Por Felipe Azevedo*
No último ano, estamos acompanhando a priorização de pautas ambientais, sociais e de governança. Esse é o reflexo de uma demanda global e está claro que o comportamento atingirá a todos, é só uma questão de tempo.
É essencial que as organizações compreendam que essa é uma demanda estrutural. A agenda ESG não pode ser encarada de forma rasa. Além disso, as empresas que saem à frente no planejamento dessas ações têm grandes chances de se tornarem modelos de negócios sustentáveis.
Afinal, ser referência em ESG atrai investimento, pessoas e, principalmente, retém confiança. No entanto, é importante ressaltar que a cultura não é algo estático, mas sim um processo contínuo de aprendizado, adaptação e evolução.
A 21ª edição do Índice de Confiança Robert Half, levantamento realizado em agosto de 2022, mostrou que os valores da empresa e a cultura corporativa estão entre os três motivos que aproximam e fazem as pessoas mudarem de emprego.
Esses atributos também são sentidos pelos profissionais de RH no momento de contratação de talentos. Ainda de acordo com a pesquisa, 71% dos recrutadores confirmaram que as políticas de ESG são um fator decisivo quando o assunto é atração e retenção.
O compromisso com ações sociais impacta também transações comerciais. 88% das empresas brasileiras priorizam negócios com companhias que possuem a diversidade como pilar. Esse foi o resultado obtido através do relatório “O Cenário de Vendas no Brasil 2021”, realizado pelo LinkedIn.
Na prática, uma postura corporativa que não considera esse movimento perderá espaço no mercado. Portanto, cada gestor deve compreender de que forma pode atuar e definir estratégias efetivas. Esse foi o principal insight do webinar “ESG e o futuro do trabalho: a agenda C-level para 2023”, que fui mediador, promovido pela HSM Management em parceria com a LG lugar de gente.
Despertar para novos hábitos
Independentemente no nível de maturidade das empresas na agenda de ESG, é importante olhar para as companhias como geradoras de valor, não apenas para o negócio, mas especialmente para as pessoas.
Além de incentivar o crescimento de colaboradores e líderes, as empresas podem nutrir comportamentos que serão refletidos nos resultados de curto e longo prazo. Para aprimorar esse processo, ferramentas que estimulam o aprendizado e a curiosidade são fundamentais e não podem ser ignoradas.
A capacitação para pessoas deve levar em conta dois fatores: perfis organizacionais e a individualização. Quando essas características são vistas da perspectiva de educação para ESG, é preciso considerar que as empresas possuem necessidades específicas e atuações diferentes. Por exemplo, uma companhia de tecnologia não gera tantos resíduos, mas possui enorme responsabilidade social com colaboradores e clientes que utilizam soluções.
Além disso, as pessoas envolvidas nos ecossistemas produtivos precisam ser tratadas de forma personalizada. Ou seja, entender as necessidades e aperfeiçoar as habilidades com um olhar detalhado. Quando o processo educacional considera esses recursos, os colaboradores se sentem responsáveis pelas suas ações.
Esse é o principal motivador de pautas sociais, ambientais e de governança. A tecnologia que amplia a escuta, possibilita personalização e indicadores efetivos é o futuro da gestão de pessoas.
Após compreender a importância de agir conscientemente e em colaboração com o ambiente e a sociedade, o C-Level precisa agir. Ao desenhar projetos concretos, atrelados às metas individuais, o senso de responsabilidade coletivo é construído. Essa consciência começa com a atenção aos indivíduos. A partir do olhar para as pessoas, as empresas deixarão para a sociedade um legado incalculável.
Você já refletiu sobre esse tema na sua empresa? O webinar que fizemos em parceria com a HSM pode trazer bons insights. Clique aqui para conferir.
*Felipe Azevedo é especialista em Plataformas de Gestão de Pessoas, com mais de 20 anos de experiência em projetos de tecnologia, games, aprendizagem e transformação digital aplicado ao RH e às organizações. Formado em Sistemas da Informação pela UNESP com MBA pela Business School São Paulo (BSP) e certificado em Big Data pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).