Profissionais capacitados, engajados e que performem mais. Esse também é um objetivo da sua organização? Afinal, o que aumenta a produtividade dos seus colaboradores? Para entregar os resultados que sua empresa busca, você ainda acredita que quanto mais horas de trabalho melhor?
Segundo Martha Gabriel, escritora, consultora e palestrante na área de marketing, a vida moderna nos pressiona para a direção de trabalhar cada vez mais e dormir cada vez menos. No entanto, para ela, o melhor caminho para ser produtivo, saudável, sustentável e, portanto, mais feliz, é prestar atenção nos resultados obtidos. “Assim, pequenas mudanças de foco estratégico (resultados e não pressão) e de hábitos (dormir mais e trabalhar menos) podem trazer inúmeros benefícios, tanto para nossa saúde pessoal quanto para a profissional”, afirma Martha.
Pensando nesse cenário, em que uma vida equilibrada é primordial para as pessoas, Martha lista três lições sobre o assunto para instigar aqueles que pensam diferente. Confira abaixo:
1- Under pressure
Para a escritora, a abundância tecnológica da era digital traz um mar de possibilidades em todas as dimensões da nossa existência, que disputam atenção e competem pelo tempo. “Com isso, nos esforçamos para colocar cada vez mais atividades dentro das 24 horas, fazendo com que seja comum a sensação de que dormir é desperdício de tempo”, reflete Martha Gabriel.
Ela ainda complementa que ser altamente produtivo tornou-se “the new black” e passamos gradativamente a esticar o trabalho e diminuir o sono, tentando equilibrar as expectativas de sucesso na sociedade atual. “No entanto, a ciência tem provado que esse não é o melhor caminho e que seu efeito pode ser o oposto do desejado”, diz a especialista.
2- Dormir para acordar
Martha compartilha que é cada vez mais frequente publicações de pesquisas de neurociência que concluem que o ideal é dormir 8h por dia, independentemente de idade ou gênero do indivíduo adulto: “Dormir menos resulta em custos cognitivos que afetam a produtividade e a saúde. A falta de sono diminui a habilidade de concentração, fazendo com que nos tornemos dispersivos, mudando de uma atividade para outra, sem conseguirmos fixar a atenção”.
A pergunta que fica é: se a falta de sono é tão danosa, por que as pessoas que dormem menos não percebem a sua nocividade? De acordo com a consultora, a resposta vem da incrível capacidade que o corpo humano possui de se acostumar com tudo, inclusive com esse estado disfuncional e, assim, passamos a acreditar que estamos bem, mesmo quando não estamos. Portanto, segundo ela: sim, precisamos dormir para estarmos verdadeiramente “acordados”.
3- Trabalhar para viver. Não o contrário
A palestrante diz que mudamos de era, mas mantivemos hábitos e crenças herdados da revolução industrial, que não têm mais relevância hoje: “Agora, vivemos a ‘Era Cognitiva’, do conhecimento, que é o grande diferencial para o sucesso”.
Ela lembra de estudos que comprovam que o trabalho intelectual não consegue se manter eficiente por mais de 4 horas. “Por exemplo, Charles Darwin, Henri Poincaré, Thomas Jefferson e outros, produziam brilhantemente em 4h por dia. Qualquer atividade criativa perderá a efetividade depois desse período”. Na opinião de Martha, o segredo da produtividade intelectual não é esticar longas jornadas de trabalho, mas a constância de se fazer um pouco por dia e sempre.
“Assim, apesar de a era digital transformar profundamente a sociedade, o nosso ser biológico ainda é o mesmo e, enquanto não muda, requer cuidados e atenção para se manter saudável e produtivo”, conclui a especialista.
Martha Gabriel é considerada uma das principais pensadoras digitais no Brasil, referência em inovação, transformação e educação digital. Publicou recentemente o livro “Você, Eu e os Robôs – Pequeno manual do mundo digital”, um guia de sobrevivência para que qualquer pessoa consiga compreender a Revolução Digital e os seus impactos na humanidade.
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