Durante as semanas de março, mês marcado pela comemoração do Dia Internacional da Mulher, traremos uma série de entrevistas com profissionais que encararam o desafio de ocupar posições no topo de suas organizações, mesmo enquanto o mercado ainda engatinhava rumo a uma realidade mais inclusiva da presença feminina. Nesse Especial Mês da Mulher, vamos mostrar que, embora existam obstáculos, a liderança feminina tem ganhado cada vez mais destaque no mercado em transformação.
Para começar a série, trouxemos a experiência da Presidente da LG lugar de gente, Daniela Mendonça, que começou sua jornada na organização ainda como estagiária e encontrou na dedicação ao aprendizado contínuo o caminho natural para sua ascensão.
Dedicação estratégica, crescimento natural
Com uma trajetória que já soma três décadas na companhia, Daniela conta que a realidade da maior empresa de tecnologia para RH do Brasil era completamente diferente quando ela começou seu estágio.
Contudo, apesar da pouca experiência, ela viu no desenvolvimento de um novo produto a chance que precisava para alcançar outros patamares. “Assim que lançamos o FPw, na segunda metade da década de 90, a LG começou a ter um crescimento rápido, e o que eu fiz foi me dedicar ao máximo a esse crescimento. Ao mesmo tempo, aproveitando todas as oportunidades e desafios como uma forma de me desenvolver”, lembra.
Ela explica que isso serviu como um estímulo natural à busca por mais conhecimentos e novas habilidades. “Começamos a lidar com grandes empresas e elas exigiram muito de nós, o que é bom. Isso demandou respostas rápidas em termos de profissionalismo e maturidade. Quem estava aqui tinha que crescer e se desenvolver junto com a empresa”, explica.
Ocupando a cadeira da presidência desde 2016, Daniela Mendonça avalia que o percurso deve ser como uma trilha de desenvolvimento, em que as dificuldades, independentemente de quais sejam, sirvam para tornar o profissional cada vez mais seguro de seu potencial e capacidade.
“Foram vários desafios. Numerosos, diários e ainda os enfrento. Mas acho que, em linhas gerais, as situações de pressão que temos que encarar frequentemente devem ser aproveitadas para exercitar e aumentar a nossa resiliência, e não ser encaradas como desanimadoras ou fontes de desmotivação”, aconselha.
Competência como arma
Embora o mercado ainda esteja em período de amadurecimento no que diz respeito à presença de mulheres no topo de organizações, Daniela Mendonça ressalta que durante sua carreira não se viu em situações de discriminação ou pressão relacionadas a gênero e credita isso a sua competência como profissional.
Por isso, a Presidente da LG lugar de gente dá algumas dicas para mulheres que almejam posições de alto escalão nas organizações onde trabalham. “Como o mundo está cada vez mais competitivo, a pessoa precisa se fortalecer para conseguir encarar e transpor os obstáculos, sem desanimar”, ressalta.
Indo além, Daniela pontua que a formação acadêmica teve participação importante em sua trajetória e é relevante para qualquer profissional ou área de atuação. No entanto, saber lidar com os desafios e, especialmente, com os indivíduos por trás deles é ainda mais crucial.
“É preciso também se qualificar para resolver problemas e lidar com pessoas, pois, como costumo dizer, o mundo corporativo, ou seja, as ‘pessoas jurídicas’, são formadas por ‘pessoas físicas’ e cada uma traz um modo de ser, de agir e reagir”, afirma.
Por fim, ela reforça que cabe à profissional buscar aprendizado contínuo, e ser capaz de contar com a vivência acumulada ao longo do caminho. Ela esclarece que esse conhecimento é individual e é uma espécie de atestado de capacidade. “Um fator importante e pouco valorizado pelas novas gerações é a experiência. Essa só é adquirida com o tempo e com o enfrentamento de todas as situações que se apresentarem”, reforça.
Sendo assim, Daniela Mendonça avalia que a melhor maneira para que uma mulher no topo de uma organização tenha uma jornada livre de preconceitos e com o reconhecimento devido de seu potencial é através da capacitação. “Preciso dizer que, para evitar discriminação por ser mulher, eu sempre procurei me qualificar e me preparar para todas as responsabilidades que assumi, além de adotar uma postura profissional e séria em todas as situações. Em outras palavras, vale a máxima de que precisamos nos valorizar, para que os outros nos valorizem”, completa.
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