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Tendências de modelos de trabalho para 2022: conheça as principais mudanças e as implicações jurídicas

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Pesquisa da Robert Half revela principais transformações para 2022 sobre formatos de trabalho. Confira.

Com todas as transformações vividas desde 2020, entramos em um período de recuperação e reestruturação, com foco nos novos modelos de trabalho e busca pela atração e retenção dos melhores profissionais. É isso que aponta o levantamento anual Guia Salarial 2022, promovido pela Robert Half, que identificou algumas tendências nacionais na forma de exercer atividades depois de contar com as impressões de 300 executivos C-level no Brasil.

O relatório deixa claro que hoje passamos por um mercado que rompe cada vez mais as fronteiras. Não por menos, 91% dos profissionais pesquisados trabalhariam remotamente em uma empresa em outra cidade/região dentro ou fora do território brasileiro.

Diluição de fronteiras e novos desafios

Maria Paula Oliveira, Superintendente Jurídica e de Compliance da LG lugar de gente, reforça que muitos paradigmas vêm sendo quebrados desde o início da pandemia e, hoje, as barreiras do trabalho presencial foram rompidas. “Agora, é possível que os colaboradores exerçam suas atividades até em países distintos da sede do empregador. Diante desse cenário de tantas novidades, é natural que existam interpretações divergentes que acabem ocasionando problemas trabalhistas no futuro”, explica.

A especialista acredita que essas mudanças são naturais já que o contexto atual revela um momento de transformação, no qual as organizações se deparam com desafios inéditos e buscam se reinventar. “Nesse sentido, pensar em novos modelos de trabalho, formas de flexibilização, sempre com foco no bem-estar do colaborador e atração de novos talentos, é um movimento crescente no mercado”, declara.

Realize avaliações multidisciplinares

No entanto, para que as novidades sejam implementadas de forma correta e segura, as organizações precisam reavaliar suas práticas e políticas internas. Tudo sempre observando e seguindo de forma próxima a movimentação legislativa, as novas regulamentações trabalhistas, acompanhando a jurisprudência e as orientações dos órgãos competentes. “Diante de um cenário de muitas mudanças, as empresas precisam se voltar à adoção das melhores práticas mesmo que, frequentemente, o cenário legal e regulatório ainda não esteja totalmente claro ou definido”, alerta.

Segundo Maria Paula, é válida uma avaliação multidisciplinar com relação ao tema. “Isso deve ser feito com envolvimento conjunto dos times de RH, jurídico e compliance, visando garantir que as novas práticas sejam adotadas com segurança para empresa e colaboradores, sempre em conformidade com a regulamentação vigente aplicável”, aconselha.

O que deve mudar?

A pesquisa da Robert Half revela quais são as principais tendências de modelos de trabalho e onde estão os pontos de atenção em diversas esferas da empresa. Confira:

  • Atração e retenção

No esforço por atrair trabalhadores capacitados e mantê-los envolvidos com a empresa, muitos são os desafios previstos pelos executivos para 2022. 69% dos recrutadores apontaram que será cada vez mais difícil encontrar colaboradores qualificados, 48% notaram que o turnover está mais alto que antes da pandemia e 49% estão com receio de perder algum profissional-chave no próximo ano. 

Os motivos para o medo são justificados pela abordagem potencialmente atrativa da concorrência na retomada, aumento da pressão no trabalho, além da insatisfação com salários e com a cultura corporativa.

  • Modelos de trabalho

A pesquisa confirma o que já vem sendo discutido: o formato híbrido se tornou o mais desejado entre funcionários, principalmente porque oferece horários flexíveis e avaliação de desempenho com base em metas.

Neste momento, 63% responderam que preferem trabalhar de casa e 38% declaram que procurariam um novo emprego se a empresa não oferecesse, ao menos, a opção parcialmente remota. Vale ressaltar, no entanto, que 76% veem o ofício remoto como uma forma de exercer suas atividades e não como benefício.

  • Saúde mental

A saúde mental dos colaboradores aparece como prioridade para as organizações. O estudo aponta que, mesmo com o fim da pandemia, esse é um aspecto que deixará sequelas. 53% dos executivos acreditam que seus liderados estão mais suscetíveis a crises de estresse, ansiedade e burnout. Os gatilhos que se destacam são altas cargas de trabalho, medo da demissão, pressão por resultados, equipe reduzida e home office com filhos.

Nesse sentido, as ações que estão sendo mais realizadas pelas empresas são manter a comunicação regular (87%), contratar profissionais para aliviar a carga de trabalho (66%), flexibilizar o horário (49%), oferecer benefícios de saúde e bem-estar (46%) e dar mais apoio a colaboradores com filhos (31%).

  • Environmental, Social and Governance (ESG)

As práticas de ESG, uma série de iniciativas promovidas pelas organizações com a finalidade de melhorar sua relação com a sociedade e o meio ambiente, também ganharão destaque em 2022. As três principais vantagens de manter uma agenda nesse sentido envolve melhorar imagem da empresa, aumentar a confiança do investidor e fortalecer a atração e retenção de talentos.

O assunto impacta diretamente a retenção, já que 83% dos profissionais afirmam que o fato da empresa possuir uma agenda ESG é um aspecto importante na hora de aceitar – ou não – uma oferta de trabalho, enquanto 50% dizem que não trocam de emprego porque a empresa atual olha para as práticas ESG, e isso os motiva a ficar na companhia.

Como se preparar juridicamente para tantas novidades?

Maria Paula lembra que as relações de emprego são relações humanas e, portanto, dinâmicas. Para acompanhar essa evolução, é genuíno que a legislação trabalhista também sofra alterações e seja constantemente modernizada para acompanhar as mudanças da sociedade e os novos modelos de trabalho. Para ela, essa necessidade de transformação se intensificou com os desafios impostos pela pandemia e com o avanço da tecnologia. “Foram apresentadas recentemente diversas propostas de mudança na regulamentação, sobretudo com o objetivo de flexibilizar as regras aplicáveis nesse novo contexto de maior dinamismo”, esclarece.

No mais, também foi necessário buscar uma forma de mitigar os impactos da crise ocasionada pela covid-19, com o fechamento de comércios e interrupção de serviços, objetivando ajudar empregados e empregadores a superarem as dificuldades causadas por esse contexto. “Acredito que esse movimento de flexibilização seja mantido em 2022, que será sem dúvida um ano bastante desafiador, pois ainda estamos aprendendo a lidar com tantas mudanças, de modo que o cenário ainda é de incertezas”, declara.

A gerente avalia que as discussões sobre leis trabalhistas continuarão em foco, podendo surgir mais alterações nas relações de trabalho e formas de contratação. “Além dos diversos projetos de lei tramitando no Legislativo, também existem questões importantes em pauta para serem julgadas pelo Judiciário e, diante dos impactos causados pela pandemia no mercado de trabalho, o Executivo também pode voltar a propor alterações para flexibilizar a legislação e desburocratizar as formas de contratação”, explica.

Evitando problemas trabalhistas

Ainda existem muitas dúvidas relativas aos novos modelos de trabalho, incluindo questões de teletrabalho, home office, regras aplicáveis, direitos e obrigações. “A nossa legislação ainda não prevê todas as novas possibilidades que vêm sendo praticadas e surgem a todo tempo com o rápido avanço da tecnologia. Além disso, ainda não temos precedentes consolidados no judiciário em relação a todas as novas discussões que vêm surgindo. Logo, a maioria dos questionamentos ainda não tem respostas prontas e cada caso precisa ser avaliado individualmente”, alerta Maria Paula.

Para evitar problemas trabalhistas, é importante que as empresas sempre consultem especialistas na área e tenham por perto profissionais qualificados para orientação antes de adotarem qualquer mudança ou novas práticas. “Ainda, é essencial que os RHs se mantenham atualizados e evitem qualquer descumprimento à regulamentação trabalhista, buscando sempre fontes confiáveis e informações oficiais e, claro, utilizando a tecnologia disponível em favor da empresa”, reforça a profissional.

RH atento

Na visão de Maria Paula, o RH deve ter um papel de acolhimento e compreensão nesse panorama de tantas mudanças, que traz desafios para todas as partes envolvidas. “É um fato que a pandemia alterou de forma definitiva o futuro e os modelos de trabalho e a área tem uma participação fundamental nessa difícil tarefa de preparar os colaboradores para a nova rotina das organizações”, reforça.

Assim, não basta acompanhar as tendências de mercado, sendo necessário um aprendizado constante, resiliência e dedicação. “Cabe às empresas garantir que seus colaboradores se adaptem às transformações, prezando por um equilíbrio saudável entre o bem-estar de cada um, saúde física e mental e o alcance dos resultados almejados. Essa não é uma tarefa fácil e abrange não apenas o RH das empresas, mas deve ser um esforço coletivo de todos os envolvidos, sempre tendo em mente que mudanças por vezes são duras, mas os frutos obtidos após a fase inicial de adaptação fazem todo o esforço valer a pena”, comenta.

A gerente ressalta que mesmo após anos da entrada em vigor da Reforma Trabalhista, e com Medidas Provisórias e outras regulamentações sendo frequentemente promulgadas, não é incomum que surjam dúvidas e questionamentos no Recursos Humanos. “No mais, existem diversos temas que geram interpretações divergentes e ainda não possuem um entendimento pacificado nos tribunais, sendo necessário que o RH esteja constantemente atento às mudanças legislativas, novas oportunidades de modernização e flexibilização de suas práticas, bem como esteja sempre atualizado com relação aos direitos e deveres da empresa e dos colaboradores”, esclarece.

Com as possibilidades trazidas pelo trabalho à distância, a gestão de pessoas enfrenta uma difícil missão na atração e retenção de talentos e, por isso, é importante agir com rapidez e responsabilidade. “Permaneça atento às novidades, buscando se reinventar, sempre prezando pela conformidade com as normas trabalhistas aplicáveis e com foco em temas de extrema relevância como inclusão, diversidade e saúde mental dos colaboradores”, alerta.

De olho nas consequências

As ações individuais por parte de trabalhadores que se sintam lesados e multas não são as únicas consequências possíveis no caso de violação à normativa trabalhista. Para Maria Paula, a imagem da empresa também pode ser prejudicada, acarretando a perda de clientes e diminuição das vendas. “Além disso, potenciais talentos podem não ter interesse em concorrer a uma vaga ao tomarem conhecimento de más práticas por parte da companhia. As redes sociais fazem com que a difusão das informações ocorra de forma muito ampla e rápida”, revela.

Neste cenário, manter-se alerta à regulamentação evita não só processos e perdas financeiras, mas também desentendimentos, insatisfação e preserva todas as partes envolvidas. “Além disso, cria-se um ambiente mais agradável, com um ótimo clima organizacional e consequentemente, colaboradores mais engajados e motivados”, finaliza.

Para atender aos novos modelos de trabalho na sua organização e enfrentar os desafios de maneira mais simples e estratégica, será fundamental contar com tecnologias de RH que dão conta das burocracias de forma eficiente, facilitam o oferecimento de benefícios personalizados, ajudam a promover o home office, tudo isso de forma totalmente adequada à legislação trabalhista brasileira. Descubra como as soluções da LG podem transformar o seu RH. Clique aqui e saiba mais.

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Ícaro Sena

Ícaro Sena é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui experiência nas áreas comercial e de tecnologia e já atuou em empresas como Ambev, Champion e Fazen. Na LG lugar de gente desde 2019, já foi Diretor de Sucesso do Cliente, assumindo, posteriormente, a Diretoria de Serviços e agora, em 2023, a Vice-Presidência de Operações da companhia.

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