Tenha calma. Não, esse não é um pedido para você ficar mais tranquilo. É apenas uma das habilidades mais desejadas entre os profissionais segundo a pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School Of Life em parceria com a Robert Half, em setembro de 2021. De acordo com estudo, organizações se aprofundam cada vez mais no assunto e procuram compreender o que os colaboradores esperam do ambiente de trabalho. Veja o papel do RH nesse cenário e como desenvolver soft skills na sua empresa.
O levantamento, que apontou as habilidades emocionais que os profissionais mais gostariam de desenvolver no pós-pandemia, ouviu 491 brasileiros de diferentes regiões. A pesquisa descobriu que, entre aqueles que ocupam posições de liderança, a soft skill mais desejada é ter o espírito empreendedor (27,36%), seguido de “calma” (23,65%), da “comunicação” (20,61%), da “resiliência” (17,57%) e da “confiança” (17,23%).
A ordem de importância muda em relação aos liderados, que apontaram primeiramente a “confiança” (33,33%), depois a “calma” (24,62%), a “liderança” (24,62%), a “comunicação” (23,08%) e o “espírito empreendedor” (22,5%).
Izabela Mioto, Sócia Fundadora da Arquitetura RH, ressalta sobre a importância de desenvolver essas competências. “É perceptível o quanto as empresas passaram a dar ainda mais valor para às soft skills. Cada vez mais, percebe-se o quanto elas fazem a diferença para o atingimento e a sustentabilidade dos resultados”, defende.
Aprenda como o seu RH pode desenvolver competências entre os funcionários e saiba o que será esperado para 2022.
1- Conheça as habilidades mais valorizadas pelas empresas
Com a pandemia, a saúde mental e o equilíbrio emocional se tornaram um ponto de atenção ainda mais relevante, tanto na vida pessoal quanto no ambiente de trabalho. Para Izabela, a busca por como desenvolver soft skills passa, em primeiro lugar, pela resiliência. “São pessoas que não paralisam com as adversidades, apresentam uma postura de atuar nos seus espaços de governabilidade, não se posicionando como vítimas das circunstâncias e agindo em prol de um propósito maior”.
A profissional explica que, com a resiliência, vem a capacidade de fazer uma boa gestão das emoções. “Nessa perspectiva, as cinco habilidades da inteligência emocional são de grande relevância: autoconhecimento, automotivação, autocontrole, empatia e sociabilidade. Destaco também a capacidade de cooperar e o pensamento criativo, buscando enxergar possibilidades e não travando nos contratempos”, pontua.
2- Entenda o papel do RH nesse processo
Principalmente em um momento como esse, em que identificamos muitas pessoas passando por instabilidades emocionais devido ao cenário pandêmico, Izabela acredita que os RHs devem ser cada vez mais ativos.
“Primeiro, eles precisam oferecer estímulos que auxiliem as pessoas a refletirem sobre a importância do autocuidado com a saúde mental, que tragam consciência sobre a relevância de atitudes cooperativas, mobilizando ambientes cada vez mais emocionalmente seguros”, destaca ela.
Depois, a gestão de pessoas precisa ouvir o que os colaboradores têm a dizer. “Os RHs devem criar espaços de escuta, incluindo as perspectivas e vozes de todas as pessoas. A sensação de pertencimento é muito importante e aumenta significativamente o engajamento”, aconselha.
3- Engaje sua equipe
Segundo a especialista, a atenção às habilidades ganha maior capacidade de envolver as pessoas à medida que elas percebem que trabalham em um lugar que coloca a saúde mental entre seus esforços.
“As pesquisas mostram que o aumento do engajamento e sucesso das equipes se dá quando essas sentem que existe um ambiente psicologicamente saudável. Um estudo realizado pelo Google, que recebeu o título de ‘Projeto Aristóteles’, revelou que os principais fatores que condicionam uma equipe de sucesso são: segurança psicológica; confiabilidade; estrutura e clareza; significado e impacto”, reforça Izabela.
4- Use a tecnologia a seu favor
Ela pontua que soluções tecnológicas eficientes são capazes de reduzir o tempo de atividades operacionais, deixar os processos internos mais fluidos e transparentes, facilitar a vida dos trabalhadores e oferecer autonomia.
Tudo isso influencia no ambiente de trabalho e permeia a ideia de como desenvolver soft skills. “Precisamos aproveitar todas as facilidades que a tecnologia nos proporciona, sabendo lidar com ela de maneira equilibrada e aproveitando a facilidade da comunicação mais ágil que nos oferece. A partir dela, podemos ampliar a inclusão de pessoas nos fóruns e flexibilizar jornadas”, declara Izabela.
5- Identifique soft skills desde os primeiros contatos
Antes de pensar em como desenvolver soft skills, para a especialista, é fundamental saber identificá-las desde o início do processo seletivo do candidato. Isso deve ser feito a partir do momento em que estiver claro quais as habilidades são desejadas pela empresa. “Posteriormente, é importante observar os comportamentos-chave de cada uma delas, isto é, os que demonstram que o candidato ou candidata apresenta aquela capacidade”.
Para avaliar, Izabela sugere que se façam perguntas que solicitem situações ou experiências passadas do candidato com a finalidade de reconhecer como ele agiu e se as evidências sobre a soft skill estão presentes em sua conduta. “A premissa dessa avaliação é que comportamento passado prediz o futuro. Claro que não se trata de algo infalível. É importante rastrear na resposta dele uma situação completa, isto é, essa situação deve apresentar um contexto, uma ação e um resultado da obra. Assim, podemos compreender aquele exemplo de maneira sistêmica, diminuindo os nossos vieses improdutivos”.
6- Busque sempre mais sobre como desenvolver soft skills
Izabela lembra que existe uma publicação no Brasil chamada “Soft Skills: competências essenciais para novos tempos”, organizado por Lucedile Antunes, do qual é co-autora. Esse livro apresenta de forma prática mais de trinta habilidades e virou best seller pela Revista Veja.
Buscando o aprofundamento no assunto, é importante estar em constante aprendizado. “Ainda enfatizo que soft skills não representam, necessariamente, habilidades suaves, mas são aquelas que nos proporcionam fazer melhor a gestão das nossas emoções e melhorar os nossos relacionamentos”, completa.
Bônus: soft skills mais esperada para 2022
Para as empresas que desejam saber como desenvolver soft skills de olho em 2022, Izabela aponta a colaboração como ponto de partida. “Precisaremos construir redes em que as pessoas sintam que podem apoiar as outras e que também serão apoiadas, sempre que necessário. A empatia, principalmente quando pensamos na questão da compreensão versus o julgamento, é essencial”.
Segundo a especialista, teremos que aprender a compreender mais e julgar menos, buscando a perspectiva dos nossos interlocutores, mesmo que não concordemos com ela. “Agindo com essa ética do cuidado, mobilizamos relacionamentos mais produtivos. Essas duas habilidades juntas aumentam o potencial criativo das equipes e permitem mais criatividade e resultados sustentáveis”, finaliza.
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Pauta publicada em 5 de outubro de 2021 e atualizada em 28 de dezembro de 2021.