O mundo corporativo está em um processo de transformação constante. Com o suporte de novas tecnologias mudando desde a gestão até vagas de trabalho, e com um novo modelo de profissionais chegando ao mercado, as organizações estão experimentando uma realidade diferente de décadas atrás. Mas será que as empresas têm acompanhado esse movimento com um novo perfil de liderança compatível?
Para Márcio Fernandes, executivo eleito duas vezes um dos presidentes mais admirados do Brasil pelo Guia VOCÊ S/A – As 150 melhores empresas para trabalhar, o cenário atual clama pela conversão do antigo modelo de chefes para o de líderes mais próximos de seus colaboradores.
“Esse contexto de mundo mais do que nunca demanda líderes humanos e capazes de promover a convergência de propósitos entre as pessoas e a organização. São profissionais que cada vez menos se apegam aos “kits frescura”, que geralmente acompanham os cargos de liderança, e se focam de fato em criar ambientes felizes, de alta performance e com protagonismo real do seu time”, afirma.
Segundo o autor do livro “Filosofia de Gestão – Cultura e estratégia com pessoas”, esse novo modelo de executivo passa a estar tão próximo de seus comandados e a inspirar neles um desempenho de destaque tão intenso que se torna impossível para quem observa de fora apontar quem de fato é o líder.
Construindo o novo perfil de liderança
Como explica Márcio, essa postura se tornou imprescindível. “É um perfil desejável para qualquer situação, capaz de permear uma nova forma de fazer gestão que valoriza as pessoas e promove o valor das conexões humanas, mesmo nesse ambiente volátil da digitalização”.
Sendo assim, é importante entender do que é feito esse novo perfil de liderança. Para o especialista, esse novo modelo de profissional se sustenta em um conjunto de características fundamentais que permite que eles obtenham o melhor de seus funcionários.
– Afetividade e efetividade
Para começar, Márcio aborda a forma como eles estabelecem a relação com os colaboradores e como isso se traduz nos resultados da companhia. “Os exemplos da nova liderança atuam com grande equilíbrio entre a afetividade e a efetividade. Assim, eles acessam o melhor de cada perfil para construir relações sólidas com as pessoas, com imparcialidade, sem paternalismos e com justiça. Isso alavanca de forma consistente os resultados que sustentam os negócios”, explica.
– Capacidade de encantar
A partir daí, com a conexão adequada estabelecida, o executivo ressalta que o novo perfil de liderança deve buscar despertar o propósito em seus funcionários. “A capacidade de encantar é fundamental para que o líder ajude o colaborador a encontrar sentido no que faz e a construir resultados incríveis”, salienta.
– Humildade
Tendo em vista que as barreiras entre o tradicional conceito de chefe e empregados estão se dissolvendo no contexto atual, é importante que os profissionais que se encaixam no novo modelo saibam se enxergar como iguais aos demais membros da equipe. “A humildade de saber conter o ego e permitir que outras pessoas brilhem conjuntamente é uma característica básica desse perfil de liderança”, pontua Márcio.
– Equilíbrio
Assim como recomenda que o líder seja capaz de dosar os laços de afetividade e a cobrança por efetividade de seus colaboradores, Márcio Fernandes explica que é vital que eles saibam alinhar suas ações ao que esperam obter da força de trabalho com quem lidam. “Por fim, acredito que a nova liderança busca incessantemente o equilíbrio por meio da coerência entre seu discurso e suas práticas”, completa.
Gestão do “nós” e o papel do RH
Diante do desafio de superar a realidade de transformação constante, é necessário que o líder conte com a participação efetiva de todos. Para esse fim, Márcio salienta que é necessário que o profissional inserido no novo perfil de liderança seja capaz de romper com o modelo tradicional.
“A gestão do ‘nós’ começa com a quebra dos círculos viciosos que a gestão do ‘eu’ promove. Para começar, o exercício do interesse genuíno pelas pessoas é a condição fundamental para de fato colocar o time no contexto de um modelo participativo e protagonista”, afirma.
Embora não seja tarefa simples, Márcio Fernandes acredita que os benefícios trazidos para a organização são recompensadores. “Ser próximo, com interesse real pelo time, credibiliza as relações entre líderes e liderados e promove ambientes de confiança plena. O time trabalha em convergência natural e constrói resultados acima da média, porque não vive barreiras ou burocracias típicas de modelos de comando e controle, onde também reina a desconfiança”, completa.
Contudo, para alcançar esse modelo, é importante compreender como a gestão de pessoas tem uma posição de destaque nas empresas. “O RH estratégico é fundamental nesse processo. Atuando de maneira efetiva, é o grande propulsor dessa nova liderança”, garante o executivo.
Para ele, a área é responsável pela construção de programas de desenvolvimento focados nas reais necessidades dos líderes e da organização, com destaque especial em soft skills. Além disso, o especialista aponta a função do setor na criação de novos critérios e práticas de gestão de pessoas que pavimentem as trilhas de cada membro em direção ao seu propósito e do time como um todo. “O RH é o grande facilitador do sucesso da empresa e de suas pessoas”, afirma.
Para Márcio Fernandes, o caminho para a construção do novo perfil de liderança, cada vez mais crucial ao momento atual, exige que a gestão de pessoas deixe de ser enxergada como mero suporte das companhias. “Ele é o principal parceiro da empresa no movimento de convergência de objetivos, provendo todas as ferramentas necessárias para garantir que estratégia, propósito, resultados e felicidade coexistirão na organização”, completa.
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