação coletiva e coordenada que seremos capazes de enfrentar os desafios climáticos e assegurar um futuro sustentável para as próximas gerações.
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