Já não é novidade que a pandemia mudou as nossas relações de trabalho e que os colaboradores abriram o leque daquilo que consideram fundamental antes de começar a atuar em uma empresa. Ao mesmo tempo, as novas gerações que adentram o mercado também impulsionam um novo olhar sobre práticas, modelos, valores e transformam seus critérios para aderir a uma organização. É nesse cenário que os benefícios flexíveis ganham força e passam a figurar entre os principais requisitos para a felicidade e manutenção dos talentos nas companhias.
Essa nova realidade foi confirmada pelo Guia Salarial da Robert Half. Em 2021, o estudo indicou que a pandemia afetou o trabalho e movimentou processos no RH, alterando as percepções das empresas e dos colaboradores, com grande destaque para os benefícios flexíveis.
Entenda esta nova modalidade de incentivos ao colaborador e saiba como colocar em prática na sua organização.
Um novo RH no pós-pandemia
De acordo com o levantamento da Robert Half, 62% dos executivos aprovam o trabalho remoto e tiveram uma experiência positiva durante a pandemia. Enquanto 74% dos empregadores apoiam contar com uma equipe de trabalho híbrida.
Mariana Horno, Gerente Sênior de Recrutamento da Robert Half, aponta que o saldo foi favorável. “Diferentemente da percepção que existia até o início de 2020, os empregadores perceberam que os funcionários poderiam manter a produtividade mesmo trabalhando de casa. Já na visão dos colaboradores, o trabalho remoto também foi bem-visto e muitos gostariam de adotá-lo com mais frequência com o fim da pandemia. O que antes era considerado benefício, agora é compreendido como um modelo de trabalho para o futuro”.
Nesse cenário, as empresas precisaram encontrar maneiras de manter suas atividades de forma remota sem perda de produtividade. “Com a imposição de distanciamento social, as organizações também sentiram a necessidade de proporcionar uma experiência aperfeiçoada dos seus produtos e serviços aos clientes, mesmo à distância. Essas situações só foram possíveis devido à revolução digital acelerada pela pandemia”, defende.
Assim, para compor essa nova experiência, os benefícios flexíveis ganharam lugar de destaque e aparecem como critério fundamental para a entrada e permanência do colaborador nas organizações.
Mas afinal, o que são benefícios flexíveis?
Para além do salário — que continua sendo relevante —, o conjunto de benefícios ofertados pelas companhias tem sido um importante fator de atração e retenção de talentos. 86% dos entrevistados concordam que seria interessante se algumas vantagens oferecidas pelas suas instituições mudassem daqui para frente. Dessa forma, para manter profissionais qualificados, será imprescindível acrescentar outros elementos ao pacote oferecido pela organização.
Nesse sentido, cresce o número de pessoas que buscam companhias que contemplem benefícios flexíveis. Como exemplo, aquelas que apoiam diretamente na compra de casa ou carro, no cuidado da sua saúde física e mental, na construção do seu plano de previdência, dentre outros. Ou seja, procuram vantagens que se ajustem às suas próprias demandas e necessidades.
Isso não significa que os auxílios tradicionais precisam ser deixados de lado, mas ainda assim, devem passar por uma revisão e serem oferecidos de forma mais flexível e personalizada. Manoel Jardim, Diretor de BenTech, plataforma da LG lugar de gente que oferecerá benefícios flexíveis de forma unificada e padronizada, acredita que essas vantagens estreitam os laços com os funcionários.
“O que temos visto é que, cada vez mais, a relação empresa-colaborador se fortalece à medida em que existe alinhamento de valores e de propósitos. Os benefícios são uma parte visível dessa relação”, esclarece.
Ele explica que, quanto mais o plano de benefícios reforça a preocupação e cuidado integral da empresa pelo bem-estar de seus colaboradores, melhor ela será reconhecida por quem realmente importa: o trabalhador e sua família.
Jardim garante que, mesmo em um ambiente de muitas regulações, é possível entregar mais do que o salário aos profissionais. “Seguiremos tendo benefícios que estão garantidos pela lei e pelas convenções sindicais, mas tudo em torno se transforma e há espaço para fazer mais pelo colaborador”, diz.
O colaborador valoriza novas perspectivas
A pesquisa também apontou que os auxílios são compreendidos de maneiras diferentes pelos colaboradores no período pré e pós-covid. 71% consideram o pacote de benefícios antes de aceitar uma proposta e, quando ele não atende a todas as suas necessidades, esses candidatos buscam melhor negociação salarial.
Para Mariana, isso acontece por conta da necessidade repentina de adaptação ao trabalho remoto e com a forte tendência de adoção de um modelo de trabalho híbrido. “Com funcionários trabalhando de casa com mais frequência no período pós-pandemia, a cesta de benefícios oferecida pelas empresas também deve se adequar à nova realidade”.
Dessa forma, os colaboradores passaram a construir demandas inéditas, ancorados também no fato de que 80% não acreditam no home office como um benefício, mas como um novo modo de trabalho que querem seguir.
“Auxílios que no contexto pré-covid eram bem valorizados, como vale-transporte ou estacionamento, perderam relevância e deixaram de ser considerados pelos colaboradores como muito importantes. Agora, há espaço para benefícios como auxílio estudo e auxílio financeiro para montar o home office, que, aliás, antes da pandemia também era compreendido como um benefício”.
Por outro lado, alguns benefícios tradicionais continuam requisitados. “Assistência médica, vale-alimentação e vale-refeição seguiram e devem continuar entre os mais valorizados pelos profissionais”, comenta a gestora.
O desafio da atração e retenção
A pesquisa mostra que 56% dos executivos estão muito preocupados com a retenção de talentos e para 54% deles o principal medo é perder um bom profissional para a concorrência. “Com a expansão do trabalho remoto, os profissionais se sentem mais confortáveis em se candidatar a vagas fora de sua cidade, o que potencializa as oportunidades de emprego e, consequentemente, os desafios de retenção. As empresas podem tomar algumas medidas com o intuito de manter seu quadro de funcionários ou, até mesmo, atrair novos talentos”, aponta Mariana.
Nesse contexto, uma dessas formas recaiu justamente em valorizar o pacote de benefícios flexíveis oferecidos. “Levando em consideração que a perspectiva é de estagnação dos salários, o pacote de auxílios ganha mais relevância. Quanto mais confortável for a cesta de benefícios, mais confortável fica o trabalhador. Neste momento, é importante se atentar aos auxílios que estão sendo mais valorizados pelos profissionais”, ressalta.
Outra possibilidade que aparece como tendência é o oferecimento de jornadas flexíveis de trabalho aos seus colaboradores. “A maioria dos profissionais considera que o modelo de trabalho ideal para 2021 é o híbrido, em que há a mescla entre o trabalho remoto e o presencial. Empresas que, sem necessidade, exigirem que seus funcionários trabalhem 100% do tempo presencialmente correrão riscos de perder profissionais para empresas mais flexíveis”, alerta.
Um último ponto levantado pela profissional é investir em felicidade organizacional, deixando o trabalhador no centro da organização. “Se preocupar com a avaliação do clima organizacional com frequência, estabelecer uma comunicação clara e transparente, garantir abertura para feedbacks construtivos, divulgar bons resultados, não apenas os ruins, e proporcionar uma cultura que permita que as pessoas sejam elas mesmas, são algumas medidas importantes para reter bons profissionais”, afirma.
Na busca constante pelo engajamento do colaborador e pela promoção de uma experiência melhor, fazer uma gestão completa e segura dos benefícios flexíveis tornou- se fundamental. Para isso, é preciso contar com um parceiro de confiança, que facilite as demandas, personalize as vantagens oferecidas e garanta que a gestão de proveitos de sua empresa tenha o menor custo operacional possível.
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